⎜𝙪𝙣𝙛𝙤𝙧𝙜𝙚𝙩𝙩𝙖𝙗𝙡𝙚

1.1K 82 40
                                    

chapter 24!
unforgettable

— Lembra daquela vez quando crianças que você queria jogar uma lata de refrigerante na minha cabeça? Houve ameaça e tudo.

Olho de soslaio para Oscar e balanço a cabeça em negação. Estávamos caminhando lado a lado para chegar no lugar onde ele estacionou o seu precioso carro.

Acredito que essa era uma tentativa dele de sair comigo, de sentir a liberdade — mesmo que temporária — de não estar em Freeridge e a incumbência de ser o líder dos Santos.

— Claro que não lembra. É sempre o oprimido que se recorda dessas coisas.

— Eu não te oprimia! Deixa de ser vitimista. Você era o pior ser humano possível. — dou risada da sua cara de ofendido. — Lembro que era você quem provocava as crianças do bairro e fazia elas ficar com medo. Eu só fiz o que qualquer pessoa inteligente faria.

— Inteligente, aham. Se quiser mentir pra si mesma desse jeito...

Claro que eu não mentia. Oscar desde criança era uma pessoa difícil de lidar. Todos tinham medo dele e não gostavam de questionar sua autoridade. Quando eu cheguei, acho que fui a única com coragem o suficiente para rebater suas provocações.

Oscar para ao lado de um jipe verde na calçada e não deixo de achar graça da visão.

— Isso é sério? — a única coisa que recebo em troca é um olhar seco de alguém que não iria ficar calado por muito tempo caso eu decidisse começar com alguma gracinha. — Ok, papi

Caminho até a porta do passageiro e antes que eu pudesse abrir, uma mão masculina havia se adiantado em tal tarefa.

— Gracias.

Ele suspira e espera que eu esteja perfeitamente sentada no banco antes de fechar a porta, entrar no lado do motorista e ligar o carro. Coloco o cinto de segurança após vê-lo fazer o mesmo e acelerar com o carro.

Confesso, Oscar com as mãos no volante era uma visão e tanto. Se o plano dele era me distrair, ele estava conseguindo sem nenhum esforço.

— Para onde estamos indo? — pergunto após uns minutos. Ele desviou rapidamente os olhos da estrada e encontrou o meu rosto.  Um sorriso suave cresceu em seu rosto e acabo sorrindo também. Quando paramos em um semáforo ele se vira pra mim o máximo que pode em seu assento.

— Você vai saber quando chegar lá.

— Mas eu quero saber agora. — resmungo e suspiro quando sinto sua mão entrando em contato com meu rosto. Um carinho suave, quase fantasmagórico.

— É uma surpresa, mami.

— Tudo bem. — bufo a contragosto e voltamos a acelerar pela avenida rumo ao desconhecido.

°°°°°°°

Se bem que esse desconhecido não era tão desconhecido assim. Oscar me trouxe para um centro recreativo infantil. Brincadeira. Ele me trouxe para um fliperama chamado Arcade, um lugar que tem praticamente tudo o que se pode imaginar. Tem até mesmo uma pista de boliche.

— Aposta dois dólares que eu consigo derrubar todos aqueles pinos ali? — pergunto para meu parceiro após ganhar cinco vezes seguidas dele para ver quem fazia mais strikes.

Oscar olha para os pinos que eu apontei e depois olha para mim, me analisando da cabeça aos pés e depois para a bola pesada em minha mão. Ele meneia a cabeça.

— Vou logo avisando que você vai perder.. — ele tinha muito orgulho de si e zero senso do ridículo. Se bem que ele merece aprender uma lição.

— Tanto faz. Aposta aceita?

— Claro.

Me posiciono na entrada da pista e observo por um instante os pinos e qual a direção em que eu deveria jogar a bola. Não penso muito antes de soltá-la das minhas mãos e assistir com um pouco de ansiedade a sua trajetória. Ela gira, gira e gira. Como se estivesse em câmera lenta. Não contei exatamente quantos pinos eram, talvez 12?! Era derrubou um por um. Quase. Um maldito balançou, mas não caiu.

— Muito emocionante. Acho que você me deve algo.

Me viro com um sorriso pequeno de frustração no rosto. Procuro no meu bolso algum dinheiro e tudo o que encontro são cinco dólares. Esse desgraçado arrogante vai ganhar mais do que o prometido.

Quando ele estende a mão para pegar o dinheiro resmungo baixinho ao ser puxada de encontro ao seu peito.

— Você é como se fosse a rainha do boliche. — murmura. Reviro os olhos achando graça do flerte horrível.

— Se eu fosse mesmo a rainha do boliche não teria perdido essa rodada. — tento me separar da sua pegada apenas para ser puxada para ainda mais perto do seu corpo.

— Rainhas não são as que ganham todas as coisas, e sim as que reconhecem que falharam e que seu adversário é o melhor.

Acabo rindo da sua bobagem. Esse homem era surreal.

— Certo. Alguém já te falou que o senhor é muito esperto?

Ele se aproxima do meu ouvido e tento controlar o arrepio do meu corpo com a respiração quente contra minha pele sensível.

— Já, mas nunca uma moça tão bonita como você. Vem sempre por aqui, linda?

Fecho os olhos e rio. Minha cabeça caindo contra seu peito. Noto algumas pessoas olhando para a gente com os mais variados olhares. Seguro a mão de Oscar e o puxo para tirarmos nossos sapatos e sair dali.

— Tenho uma ideia de onde podemos ir. — ele diz assim que deixamos o lugar. Abre a porta do carro como um cavalheiro e sorri animado. — Vou te deixar tonta de prazer até o fim da noite. Prometo que vai ser inesquecível.

Quis perguntar sobre sua escolha de palavras, mas acabo por não dizer nada. Talvez ele não quis dizer de um jeito malicioso, mas vindo de Oscar Diaz o que não era falado no duplo sentido?

-----

Gente kk oi. Agradeço a mensagem de uma leitora que estava praticamente surtando, coitada. 
Desculpa a sumida mas meu 2020 foi um caos. Tinha dito que ia voltar a escrever depois do Ramadan e não fiz isso. Perdão. Nesse mês (tecnicamente) começamos um ano novo e nada melhor do que começar do jeito certo. 

Ps: eu disse que o hot estava vindo. Juro que está. Só estou criando o clímax para isso pq me perdi toda após a pausa no wattpad. 

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 20, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

𝗠𝗔𝗟𝗔 𝗦𝗔𝗡𝗧𝗔 ⎰⎰ 𝗼𝘀𝗰𝗮𝗿 𝗱𝗶𝗮𝘇Onde histórias criam vida. Descubra agora