Um senhor franzino peneirava pedras na água cristalina, quando ouviu barulho de cavalo se aproximando. O cavaleiro intrigado desceu e perguntou:
— O que esta procurando?— O senhor olhou para cima e respondeu:
— Ouro!—dando um breve sorriso valioso, cheio de dentes de ouro.
Muito interessado o cavaleiro se abaixou e começou a remexer as pedras do fundo, reparou que a maioria delas tinha uma coloração característica, eram douradas. Seus olhos brilharam. Então o homem prosseguiu:
— Você tem alguma peneira sobrando pra me emprestar?
Passado um tempo, debaixo de um sol escaldante, os dois homens peneiravam sem parar e separavam as pedras maiores nas margens, quando ouviram mais cavaleiros se aproximando. Eles os avistaram de longe e com grande interesse, pararam também. Um homem franzino desceu do cavalo e perguntou:
— Estão encontrando ouro? — O seu Ourildo respondeu:
— Eu já encontrei muito, basta procurar, — dando seu sorriso brilhante e despertando interesse do homem que andava de um lado para o outro olhando em meio à água; seduzido pelo brilho do ouro.
No fim da tarde, os homens estavam exaustos, mas felizes com a enorme quantidade de pedras cuidadosamente escolhidas. Foi quando Ecupércules apareceu pra buscar o pai e foi logo dizendo para seu Ourildo:
— Pai o senhor fugiu novamente, eu estava preocupado, — resmungou descendo do cavalo as margens do belo rio.
— Está cheio de ouro aqui!— Ourildo disse empolgado ao filho, e continuou:
— Olha a quantidade que já encontramos!—exclamou enquanto mostrava animadamente as pedras. O filho descontente ralhou:
— Pai o senhor me prometeu que não ia fazer mais isso, o senhor sabe que isso no fundo é ouro de tolo.
Sentindo o cheiro da fúria dos cavaleiros, Ecupércules correu pra seu cavalo praticamente arrastando e ajudando seu pai a subir.
— Pai, toda vez isso agora! — Gritou cavalgando rapidamente.
— Uhu, delicia, corre, senão eles vão nos pegar!— estimulava Ourildo, gostando da água fresca que espirrava conforme corriam.
— O senhor ainda vai matar nós dois, — esbravejou o filho procurando uma saída do vale das pedras.
— Relaxa filho, vamos morrer de qualquer jeito mesmo. Mas você pode ir mais devagar agora porque não tem ninguém atrás de nós.
— Como você sabe pai?— Pergunta Ecupercules apavorado em alta velocidade.
— Olha pra trás! — Quando Ecupercules olhou, percebeu que não tinha ninguém mesmo, só ouvia o barulho da água e dos pássaros.
Então seu pai continuou:
— Você se esqueceu? Quem tem problemas na cabeça é você, e não eu, vamos lá buscar as pedras.
Ecupércules um pouco confuso olhou para seu pai com estranhamento. Mas seu pai sempre bem humorado completou:
— Foi muito divertido filho, mas me leva de volta, porque o ouro é verdadeiro.
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Risos e Sarcasmos
NouvellesColetânea de contos divertidos e sarcásticos na medida certa.