Desejo

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Atenção nenéns, que não são tão nenéns assim: 
Se você for uma pessoa do tipo "Meu Deus eu só tenho seis anos, como vim parar aqui?" saiba que esse capítulo é +18. Você não precisa ler se não quiser, ok? É isso. Um beijinho no coração e espero que gostem. 

🎬🐺 Finn

A chuva caía lá fora em torrentes devastadoras, como se nos refrescando por algum tempo antes dos dias intensos de verão que estavam por vir. Observo-a despencar fortemente pelos vidros cerrados da sacada: os relâmpagos cortando a paisagem e iluminando, em intervalos curtos e simplórios de tempo, os edifícios que se estendiam por toda a cidade de Atlanta. O cômodo mantinha-se escuro e apenas as luzes da cidade e da tempestade eram capazes de trazer a ele certa claridade. Livro-me dos tênis, do blazer e da maldita camiseta social que usara para ir aquela maldita festa de despedida, expondo meu peitoral pálido para as paredes do apartamento. Devia ter ficado aqui. É o que penso, jogando a peça de roupa contra o sofá, frustrado, suspirando pesadamente, pensando em todas as palavras duras das quais meu pai deixara disparar contra mim, graças à deturpação de minha imagem na internet devido ao escândalo com Oona. Além do mais, eu sabia que precisava seguir em frente, sabia que era necessário respeitar o espaço de Brown, mas vê-la e não deseja-la, vê-la e não sentir o coração se apertar em saudades, era impossível. Olhá-la do outro lado do salão, sorrindo, ignorar que a tive em meus braços novamente horas mais cedo e então deixa-la escorregar por entre meus dedos como areia outra vez, tornara-se demais para mim.

Ouço o ressoar da campainha quando decido caminhar em direção à geladeira, distrair-me com álcool agora faria bem. Enrugo a testa, imaginando ser algum vizinho. Se fossem os garotos, simplesmente adentrariam o espaço, sem pedir por permissão. Suspiro, passando a mão por entre os meus cachos e os bagunçando. Imaginando tratar-se de algo rápido, não me dou o trabalho de vestir a camisa outra vez, apenas me encaminho até á porta em passos largos e preguiçosos, abrindo-a rapidamente.

– Millie? – Levo um susto ao observá-la parada à minha frente. Arregalo meus olhos, analisando seu estado: o longo vestido, os cabelos castanhos e a pele, encharcados por água. Parte dos fios capilares grudava-se ao seu rosto e a maquiagem fora arruinada. Os saltos pendiam sobre uma das mãos. Ela não parecia feliz.

– Precisamos conversar. – Brown diz tão fria quanto o tempo lá fora. Seus braços cruzam-se frente ao tronco e infelizmente não posso deixar de reparar no quão colado o vestido se faz ao seu corpo, desenhando com perfeição as curvas deste e auxiliando a ressaltar os seios quando ela os pressiona, mesmo que sem planejar.

Engulo em seco, respirando fundo. Eu precisava de sanidade agora.

– Você veio até aqui, na chuva? – Questiono incrédulo, fugindo do lugar para onde os meus pensamentos queriam me levar. O momento que havíamos compartilhado mais cedo, no elevador, cheio de saudades e de desejo, não ajudava muito naquilo. Vê-la encharcada à porta de meu apartamento também não.

– E isso importa agora? – Millie rebate com outra pergunta, passando por mim, pingando durante todo trajeto, molhando o chão. Suspiro, fechando a porta e voltando-me para a sua figura infeliz, a poucos metros de mim. A garota parecia mais do que apenas zangada, parecia triste, desconsolada e frustrada. Queria toma-la em meus braços, mas eu poderia perdê-los se a tocasse sem sua permissão, irritada como aparentava estar agora.

– Claro que importa – Digo como se fosse óbvio. – Você está toda molhada!

– Então estou melhor aqui dentro do que lá fora, não é mesmo? – Ela deixa que os sapatos despenquem sobre o piso.

Behind The ScenesOnde histórias criam vida. Descubra agora