| Oscar Diaz |
Nossa, eu odiava aquela garota.
Quando chegou em Freeridge, ela tinha por volta de seus 11 anos, ficava falando um monte de gracinhas e logo virou amiga de Cesar. Eu era uns 4 anos mais velho que ela, mas nutria uma grande antipatia por aquela menina. Era bastante engraçado quando ela brincava com as demais crianças do bairro - e quando digo brincar, quero dizer brigar - ela era incapaz de controlar seu temperamento.
Cesar ia brincar com alguns meninos na rua e ela estava no meio. Às vezes os meninos se irritavam e dizia que aquele tipo de brincadeira não era pra ela, aquilo só a fazia ficar cega de ódio. No final ela estragava a brincadeira deles.
Logo ela também foi fazendo amizade com os outros amigos de Cesar. Ruby, Monse e Jamal a acolheram e iniciaram um processo de atormentar a minha vida, porém eles tinha medo de mim, exceto a brasileira que sempre que topava comigo ao ir para a escola ou passear pela rua enfrentava meu olhar, mostrava o dedo do meio ou me encarava com superioridade.
Uma maldita pirralha!
O tempo passou, fomos crescendo, alguns foram criando juízo e outros foram presos. Com minha prisão aos 15 anos por comandar a gangue Los Santos, passei 4 anos e meio encarcerado inicialmente em um reformatório, mas ao atingir a maioridade tive de ser transferido para a penitenciária própria para adultos.
Quando fui solto retornei às minhas atividades. Retomei o posto como chefe dos Santos e estava pronto para qualquer merda que aparecesse no caminho. Ou achava que estava, até vê-la no outro lado da calçada com seus fones de ouvido. Era impossível que aquela garota fosse a diabinha imprestável de anos atrás.
Prendi o fôlego quando ela sorriu para meu irmão que se levantou do sofá que estávamos e correu para dar um abraço apertado na tal Rebecca. Seu nome era estranho. Talvez nunca chegara a dizer em voz alta pois preferia chamar ela de diabo varrido e demais apelidos nada convencionais designados à crianças.
Ela era diferente.
Estava diferente.
Seus cabelos estavam passando um pouco do ombro, eram escuros e muitíssimos cacheados. Gostaria de saber qual a sensação de tocar naqueles fios, se eram tão sedosos quanto pareciam contra a luz do sol. Ela ria de algo que Cesar falava e aquele fora simplesmente um dos sons mais belos que havia ouvido em toda minha vida.
Deus, só podia estar louco!
Só consegui respirar novamente quando ela se despediu do meu irmão mais novo e pude observar como ela era linda. Acho que se alguém tivesse me dado um lápis e um caderno teria escrito centenas de versos e canções sobre aquela garota.
Rebecca.
Naquela noite haveria uma festa na casa de um irmão da gangue. Teria que comparecer, tirar a garota dos meus pensamento. Estava fumando quando aparentemente o ar ficou mais leve e tudo mais calmo, até que meus olhos como se fossem atraídos por uma força sobrenatural pararam naquela jovem mulher que balançava seu corpo vestido em um short jeans e uma blusa fina de alcinhas por baixo da jaqueta de couro. Ela logo tratou de se livrar da peça e jogou para algum otário que segurava como se sua vida dependesse disso.
Ela dançou, dançou e dançou. Estava hipnotizado com seus movimentos. As demais mulheres estavam dançando ao seu redor mas pra mim só existia ela ali e nada mais.
No final, a vi saindo da casa do Santo cambaleando nos próprios pés, rindo ao ser carregada no colo por um homem tatuado esguio. Ela murmurava alguma coisa e o homem gargalhou. Senti meu peito apertar. Minha consciência acusou-me de não ter ido lá falar com ela, com a bebecita que mais tarde precisaria de alguém para ajudá-la a chegar em casa.
Por alguns dias fui atormentado pelas imagens dela dançando e rindo no meio de um monte de bandido, como se aquilo fosse algo comum para ela. Consegui de volta a jaqueta que ela jogou para um bêbado e levei para casa. A peça estava guardada no meu guarda-roupa, perfeitamente conservada.
