Behind The Scenes

Tempestade

💖🎬 Millie

– Ela tentou te beijar? – Questiono, horrorizada e enraivecida pela ideia.

Wolfhard arqueia uma sobrancelha.

– Eu não a correspondi, nem por um segundo. – Finn diz. – Céus, eu jamais faria isso, por mais que todo e qualquer site de notícia tenha te feito acreditar. Eu amo você. Só você. Você é a única pra mim.

Estremeço ao som dessas palavras. Era tão delicioso escutá-las. Ele era tão bom naquilo, em falar exatamente tudo o que eu e qualquer outra garota que almeja ser amada adoraria escutar. Abro a boca para lhe responder, para lhe dizer que estava tentando digerir a situação, que adoraria acreditar nele, mas o elevador faz um movimento brusco que me obriga a segurar em suas paredes metálicas e arquejar, assustada.

Eu o olho de olhos arregalados, buscando apoio, conforto e resposta em seus olhos, mas Wolfhard parecia tão perdido quanto.

– O que houve?! – Questiono, levando uma das mãos ao peito, como se esta pudesse conter meu coração disparado. O equipamento havia simplesmente parado, os movimentos interrompidos no meio de seu percurso.

– Eu... – Finn é interrompido, por uma voz grave que saí pelos altos falantes e preenche o espaço apertado:

– Pedimos milhares de desculpas! Houve um problema técnico quanto ao elevador e já está sendo verificado. Com quem estamos falando?

– Finn Wolfhard e Millie Bobby Brown, senhor. – Ele diz, ocupando os bolsos com as suas mãos, direcionando o rosto para as entradas de som acima de nós.

– Oh, pedimos muitas desculpas! Vamos agir o mais rápido possível. Não saiam daí.

Reviro os olhos, impaciente. Como se tivéssemos mesmo muitas opções.

Odeio lugares assim. Lugares apertados, onde parece que não posso respirar, ainda que Finn esteja na minha companhia. Aquilo não ajudava em nada a minha ansiedade e eu não conseguia pensar em absolutamente nada, apenas em como eu desejava poder sair daquele local. Mas não queria que o cacheado se preocupasse, não queria deixá-lo alarmado. Por isso, encosto minha cabeça contra a parede metálica do equipamento, passo meus próprios braços ao meu redor e fecho os olhos. Fecho os olhos para que aquilo desapareça rapidamente, para que aquele momento passe.

– Mills? – Eu o ouço sussurrar.

– Estou bem. – Mas minha voz treme quando digo e qualquer tolo saberia que é mentira. – Estou bem. Vai ficar tudo bem. – Ainda não abro os olhos e repito aquilo como um mantra.

– Não sabia que era claustrofóbica. – Sua voz rouca parece mais próxima agora e, como num reflexo, tento me afastar, mas meu corpo se choca contra o metal frio.

– Eu não costumo ser. – Digo, tentando respirar, o que parecia ser cada vez mais impossível. – Não sei, na verdade, acho que nunca precisei ficar em lugares apertados por muito tempo. Eu não me lembro. – Sei que estou atropelando-me em minhas próprias palavras, mas não me importo, nada importa agora. Eu só queria sair dali.

O cheiro forte de nossos perfumes mistura-se, tornando ainda mais difícil permanecer ali. Meu coração dispara quando sinto as pontas dos dedos de Finn tocarem as minhas bochechas. Abro os olhos no mesmo instante e minhas íris chocam-se com as suas negras. Meu estômago infesta-se de borboletas. Elas ruflam suas asas desesperadamente, em festa.

– Finn... – Sussurro. Não sou forte o suficiente para fugir de seu toque agora. Não saberei resistir, não frágil como me encontro.

– Ei, relaxa. – Ele murmura, traçando linhas imaginárias por minha face, descendo até meu pescoço e voltando. Aquilo me arrepia e enfraquece os meus joelhos. – Estou aqui, ok? Respire.