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O enterro de Dumbledore foi uma das coisas mais belas, tristes, e gloriosas que Ella já viu na vida.

Foi feito no campo de Hogwarts, o lugar aonde Dumbledore passou a maior parte de sua vida. Bruxos de todo o mundo apareceram ali, todos os elfos que trabalham no castelo estavam lá também, todos eles chorando a perda de seu melhor chefe, um dos únicos bruxos que não os tratava como escravos. E para a surpresa de muitos, ate mesmo os centauros, que normalmente não se misturam com os bruxos, estavam na beirada da floresta, observando toda a procissão, muito quietos e respeitosos.

Ella nunca tinha chorado tanto em toda a sua vida, e sentia que seus olhos estavam inchados, e talvez não existisse mais lagrimas para chorar. Olhando envolta, todos estavam na mesma situação. Hagrid, no entanto, era o que mais sofria. O pobre gigante, sentado em quatro cadeiras, chorava alto, se sacodia e lamentava. Professora McGonnagal estava ao seu lado, tentando consolar o homem, mas ela mesma parecia muito cansada e chorosa para fazer muito.

Todos os professores estavam ali, menos é claro, Severo Snape.

Talvez seja essa a maior dor de Ella. Tinha confiado sua vida a Snape, todos os seus poderes, tinha confiado tudo nas mãos dele, assim como Dumbledore tinha. No final, Snape matou Dumbledore desarmado.

Draco não teve coragem de ir ao enterro, pois se sentia muito culpado para isso. Tinha desarmado Dumbledore, tinha deixado os Comensais entrarem. Dumbledore tinha o dito para fazer, tinha mandado ele confiar, tinha dito que estava tudo bem, e que ele tinha tudo sobre controle. E agora, estava morto. O peso em Draco era tanto que ele preferiu ficar em seu quarto, quieto. Nunca se sentiu tão culpado em toda a sua vida.

Rony, claro o culpava totalmente. O que era de se esperar, na verdade. Harry o culpou por um momento, mas quando obrigou Draco a explicar tudo, ele teve que o deixar. Se Dumbledore tivesse o mandado fazer algo, ele teria que fazer, era Dumbledore. Hermione e Ella não conseguiam culpar o menino. Já Draco, se culpava tanto que cobria por todos.

Estava sentada ao lado de seus pais e Merlin, todos de preto, sentados em cadeiras brancas e enfileiradas. Viram o professor Slughorn chegar junto com professor Flitchwick, as varinhas para cima, e flutuando entre eles, um imenso caixão branco. Foi colocado na frente de todos, e o rosto pálido de Dumbledore era visto, o sol iluminando a feição endurecida pela morte. Sua varinha entre as mãos, segura contra seu peito. Merlin se levantou, indo ate a frente, ele iria falar.

- Senhoras e senhores, criaturas de todos os tipos. - Começou. - Hoje, meus amigos, é um dia em que todos nós nos lembraremos. Dumbledore foi um feiticeiro poderoso, um nome renomado, e o mais importante... Ele foi o meu melhor amigo, por décadas e décadas.

"Dumbledore foi um homem de mistérios. Sinto que, nenhum de nós soube tudo sobre ele. Era muito comum ele sempre ter um truque na manga, uma próxima jogada, um jeitinho de fazer o jogo virar. Acho que a maioria reconhece Dumbledore por suas batalhas épicas, ou por seu grupo extenso de admiradores muito renomados. Eu conheci Dumbledore quando ele não era nada disso, quando ele era somente o Alvo, um garoto com milhões de sonhos, grandes ambições, e muita pressa para conquistar o mundo. Eu e Alvo somos pessoas muito diferentes, e nossas escolhas de poder foram muito distintas, mas de algum modo, ele sempre me parecia como um irmão gêmeo para mim.

Dumbledore viveu uma vida longa e cheia de emoção, coisa que ele sempre buscou, desde que ele colocou os pés nessa escola pela primeira vez na vida. Ele foi, do garoto muito calado e pensante, a uma das maiores mentes bruxas de toda a nossa historia da magia. Maior que seu poder seria somente sua bondade. Alvo foi o homem mais bondoso que eu já conheci na vida.

Minha vida nessa terra esta sendo muito longa, e quanto mais eu fico aqui, mais eu tenho preça para partir." Merlin fungou, impedindo-se de derramar qualquer lagrima em publico. Tocou o caixão com carinho. "Mas como ele mesmo dizia: Para grandes mentes, a morte, é somente o começo de uma nova aventura."

Merlin - Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora