1° Nascimento

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Oi! Só vim desejar uma boa leitura, espero que gostem.
Me perdoem pelos possíveis erros de português/digitação, estou fazendo o meu melhor para revisar.
Se quiser, deixe seu voto! ❤️

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1874

Escutava-se o som da chuva lá fora e sentia a umidade da mesma em sua pele, algo...grudento? mórbido, talvez.
A sinfonia da água era esmagadora, escorrendo pelos cômodos do local,o cheiro de mofo, madeira molhada e tabaco o lembrava de épocas difíceis, onde a sua esperança era uma vida com condições melhores.

O bastardo, como era conhecido, caminhava tranquilamente pelo longo corredor dos dormitórios, no auge da vitalidade, aos 25 anos. O jovem pensava nós últimos acontecimentos. A notícia se espalhou rapidamente, rainha Ludovica, outrora dita como estéril, deu a luz a seu primeiro filho, uma criança pequena e rechonchuda, quase translúcida, com suas bochechas rosadas. Seu choro foi emitido com um eco por todo andar, canticos de alegria e sussuros de bençãos preenchiam o local.

Escuto o choro distante do quarto, meu pai deve estar feliz agora, é provável que Ludovica faça uma enorme festa, cheia de músicos e reinos estrangeiros, digna de um herdeiro ao trono. Bom...daqui a algumas horas vou visitá-la.

[...]

-Vida longa ao futuro rei!-
Disse Helena, a parteira real, com euforia.

A jovem mãe segurava o menino contra seu colo, com os olhos brilhantes e expressão cansada, onde secretamente, agradecia aos deuses por aceitarem sua oferta.

Em um brusco estalo, a porta se abre.
Um alto homem entra no recinto, com a longa espada fazendo um arranhar metálico no chão, todos se abaixam, fazendo uma exagerada reverência, ali estava ele, o rei, com sua aparência distinta e olhar sério.

Seu rosto era marcado por cicatrizes de varíola, que também acometeu seu olho direito, o deixando quase cego. Seu cabelo castanho grisalho, com leves ondas que encostam nos ombros. O corpo robusto, bronzeado e com músculos, devido ao excesso de treinamento ao ar livre, é um homem com seus 40 anos, apesar de mostrar comportamento autoritário e arrogante com seus súditos,era complacente com sua esposa e desejava arduamente um herdeiro aprovado pela nobreza e o instável clero. Seu filho mais velho, Louis, era um bastardo, resultado de uma noite com muito vinho, sua mãe era uma nobre de baixo escalão,que faleceu no parto. Louis é conhecido por ser enganador, libertino e de temperamento explosivo, sua aparência sempre engana as recém chegadas na corte,nunca poderia ser um rei, sua linhagem não é pura, nem se porta como tal.

Edgar se dirige para grande cama de sândalo, a fragrância doce da madeira poderia ser sentida por séculos. Ele senta na borda do colchão e afasta o extenso dossel do seu lado, sua esposa estava com gotículas suaves de suor na testa, seu espesso cabelo loiro escuro descia como cascatas no travesseiro, olhos acobreados olhavam atentamente ao pequeno bebê.

-Posso pegá-lo?-Disse ele hesitante ao aproximar seus braços da criança.

Ele a pega delicadamente e analisa sua feição, recém nascidos são parecidos com joelhos, pensa Edgar, divertido.

[...]

Observo como meu marido segura nosso filho, todos saíram do quarto, nos deixando a sós. Finalmente consegui conceber um herdeiro legítimo para esse reino, penso.
Sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto, tento limpar antes que Edgar veja, mas como um bom observador, ele não deixou escapar esse detalhe.

-Por que está chorando?-

-Não é nada- respondo rápido demais. Sinto seu olhar questionador me encarando, como se soubesse a verdade.

-Eu só estou muito feliz, já não tinha tanta esperança que fosse conseguir engravidar.-

- Também estou feliz por tudo ter dado certo no final das contas. - Veja...ele se inclina levemente em minha direção e mostra nosso pequeno pedacinho de gente com o dedo na boca.

-Temos que escolher um nome, algo forte e bonito também...que tal, clarencio?-

- Clarencio?! Ele me olha incrédulo, como se eu tivesse sugestionado para chamar o bebê de...cavalo!-

-Por favor, Ludovica...um pouco mais de criatividade! Diz ele com uma falsa expressão de desgosto.-Quem diabos respeitaria um rei com esse nome? Pobre criança.- Acho melhor algo como...fico pensativo, Bartolomeu?Lucien?August?-

-Nossa! Estou extremamente ofendida, senhor rei! Os tempos estão mudando não estão? Talvez um nome diferente possa ser interessante, mas já que o meu queridíssimo e amado soberano não gostou, tudo bem!-Digo com tom de brincadeira. -Eu gosto de August, acredito que um tio meu tem esse nome, ou é Albert? Não importa...gostei desse.

-Então está decidido,seu nome será August.-Mil vezes melhor que clarêncio, digo mentalmente.

[...]

AscençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora