Poste Aceso

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Vem a letra em baionetas

Por que tanto tempo assim é desperdiçado?

A catatonia me emoldurou

Fez-me uma fotografia viva

Lembro bem de como era ser imortal

O tempo era infinito

Hoje o tempo é amoral

A infinidade era irrevogável

Hoje o infinito é implausível

Ter maturidade era sensato

Atualmente é ridículo

Quero tanto sair do chão novamente, rasgar os céus

Reviver as águas turvas do mar

Minhas esperanças são como um poste aceso

No meio do oceano

De necessidade duvidosa e capacidade incontestável

Incontestável? É! Incontestável

Por que o mesmo de antes não é tanto?

Um estado hediondo, catatonia

Um caos, uma dor, paralisia

Nada se move agora, sou como um poste

Um poste aceso no meio do oceano

De necessidade duvidosa e capacidade incontestável

O ar que uiva na cara da noite, Mescla-se as gotas de prata que chovem da lua

Com o orvalho e aroma que saem das plantas

Mal estruturado, com palavras péssimas

Um poema como poste aceso no meio do oceano

Não posso medir minha destreza com clareza

Em meio a tantos nomes, em meio a tantas estrelas

Sem nem ter controle da arte ou desabafo

Algo meramente habitual

Será que algum dia o infinito vai ser real?

Pouco provável

Como é apreciar a vida sem uso da nostalgia?

Pior que este desabafo é só mesmo minha caligrafia

Mas olha, quem diria, um tremendo poste

Um poste aceso no meio do oceano

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