chapter 23!
particular taste─ EU NÃO ACREDITO.
Era a terceira vez em menos de dez segundos que repetia aquelas mesmas três palavras. Sabia que havia algumas frutas podres na vida do Vicenzo, mas me enganei, pois o cara possuía um pomar extenso de frutas estragadas.
─ Acredite, amor. Ainda estou emocionalmente abalada com as coisas que descobri, e fique sabendo que te poupei de coisa pior. Os vídeos, Bebe... São horríveis. Eles exibindo crianças como se fossem objetos pronto para venda, as pessoas nojentas mandando o valor que estavam dispostas a pagar... Você não merece ficar com isso na cabeça, acho que só os relatos orais vão se pertubar por muito tempo.
─ Na verdade, recebi uma papelada com o conteúdo. Deve haver fotos, mas não quero ver.
Valentina chorava do outro lado da tela do notebook. Havia acabado de me contar do envolvimento do italiano com o tráfico de pessoas. Crianças e mulheres que ele vendia para satisfazer desejos absurdos.
Estava em choque com a revelação, embora tenha esperado por algo do tipo desde o início. O pior era que vinha na minha mente, cenas de crianças sendo abusadas, crianças mortas por conta dessa doença humana. Era revoltante.
─ Fique bem, tudo isso vai passar e vamos ficar juntas. Logo estará tudo acabado aqui, e esse maldito vai sofrer. ─ Assegurei para a mais velha. Tudo o que gostaria era de dar um abraço nela, vê-la nesse estado e não poder fazer nada era angustiante. ─ Amo você.
─ Te amo mais. ─ Valentina soluçou antes de desligar a chamada. Caí na cama sentindo o mundo em meus ombros, os olhos derramando as lágrimas que tanto lutei para segurar frente à outra.
Eram só crianças.
Eram só crianças.
Eram só crianças.
Talvez repetir isso pra mim mesma iria me causar mais dor, mas poxa!, eram apenas crianças. Elas possuíam sonhos, tudo o que gostariam era de brincar, ficar com a família e amigos, talvez ter um bichinho de estimação. Elas perderam isso tudo por causa do maldito ser humano e seus fetiches asquerosos. Imaginar uma pessoa passando a mão pelo corpo de uma menininha de 8 anos enquanto ela nem entendia o que era aquilo, me fez soltar um grito de raiva.
─ Vou matar você Vicenzo, e você vai implorar por misericórdia.
Após conseguir controlar minha raiva para ela ser algo produtivo posteriormente, peguei um short jeans e uma blusa amarela do Harry Styles. Tudo o que queria era sair daquela casa, ver gente, saber que existia pessoas felizes no mundo.
Caminhei por alguns minutos e resolvi entrar em uma cafeteira. Ela não estava muito cheia, e fiquei confusa por ter encontrado aquele homem sentado próxima da janela. No rosto um olhar bastante sério.
─ Posso me sentar aqui? ─ Perguntei parando ao lado de sua mesa. A cabeça dele foi virando devagar, e talvez tenha sido impressão minha, mas ele ficara levemente surpreso. ─ O que faz por esses lados? ─ Sentei-me em sua frente. Sorri pondo os cotovelos na mesa e apoiando meu rosto na palma da mão.
─ Acho que o mesmo que você. Decidi respirar um pouco. Ver as pessoas. ─ Isso deixou um toque quentinho em meu peito, por algum motivo. ─ Apreciar a vida.
─ Poético, quem diria.
─ Você se supreenderia comigo, Bebe. Não sou sempre o ogro que demonstro ser.
─ É, tenho percebido isso.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, olhando um para o outro, como se daquela forma pudéssemos ler nossa alma como um todo.
─ Seus olhos estão inchados, suas bochechas um pouco avermelhadas, assim como seu nariz. Quem te fez chorar? ─ Suspirei com seu tom sério e um pouco ameaçador no final. Ele observava tudo quando se tratava de mim. Era quase impossível esconder algo dele.
─ Estava assistindo um filme de drama. Horrível, chorei muito. ─ Menti revirando os olhos.
─ Quer dizer que o filme é ruim só por ter te feito chorar? ─ Ele apertou os olhos desconfiados e dei risada.
─ Não exatamente ruim, é que me fez ficar triste e reflexiva. Era de uma mãe que foge com a filha quando um homem, mafioso, tenta se casar com ela. A menina tinha 10 anos e o velho uns 500. Ela até mesmo ensinava a mãe a aprender inglês, mesmo que ela soubesse o básico que lhe ensinavam na escola. Foi horrível Oscar, ela era apenas uma menina.
E mais uma vez lá estava eu chorando. O tatuado se levantou e se sentou do meu lado, seus braços me rodearam e levaram-me até seu peito. Sentia sua mão subir e descer pela minhas costas em uma tentativa de me acalmar, ele o tempo todo murmurando palavras de consolo.
─ Por que as pessoas são cruéis? Eu não entendo. Uma criança, que culpa ela teve? ─ Murmuro contra seu peito, minha mão amassava sua camisa branca social.
─ Não sei meu amor, mas sei que sempre tem uma volta. A pessoa sempre sofre duas vezes mais, esse é a lei das coisas.
─ A dor é duplicada em determinadas situações, e sei que a dele vai ser eterna.
─ Vai sim. ─ Me separo dele quando a garçonete chega com duas xícaras, uma a qual ele toma pra si e a outra ele me entrega falando que irá me fazer bem ─ era chá. Tomo sem pestanejar e sob seu olhar atento, pego um cookie de gotas de chocolate. Ele abriu um sorriso satisfeito após uns minutos me vendo comer, e em seguida começou a beber o seu próprio.
─ Poderia ficar o resto do dia comigo? ─ Minha pergunta o fez paralisar a xícara a milímetros de sua boca.
─ Com você?
─ Claro, se não tiver mais nenhum compromisso. ─ Tentei não ficar desapontada ao imaginar ele me deixando sozinha com minhas paranóias.
─ Eu adoraria passar o dia com você, amor. ─ Abri um sorriso gigantesco e dei um beijo na bochecha dele. Se pudesse, daria cambalhotas de alegria.
Oscar por mais que aparenta ser esse cara durão e intocável, tem uma coisa particular que me faz amá-lo cada vez mais: o modo como ele cuida de mim.
o próximo capítulo será o hot, irra!
o filme em questão existe e se chama DUKTAR (Filha), a mãe da menina "sequestra" ela pra que ela não se case com um velho; a menina de 10 anos e o velho se levantar a mão deus puxa
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗠𝗔𝗟𝗔 𝗦𝗔𝗡𝗧𝗔 ⎰⎰ 𝗼𝘀𝗰𝗮𝗿 𝗱𝗶𝗮𝘇
Fanfic━━━━ ⋆ Rebecca sempre foi o alvo de Oscar. Desde o momento em que ela chegou em Freeridge até o dia em que ela foi embora. Misteriosa, atrevida, inteligente e engraçada. Todo um combo que se multiplicou ao atingir a puberdade. Para Oscar, ela é sua...