rodando

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Mais um pra deixar vocês felizes nesse domingo!

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O jantar não estava nada menos que maravilhoso, afinal de contas minha mãe tinha pode aquisitivo para contratar os melhores funcionários que o dinheiro pode pagar, o que incluía um chef renomado por trás de criações da cozinha. Mesmo estando uma das sete maravilhas do mundo, meu pensamento não se mantinha naquele momento, o que não passou desapercebido pela matriarca Carvajal.

- Valentina, não que eu espere que você me agradeça por te proporcionar essa refeição digna de estrela Michelin, mas você poderia pelo menos falar alguma coisa durante o nosso jantar?

Ela já devia estar tentando chamar a minha atenção há um tempo, mas sua voz nem era absorvida pelos meus ouvidos. Tentei voltar a órbita terrestre e dar uma oportunidade de ao papo de dona Lúcia e tentar participar da conversa.

- Desculpe, mãe. Estou com a cabeça cheia. Mas você falava!?

- Sim, percebi que não sou prioridade sua quando se trata de atenção, mas estava comentando que encontrei com o José Herrera, ex-sócio do seu pai.

Não é de hoje que esse nome me dá asco. Por alguns motivos, na verdade. Primeiro que esse homem é asqueroso mesmo, com um ar de conquistador barato, sempre de olho nas mulheres ao seu redor e exibindo seu dinheiro de forma tosca. Segundo, porque por um bom tempo ele foi tema de briga na minha casa. Meu pai quase desfez a sociedade porque acreditava que minha mãe e ele tinham um caso, o que ela negado por ela com todas as forças. E terceiro, mas não menos importante, ele tinha um filho que era a sua versão mais nova. Desde cedo, Lucho, filho mais velho do casal Herrera, se comportava como o playboyzinho sem talento que era. Nunca fez nada para levar o nome da família adiante a não ser sair com mulheres da moda. A última era uma youtuber famosa por seus tutoriais de maquiagem e venda de produto de beleza, a futilidade em pessoa. Mas minha mãe sempre viu o garoto com outros olhos, tentando até me juntar com esse traste algumas vezes. E só o que me faltava, para deixar esse fim de semana mais traumático, era isso.

- Como eu ia dizendo, encontrei o José um dia desses e ele comentou que Lucho está solteiro e ...

- Dona Lúcia, nem continua a sua frase.

- Porque Valentina?

- Já conversamos milhões de vezes sobre isso e eu não tenho interesse algum no Lucho. Nem que ele fosse o último dos homens. – agora o meu mau humor que imperaria naquela mesa.

- Você nunca deu uma oportunidade pro rapaz e ele sempre foi muito doce com você.

Doce? Acho que minha mãe não sabe o significado dessa palavra. Lucho na frente das pessoas que importavam era um tipo de pessoa, mas quando estas não prestavam atenção, ele era um completo babaca. Me lembro de uma festa dessas da high society da qual nossas famílias eram sempre convidadas, pois nossos pais representavam diversos banqueiros, empresários e artistas que em sua maioria, deviam impostos para o governo. Em algum momento daquela festa, se é que poderíamos chamar aquilo de festa, fui para um canto depois de pegar uma água com gás. Senti alguém se aproximar de mim e uma mão foi direto envolvendo a minha cintura enquanto lábios encostavam na minha orelha esquerda.

- Você tá muito linda, Valentina. Daria tudo pra ter você na minha cama. – aquela voz asquerosa entrava pelos meus ouvidos e tudo que eu queria era gritar pro salão inteiro ouvir que isso nunca aconteceria, mas em prol da boa convivência, respondi educadamente.

- Lucho, por favor, tire seu braço de onde está e não se atreva a falar mais esse tipo de coisa pra mim, ok? – me afastei, mas não o suficiente. Ele ainda me segurava pela cintura.

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