eu fico

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Olá, bonitas. Sei que estou em falta, mas a vida não tá fácil nesse momento. Essa semana devo andar mais com a história já que folgas no trabalho estão previstas! Peço desculpas de novo e boa leitura. 

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Val POV

Saber o que a gente quer da vida é uma tarefa que parece simples, mas é talvez a mais dolorosa que existe. Quando a gente é criança, os adultos sempre nos perguntam o que a gente quer ser quando crescer. Respondemos sempre de acordo com a expectativa daqueles que nos criaram. Nenhuma criança responde que quer ser livre, quer quer ser feliz, porque não é o que os seus tutores querem ouvir. Eles querem estabilidade financeira e estrutural. Querem que a gente com 7 anos de idade reafirme que eles fizeram todas as escolhas certas por nós e no futuro daremos frutos e recompensas por termos sido bem criados. Eu queria que me perguntassem agora o que eu quero ser quando crescer.

- Então...quer sentar ali na sala? – sutil, Valentina. Sutil.

- Podemos.

- Você está com fome? Podemos pedir algo pra comer.

- Podemos.

- E você só vai me responder com essa palavra? – eu sorri esperando que ela ficasse encabulada, mas Juliana era uma caixinha de surpresa.

- Se você fizer a pergunta certa, eu tenho outra resposta. – eu poderia morrer com essa cara de superior que ela fazia ao responder dessa forma. Parecia que eu era uma jovem inexperiente pronta pra ser devorada. E será que ela tinha muita experiência? Linda daquele jeito, devia conquistar todas as mulheres que queria.

- Vamos começar por uma fácil de responder: prefere uma pizza ou um chinês?

- Se formos pedir chinês, eu tenho um lugar para indicar. É o melhor da cidade.

- Ah é, senhorita Valdés. Você é uma entendedora de comida chinesa?

- Vamos dizer que eu tenho um pezinho no oriente.

- Como assim?

- Minha avó era chinesa. – agora entendia aqueles olhinhos que ficaram quase nulos quando ela sorria. – Mas meu avô e o meu pai eram de origem latina, por isso acho que não dá pra perceber.

- Quando você sorri dá.

- Ah é? – ela estava no sofá, já mais acomodada.

- Sim, seus olhos ficam apertadinhos. – fiz menção com a mão mostrando o tamanho que ficavam.

- E que mais você reparou em mim, senhorita Carvajal? – seu ar burlão me dava raiva e ao mesmo tempo uma quentura no meu ventre. Maldita.

- Nada. Não reparei nada de mais. – quis jogar o jogo. – E você, por acaso me analisou?

- Algumas coisas só.

- Humm. E nessa pequena análise, viu algo interessante? – apoiei meu queixo no meu punho, esperando uma resposta.

- Não reparei nada de mais. Só que o azul do seu olho muda completamente de tonalidade dependendo do que você tá sentindo, que sua pele tem a textura de um pêssego, como se  jamais tivesse sido tocado antes, que seu cheiro é a essência bem feminina, sem nenhuma acidez, nenhum exagero. É doce, mas daqueles que não enjoam, sabe? E também reparei que uma pinta pequenininha e linda no pescoço que dá vontade de arrancar com os meus dentes. Tá bom pra você?

Acho que ninguém nunca se aproximou tanto de mim para reparar em coisas desse tipo. Sempre ouvi elogios superficiais, mas quando as pessoas chegavam perto o suficiente para me conhecerem, não viam nada daquilo que esperavam. Eu não podia imaginar que um dia alguém me falaria coisas tão positivas, e muito menos que eu iria responder a elas da forma que o fiz. Sem nem pensar duas vezes, até porque se eu pensasse duas vezes com essa garota, nunca a teria trazido pra minha casa, eu me aproximei do corpo dela como uma lince e levei minha boca diretamente a sua. A principio, Juliana levou um susto e seu corpo foi jogado pra trás, mas em apenas alguns segundos, ela se permitiu fechar os olhos, se deixar ser beijada por mim. Eu estava dando os primeiros passos e ela me deixava explorar, como fazia agora, com a minha língua dentro da sua boca. Que que você tá fazendo, sua louca? Vai repetir a cena de mais cedo? Se controla só um pouco. Tive forças pra me afastar e me afastei, deixando uma Juliana boquiaberta e sem ar na minha frente.

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