Foi tudo o que restou...
De um lado caiu e o outro ficou...
Mas da janela, bem na janela há
Uma tela de aquarela
E um telescópio fugaz
Anima-te e erga-te! Olhai o céu afora
No grande touro a luz aflora
Lá está na aquarela, o rosto dela
Tão bela, tão ela
Se cada ponto fosse uma estrela
O céu se esconder ia
Aldebaran lhe tem como morada
De tudo o que me foi não me resta nada
Nada além de aquarela
Sempre tão ela
Com seu jeito antiquado
Vive no meu quadro
Lhe derramo tinta como me derramou lágrimas
Ferro e fogo cresce, expande, expande e explode!
Hidrogênio vira hélio e meu coração morre
Nada mais me sobra além de mosca, aranha e ela
Ela vive num quadro, num quadro de aquarela
Nada mais me sobra, só a tela em aquarela