Março
💋🎬 Iris
O barulho estridente da guitarra de Ayla alcança os meus ouvidos no momento em que bato a porta de sua casa. A senhora Tesler, sua mãe, deixa-me entrar e disparo para a garagem, furiosa. Eu não compreendia porque a Calpúrnia ainda ensaiava aqui, quando já haviam se tornado uma banda mundialmente famosa. Talvez quisessem manter a tradição, relembrar velhos e bons tempos. Eles não começaram no topo, mas demorou alguns anos para que fossem reconhecidos. Eu os acompanhei desde o inicio, apesar de não achá-los tão talentosos quanto pregava-se por aí. Se não fosse por Wolfhard, sua belíssima voz e seu talento como ator, jamais fariam sucesso. Ele era o motivo para que eu permanecesse os apoiando. Eu estive aqui desde sempre, desde a jardim de infância, auxiliando a realizar os sonhos do dono dos olhos negros e dos cachos escuros nos quais sou apaixonada. Perdi a conta de quantas vezes fui trocada, apesar disso. Eu não seria trocada outra vez, não outra vez, eu não poderia suportar.
- Ih, chegou a rainha do nilo. - Jack Anderson é o primeiro a dizer, rindo, enquanto interrompia os movimentos dos próprios dedos sobre as cordas do instrumento, ao me ver chegar, acompanhando-me com seus olhos azuis, desde o bater da porta ao parar em frente à eles, de braços cruzados.
- Que cara é essa? - Malcom arrisca questionar, vendo-me fuzilar Anderson, segurando com cautela um dos pratos da bateria, que ainda ousava mover-se.
- Cara de quem não está suportando o novo namorico do Finn. -Jack murmura, um sorriso debochado surge em sua face.
- Vai pra m... - Começo a dizer, alterada pela irritação, mas sou bruscamente interrompida por Ayla:
- O que está fazendo aqui, Apatow? - A loura livra-se do instrumento musical, colocando-o encostado a enorme caixa de som ao seu lado. Há olheiras abaixo de seus olhos castanhos. Reviro os olhos, sabendo que a patética passara a noite em claro, chorando todas as mágoas e feridas por ter sido descartada por seu amor de infância, após enviar-me mensagens contando o que acontecera.
Se ela soubesse quantas vezes nessa vida fui descartada por Wolfhard, passaria o resto de suas dias miseráveis e insignificativos em lamentos.
- Você sabe o que estou fazendo aqui, Tesler. - Entro na brincadeira, chamando-a por seu sobrenome. Ayla aproxima-se e me puxa para um canto reservado, após pedir aos amigos alguns minutos de pausa.
- É sobre as fotos que saíram ontem, não é? - Questiona. Seus lábios estão comprimidos e a testa enrugada. A garota refere-se as imagens e vídeos que os patetas dos amigos de Finn soltaram na internet, comemorando o aniversário de dezoito anos da princesinha.
- Lógico! - Exclamo, como se fosse óbvio e ela burra demais para não notar sozinha. Para que me fazer perguntas das quais já sabe a resposta?
- O que você espera que eu faça? - Sua voz saí num sussurro sem forças, sem vida.
Deus. Ela era patética. Contenho a vontade de revirar os olhos.
- Qualquer coisa, menos ver isso e ficar quieta! - Despejo, impaciente. Seguro-a pelos ombros. - Você vai deixar essa garota simplesmente tirar Finn de você? De nós?
Ayla franze o cenho, confusa.
- Finn nunca foi nosso. - Ela diz. - Ninguém é propriedade de ninguém, Apatow. Além do mais, o que ele tinha, era comigo e não com você ou com nós duas.
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Behind The Scenes
FanfictionOnde Millie Bobby Brown, apesar de estar em negação, se apaixonou por seu colega de trabalho e melhor amigo: Finn Wolfhard. Para piorar, os atores são obrigados pela gestão da divulgação do seriado de Stranger Things a manter um relacionamento por m...