XVI COMEÇO

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Última semana de férias, é a segunda-feira mais parada que eu já tive, Lucas dormindo, meu pai no trabalho, assisto TV. E desligo TV.
Escrevo artigo, estudo.

Alguém bateu na porta, que estranho.
Pelo olho mágico, vi que era o Marcos. O Marcos!!!

- Oii, eu corri e o abracei.

- Espera, você não está brava?

- Eu estive. Mas você tem o direito de seguir a sua própria história, e não posso prender você por causa da minha.

- Aiko, me perdoe, eu não sabia que ia embora, estava programado para o fim do ano que vem, quando terminasse o ensino médio nos mudaríamos para que eu pudesse estudar na academia de arte. Mas minha mãe prestou um concurso, e passou. A situação é "perfeita" eu tenho chorado esses dias, porque minha vida toda foi isso aqui. Essa cidade, os meus amigos.

- As vezes é preciso algumas mudanças, Marcos, para que realmente a gente descubra o que nos motiva.

- Obrigada por ainda estar, senhorita vácuo.
Vamos lá em casa? mamãe quer te ver!!

- Posso levar o Lucas?

- Claro!

Quando chegamos lá, conversei bastante com a Vívian, mãe do Marcos, ela estava ansiosa e empolgada, me contou que a vida havia sido sempre a mesma coisa. E pela primeira vez estaria trilhando algo diferente, ajudei eles a empacotarem algumas coisas, fotos embaladas, e enfeites embrulhados, livros em caixas. Havia uma pilha de bíblias, várias versões e idiomas.

- Vivian?

- Sim, querida.

- Eu posso ficar com uma dessas?

- Ah claro, até duas.

Peguei uma versão atualizada, e coloquei na minha mochila, o Marcos segurava o Lucas e fazia dele avião. Ele sorria muito e adorava aquela folia.

Liguei para o meu pai, e o avisei que estávamos lá, e almoçaríamos também. Ele achou ótimo termos saído um pouco.

No fim da tarde, fui caminhando para casa, o Marcos veio junto e o Lucas tentava ganhar nossa atenção dizendo que era o melhor em se equilibrar no meio fio da calçada, Marcos o colocou nas costas e começou a correr atrás de mim, até chegarmos em casa. Quando chegamos pedi para Lucas entrar, ele fez manha porque queria ficar mais, prometi a ele que assistiríamos qualquer coisa irada depois. Ele foi, o Marcos olhou para mim, e disse:

- Você é extraordinária, Aiko. Você carrega algo diferente, e nunca duvide disso, e não esconda no gelo, ou nas pedras. Creio que até quando você fizer isso. A Luz te trará de volta para o caminho.

- Eu tenho aprendido a sair detrás das pedras.

- Eu vejo.

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