O Cão do Açougue

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Velho e caduco era o pobre cão

Deitado na porta da casa de carnes

Era pra ser um guarda

Mas mal se guardaria se precisasse

Qual o sentido da sua existência?

É por pena ou por débitos antigos que te alimentam?

Recebe ao fim do dia um osso gordo

Pouca carne crua ainda sangra entre seus dentes

Passa o dia dormindo

A noite ladra as vezes

Seu uivo fraco e estridente guarda um pouco de prestígio

Talvez outrora fosse um bom garoto

Mas agora, é apenas velho e moribundo

Um pobre cão que come e dorme

Na calmaria da portela

Chega até a ladrar as vezes

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