━━ 05! the past

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- Quando cheguei no Brasil, - começo a contar - minha irmã e eu fomos morar em um bairro diferente do que morávamos antes. Nesse bairro, eu não saía muito para festas, mas conhecia bastante pessoas. Conheci o Luca quando fui no salão dele cortar meu cabelo. Ele me tratou super bem, foi atencioso comigo e começamos a conversar. Percebemos que tínhamos várias coisas em comum, desde time de futebol até músicas favoritas de determinado gênero. A partir daquele momento nos tornamos amigos, o que posteriormente nos tornou namorados.

- Achei fofinho. - Jasmine murmura me encarando vidrada e sorrio com sua fala.

- Éramos tão parceiros que a gente ia pra festas juntos, pro bar, para jogos de futebol e várias outras coisas que ia surgindo. Era eu e ele, nos divertindo como se não existisse mais ninguém no mundo. Durante quase três anos, esse relacionamento foi fantástico.

Sinto um cutucão em minhas costelas e vejo Cesar com o braço erguido.

- Ah, não. Conta mais da história de vocês. Estou curioso. - reclama sendo seguido pelos demais e suspiro.

- Tudo bem. Quando declaramos que iríamos ser namorados, foi em menos de um mês após nos conhecermos. Sabe aquele cara que te coloca no topo? Esse era Luca. Tinha ouvido muitas coisas de várias pessoas, de que o que tínhamos não era real e que traíamos um ao outro. Era mentira. Sempre fomos leais e sinceros um com o outro. Ele não me obrigava à nada e sempre, sempre mesmo me defendeu.

- Gostei dele. - Jamal fala. - Mas por que vocês terminaram?

Um bolo se forma em minha garganta com a lembrança da conversa séria que tive com Luca um dia antes de eu ir embora do Brasil.

- Gata, eu te amo tanto

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- Gata, eu te amo tanto. - o ouço falar contra meu cabelo. Estávamos relaxados após fazermos amor. Sorrio. Minha cabeça estava no peito dele e comecei a traçar desenhos em sua barriga. - Não sei como vou conseguir ficar longe de você.

- A gente vai ter tempo pra se acostumar. - digo. - Hoje temos várias tecnologias pra que isso continue.

- Mas não vai ser a mesma coisa. - murmura. - Não vou poder traçar sua pele, sentir tuas estrias, brincar com teu cabelo, ver seu rosto ficar vermelhinho, sentir teu gosto na minha boca, ouvir você falar coisas safadas no meu ouvido ou de enxugar suas lágrimas de tanto gargalhar daqueles vídeos bobos na internet de desafios para tentar não rir. Cacete, é tão difícil isso. Te amo tanto, mas ao mesmo tempo que quero que você seja feliz, tenho esse negócio egoísta dentro de mim querendo que você fique comigo aqui no Brasil. Parece tão errado mas ao mesmo tempo tão certo.

Rio fraco, sentindo como se alguma coisa estivesse fazendo meu coração se rachar lentamente.

- Luca, você acha que é melhor a gente terminar? - hesito, receosa com a resposta. - Tudo o que mais quero é ficar com você, mas e se você achar que não vai dar certo? Não posso te prender à mim, você merece ser feliz.

- Você quer terminar?

- Não sei. É difícil pra mim decidir que está na hora da gente acabar o que construirmos. Essa porra é perfeita. Nós somos imbatíveis juntos. Não quero soar clichê mas você é como o combustível e eu sou a chama, incendiamos tudo! Estamos tão bem, é estranho dizer: ei, algo vai dar errado, acabamos por aqui. Que porra é essa? - minha soava exasperada, mas pouco me importava. Não queria ter que terminar com ele.

- Mas precisamos terminar. Devemos fazer isso. A última coisa que quero é você triste por estar longe de mim. Eu amo você demais, e por isso digo: vamos terminar. Entende?

- Não. - suspiro me agarrando ainda mais ao seu corpo, como se aquilo fosse me livrar do que estava por vir.

- Prometo que nunca vou esquecer você. -
levanto minha cabeça e encontro seus olhos escuros, que brilhavam como de costume.

- Eu também. - ficamos um tempo em silêncio até que eu começo a rir. - Meu Deus, é assim que é um término amigável?

Sinto o peito de Luca tremer antes de ouvir sua gargalhada.

- Deve ser. - ele me olha e sorri. - Amanhã vou com você e a Valentina pro aeroporto. Quero me despedir da minha melhor ex-namorada da vida toda.

- Esse termo soa legal, melhor ex-namorado. - brinco passando minha perna para o outro lado do corpo dele me sentando em seu colo. - Mas eu quero uma ótima despedida, meu amor.

Movimento minha bunda contra o pau dele e o sinto duro contra minha intimidade. Coloco minhas mãos contra o peito dele e mordisco o lábio inferior quando as mãos quentes de Luca seguram minha cintura. Ele me observava com desejo, um brilho um pouco diferente no olhar.

- Meu Deus, eu amo você Rebecca Gomes.

- Amo você, Luca Martins.

Depois disso tivemos o que autoproclamamos como o melhor sexo de despedida do mundo, e no dia seguinte, como prometido, Luca sorria pra mim ao me levar para o portão de embarque ao lado da minha irmã que se mantinha afastada.

- Obrigada, bebê. - dou um abraço nele com carinho, e quando me afasto, ele puxa algo do seu bolso e olho admirada para a arte delicada que ele tinha em mãos. - Awn, que linda.

- Não mais que você, porém confesso que essa coisinha aqui também tem sua beleza. - me sinto um pouco envergonhada diante dessa declaração e estendo meu braço para ele prender a pulseirinha de cores claras e alegres.- É pra você não esquecer o sol daqui do Brasil, e esse L aqui, quase imperceptível, é pra você saber que por onde quer que você ande, sempre, sempre estarei com você, Bebe.

Uma lágrima cai do meu olho esquerdo e fico na ponta dos pés para dar um último beijo nos lábios de Luca. Ele coloca suas mãos na minha ciintura e sorrimos um pro outro quando nos separamos.

- Um dia, não importa qual, promete me ligar? - ele pergunta.

- Prometo. E promete nunca esquecer de mim?

- Oh, Rebecca. É impossível qualquer pessoa esquecer de você, não importa quanto tempo passe.

Quando finalizo a história, meus amigos estavam visivelmente emocionados ou meio transtornados com o fato de eu ter contado da transa que tivemos

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Quando finalizo a história, meus amigos estavam visivelmente emocionados ou meio transtornados com o fato de eu ter contado da transa que tivemos.

- O Luca é um fofo, socorro. - Jamal diz com a boca aberta e os olhos arregalados.

- Esse homem, ah, esse homem... - Jasmine murmura como se estivesse em um loop.

- Vocês não estão achando estranho o fato da Bebe ter chorado? - Ruby do nada perguntando me encarando curioso, como se eu fosse uma coisa nova, uma espécie desconhecida.

- Qual o problema de eu ter derramado uma lágrima? - pergunto debochada.

- Simples: cobra não chora. - acho graça da sua resposta.

- Sou uma cobra diferente.

𝗠𝗔𝗟𝗔 𝗦𝗔𝗡𝗧𝗔 ⎰⎰ 𝗼𝘀𝗰𝗮𝗿 𝗱𝗶𝗮𝘇Onde histórias criam vida. Descubra agora