🎬🐺 Finn
Algumas rodadas a mais no Mortal Kombat, piadas sobre Gaten estar de vela e duas pizzas inteiras finalizadas, percebo Millie ficar sonolenta. Eu passara a noite inteira observando cada detalhe de seu rosto, de seu corpo e dos variados tons de sua voz. Já havia encontrado minhas características preferidas: a maneira como sua risada soava naturalmente, quando se encontrava em momentos leves e descontraídos como esses, ao lado de pessoas que amava. Definitivamente, não era o mesmo riso programado para entrevistas, ensaios, conversas com fãs e derivados eventos dos quais a sua carreira e seus projetos exigiam. O jeito como passava as mechas de seu cabelo para trás da orelha quando estava encabulado ou nervosa, coisa da qual demorei muito tempo em reparar, provavelmente porque Millie escondia todos os seus pontos fracos e mais verdadeiros na privacidade de sua vida e eu a gostava assim, como era verdadeiramente, sem as máscaras de sua fama e da garota cem por cento perfeita, feliz, completa e exemplar da qual sua gestão pregava por ai.
Eu amava o seu rosto natural, sem maquiagem, onde eu conseguia avistar seus detalhes, suas pintas, manchas e até mesmo marcas tímidas de espinhas e cravos dos quais ela havia estourado com o passar dos anos e nenhum cuidado com a pele nesse mundo fora capaz de esconder. O dourado de seus olhos era mais natural quando nada tentava ofuscá-los, quando o seu sorriso os iluminava e fazia fica-los menores, formando pequenas rugas ao lado de suas íris. Ela era adorável por inteiro. Além disso, a sua voz definitivamente me arrebatava, principalmente quando falava sem parar energicamente e não notava, acentuando o britânico. Havia tanto sobre Millie que eu adorava e aquilo era só o começo. Não tinha nada em relação a ela que eu não amasse e apesar de tudo aquilo, apesar de seu corpo repleto de curvas das quais eu adoraria me perder e de sua pele macia, o meu nu preferido habitava em sua alma e em seu coração, bondosos e gentis como eram, agora expostos para mim, sem medo algum aparente.
Como pude viver sem suas mãos gentis ao meu redor por todos esses anos e sem respirar o mesmo ar que esse coração grandioso? Eu ainda não sabia.
- Vem comigo. - Estendo minha mão para Mills, ainda sentada sobre o sofá, na extremidade contrária a do primeiro casal, nesse momento disputando uma partida de corrida no jogo de Need For Speed. Gaten havia adormecido no estofado ao lado, tão cansado quanto o restante de nós.
- Ir pra onde? - Ela segura em meus dedos sem hesitar e eles sem entrelaçam. Sorrio ao notar sua confiança em mim, enquanto a puxava levemente para coloca-la de pé.
Brown boceja e coça um de seus olhos, denunciando o sono. Se era impossível achá-la amável a cada minuto que passava eu não sabia, mas pelo menos para mim não estava sendo.
Ainda com as nossas mãos unidas, eu a guio na direção de meu quarto.
- Bem-vinda. - Murmuro quando o adentramos e fecho a porta atrás de mim. Millie me olha, como se buscasse apoio ou permissão e eu sorrio, de forma que pudesse tranquilizá-la.
- Cama de casal? - Questiona, sorrindo para o móvel a nossa frente, abaixo da janela.
- Eu sou espaçoso. - Dou de ombros.
Millie ri levemente e desvencilha com cuidado seus dedos dos meus, caminhando até o mural de fotos, frente a cama. Sorrio observando os seus movimentos. Claro que seria a primeira coisa a ser notada por ela.
Brown passa os dedos com cautela pelas fotografias e me aproximo o suficiente para poder vê-la sorrir com doçura na direção de cada uma das fotos, principalmente nas que eu estava. Dentre tantas, Millie segurou entre os dedos, agora livres das unhas enormes das quais esta utilizou para viajarmos a Nova Iorque, uma das imagens onde estávamos juntos, libertando-a do pin responsável por segura-la. A imagem em questão fora registrada no set de gravações, próximo do fim das filmagens da terceira temporada. Joe estava junto na imagem original, mas eu o cortei propositalmente, pois aquele fora um momento especial apenas para nós dois. Brown e eu estávamos exaustos das filmagens e nos enrolamos em um cobertor, graças ao frio, fomos assim alvos de muitas fotografias, boa parte delas nunca vistas pelos fãs. Nessa fotografia sorríamos levemente para a câmera, Mills segurava em meu ombro e juntara os nossos corpos - o que causara-me um arrepio intenso na espinha na época - e os meus braços pousavam inertes sobre o colo. Apesar disso, eu estava feliz, com uma sensação de leveza e paz que só a presença da dona dos olhos dourados me proporcionava. Ainda usávamos os figurinos da intensa cena que gravamos e os os nossos olhos, apesar de esbanjarem o brilho de um dever cumprido, também demonstravam cansaço.
- Nós conversamos muito esse dia. - Ela diz, sorrindo para a fotografia e voltando os olhos em minha direção logo depois. - Você se lembra?
- Sim. - Confirmo, retribuindo seu sorriso. - Por isso a tenho aqui com tanto carinho.
- Estávamos tão cansados, eu achei que jamais se lembraria. - Millie comenta, as bochechas coradas.
- Eu me lembro de tudo. - Digo, olhando-a nos olhos, só então percebendo que ela havia se recordado depois, mas aparentemente nunca chegou a tocar no assunto outra vez, provavelmente constrangida demais para isso. - E falei sério. Eu esperaria a vida toda e aqui estou.
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Behind The Scenes
FanfictionOnde Millie Bobby Brown, apesar de estar em negação, se apaixonou por seu colega de trabalho e melhor amigo: Finn Wolfhard. Para piorar, os atores são obrigados pela gestão da divulgação do seriado de Stranger Things a manter um relacionamento por m...