o meu problema

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Como eu demorei pra escrever, tem presente pra vocês.

Boa leitura, amadxs!

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Juliana POV

Foda-se o que eu queria. Era exatamente isso que estava acontecendo agora. O que eu queria era indiferente, já que novamente eu me encontrava com a mulher mais insuportavelmente enlouquecedora ao meu lado, dentro de um carro a caminho de um local desconhecido. O silêncio era absoluto naquele momento, o que me deixava ainda mais inquieta. Eu precisava me meter naquilo agora? Estava tudo certo pra eu dar um bom passo na minha vida, eu ia embora, ia me livrar de todo o lixo que foi a minha vida até aquele momento, mas ai chega ela com o pé na porta e a mão na cara de um tarado e me faz questionar tudo o que eu tinha planejado. Convenhamos, como eu ia me negar a ir a algum lugar com ela, quando tudo o que eu queria era simplesmente entrar naquele cérebro e entender o que estava se passando ali? Nem me atreveria a dizer que queria entrar no coração, pois eu já previa que eu ficaria na lama se algo desse errado entre nós duas, o que tinha uma probabilidade grande de acontecer.

- Você pode me falar pra onde a gente tá indo, Valentina? – perguntei enquanto o rosto dela se mantinha perto da janela e olhando para fora.

- Não. Não posso.

- E porque?

- Porque eu ainda estou tentando acreditar no que eu tô fazendo.

- O que exatamente você tá fazendo que é tão difícil de acreditar? – ela finalmente me olhou, emanando um ar confuso, mas não era afoito nem nervoso, sendo mais questionador.

- Eu tô aqui, nesse carro, com uma mulher. Com você. E eu tô tentando controlar toda a minha vontade de repetir o que eu fiz na sua sala. – eu engoli seco. Toda vez que a sinceridade dela vinha à tona era com rispidez.

- E porque você se controla tanto? – minha pergunta era sincera, pois eu estava disposta a lidar com o que viesse se ela não se controlasse. Será que estava?

- Pois é a primeira vez que eu não quero ter controle de nada. E isso me assusta. Você entende? – era como conversar com uma criança, que fala o que pensa e não tem filtro. Era lindo e conturbado, porque me parecia que ela nunca tinha tido a escolha de fazer algo impulsivo. O que será que houve no passado dessa garota?

- Acho que entendo. Mas você tá tendo controle.

- Estou?

- Sim. Eu tô no seu carro, com o seu motorista sem ter ideia de onde você está me levando e ao mesmo tempo, por você se controlar, você faz com que eu me controle pra não colocar essa mecha de cabelo atrás da sua orelha e abrir espaço pra eu poder beijar todo o seu pescoço. – eu queria provoca-la, pois não seria somente eu completamente perdida em desejos. Queria ve-la sair desse personagem correto e assustado. Um sorriso encabulado surgiu em seu rosto e ela o virou para a janela de novo. Droga, acho que fui longe demais.

- Já estamos chegando. – sua voz saiu baixa e eu voltei a minha posição inicial, olhando para as minhas mãos e aguardando o destino que Valentina preparava pra mim.

Nos aproximávamos de um dos bairros mais nobres da cidade e eu me perguntava se estávamos indo onde eu pensava que estávamos. Valentina não me parecia uma pessoa que gostava de lugares muito cheios e não se sentia confortável em qualquer ambiente, por isso comecei a ficar tensa com a possibilidade de estarmos indo para a casa dela. Ai, Deus. Me dê autocontrole e muita paciência pro que vem a seguir.

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