Parecia que estava enlouquecendo. Necessitava ver ela de novo, mas não queria parecer um maníaco.
Cesar tinha dito que havia acabado de ser informado sobre a festa que iria acontecer no dia seguinte. Nunca estive tão ansioso por um evento - mesmo que não houvesse sido necessariamente convidado. Fiquei surpreso e levemente desapontado ao saber que aquela seria a última vez dela junto aos amigos em Freeridge.
Cheguei em sua casa impressionado com o quão decorada era, contrastando com as demais casas da vizinhança que eram bem mais simples. Ao que parecia a família dela tinha dinheiro.
Entrei e não a encontrei de imediato, mas fui beber alguma coisa na cozinha. Mais uma vez estava surpreso ao encontrar variedades de bebidas disponíveis para adolescentes. Pego uma cerveja e a bebo praticante em um só gole. A encontrei. Por Deus, deveria ser um crime ser tão linda.
Rebecca dançava com Monse, ria descontraída e alegre. Ela atraía alguns olhares, e seria errado não admirar aquela garota. Subi para o andar superior atrás espaço para respirar e no corredor que dava para o banheiro vi uma foto dela e de sua irmã, ambas faziam caretas. Em qualquer outra pessoa a careta que Rebecca fazia teria sido horrorosa, mas na verdade, feita por ela até que era bastante fofinha. Quis roubar aquela foto, porém o que explicar?
Me encostei na parede e arrumei o capuz na minha cabeça. Roubar ou não roubar, eis a questão. Apesar das minhas dúvidas, prendi o ar mais uma vez ao sentir a presença dela. Sorri internamente quando o rosto dela mudou de surpreso para irritado em um par de segundos. Pelo menos ela tinha algum sentimento por mim, e iria provocá-la por isso.
A segui até o banheiro e segui meus instintos ao pegar o pano e enxugar sua pele, mas meu desejo era só tomar ela ali mesmo na pia e beijar seu corpo, reverenciar a obra de arte que estava ali na minha frente. Algo em meu peito rugiu com suas respostas ácidas e fiquei excitado ao ouvi-la indagando - com desdém - se não havia nenhuma garota querendo me chupar.
Antes de sair dei uma desculpa do motivo de ter ido até ali e encostei nossos corpos, ela ficou tensa e arfou ao sentir meu pau duro contra si. Não prologuei o momento, ou então arriscaria perder meu valioso membro.
Mais tarde a encontrei agarrada ao mesmo homem que a levou embora da festa e concluí que ele poderia ser seu namorado, ela não fez questão de dizer nada quando perguntei do presente dele. Mas contei que estava atraído por ela e ao chegar em casa tentei de todas as formas pegar esse sentimento e jogar no lixo. Não consegui.
Todos os dias entrava furtivamente em sua casa e sentava em seu sofá imaginando o que ela estaria fazendo no Brasil. Se estava feliz.
Ansioso pela sua volta.
O pior foi no dia da festa na piscina, quando ela estava tão perto de mim, gostosa pra caralho. Estava louco de tesão, mas fiquei sentido ao ouvi-la falar do seu ex-namorado e mais tarde beber até ficar doida e dançar no colo do otário do Marcus.
Tudo o que queria era conduzir meus lábios por aquele corpo, sentir seus braços ao meu redor como quando dividimos a cama e tive que acordar cedo para ela não achar que estava me aproveitando dela.
Fui ao delírio quando senti sua boca contra a minha. Então aquele era o famoso Nirvana que todos falavam? Pois sentir o gosto de Rebecca na minha boca foi algo libertador, mágico.
Nem acreditava que eu, Oscar Diaz, estava apaixonado.
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𝗠𝗔𝗟𝗔 𝗦𝗔𝗡𝗧𝗔 ⎰⎰ 𝗼𝘀𝗰𝗮𝗿 𝗱𝗶𝗮𝘇
Hayran Kurgu━━━━ ⋆ Rebecca sempre foi o alvo de Oscar. Desde o momento em que ela chegou em Freeridge até o dia em que ela foi embora. Misteriosa, atrevida, inteligente e engraçada. Todo um combo que se multiplicou ao atingir a puberdade. Para Oscar, ela é sua...