III TOMAS

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Na manhã seguinte nos vimos na escola antes do primeiro horário, não covenversamos até todas as aulas acabarem.

- Tomas, está tudo bem?

- Tá...... Sim.... Aiko.....

Até amanhã.

Ele correu disparado até a saída, pegou a bicicleta e foi embora. Como eu vou caminhando para casa decidi passar na casa dele, não tive coragem de bater na porta porque lembrei da cena do dia anterior, caminhei novamente até a janela do lado e vi uma das coisas mais perturbadoras em toda a minha vida, o pai do Tomas havia batido tanto na mãe dele que ela estava debilitada, Tomas estava passando remédios no lado esquerdo do rosto cortado dela, haviam cacos de vidro no chão, e o choro alto do que parecia ser uma criança, coloquei a cabeça para o lado e vi uma garotinha pouco mais velha que o Lucas, toda bagunçada, parecia que não havia tomado banho ha uns dois dias.

- Vai lá, Nancy, chama apolícia, me denuncia, vai, sua cretina covarde.

- Robert por favor chega, vá embora...

a voz parecia fraca e abafada.

- Eu sei Nancy que você chamou a porcaria dos seus pais, não é?

- Eu vou embora e você nunca mais vai me ver sua cretina, e se você chamar a policia por causa dessas crianças idiotas e dinheiro, eu venho te pegar Nancy, e vai ser pior do que essa última vez.

ouvi o barulho de uma mala sendo arrastada, corri para fora, fiquei escondida na frente da casa atrás de uma árvore, o que parecia ser o tal Robert saiu da casa jogou uma mala suja no porta-malas, e foi embora.

Senti uma onda quente me impulsionar a entrar na casa, parecia uma voz, dentro de mim, agitada, e corajosa.

''entra na casa.''

Eu estava tão suada que prendi o cabelo num coque, atravessei a rua e bati na porta, ninguém veio. Eu entrei vi o Tomas chorando e limpando o sangue das feridas da mãe, a garotinha chorando jogada no chão.

- Tomas, quem é essa garota?

- Aiko, o que você faz aqui?

- Desculpem...

a garotinha veio correndo e me abraçou, Tomas me olhou e pediu encarecidamente:

- você pode fazer um lanche para ela, Aiko?

- claro...

A garotinha me levou até a cozinha apontou para o leite  e para uma caixa de cereal e disse:

- você pode deixar o leite quentinho para mim?

meu pai é chato e muito malvado, ele faz coisas ruins e me castiga. Ele foi embora, e machucou a mamãe...

- E qual é o seu nome, mocinha corajosa?

- eu sou a Sarah, eu tenho um unicórdio.

- sério? você poderia me mostrar depois...

Observei a Sarah comer o cereal, tive a certeza de que ela não havia tomado banho o dia inteiro, ela tinha 4 anos, era muito doce, Ajudei-a com o banho e arrumei seu quartinho de unicornios, quando terminei, a mãe do Tomas estava dormindo no sofá, e o Tomas me levou até a porta.

- Aiko, o que você viu hoje...

- Tá tudo bem Tomas, tá tudo bem...

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