* Como vocês me pediram uma continuação para o capítulo Covarde, resolvi fazer esse capítulo. Como já faz muito tempo que escrevi Covarde, sugiro que vocês leiam ele antes de começar esse aqui.
* O capítulo Por que? não é uma continuação de Covarde, só para esclarecer dúvidas, nenhum capítulo dessa história é continuação de outro, exceto este, pq vcs pediram.
Boa Leitura
O funeral já havia acabado, mas ele continuava imóvel, os olhos fixos na lápide.
- Eu e os garotos já vamos. James esta esperando o senhor no carro. - a mulher ruiva disse ao se aproximar do pai.
- Diga a seu irmão que ele pode ir sem mim, vou ficar mais um pouco, vejo vocês na Toca. - Harry sorriu para filha.
Lily abraçou o pai mais uma vez antes de partir.
Harry Potter não saberia dizer quanto tempo ficou olhando as palavras gravadas na lápide de sua mulher até que ele se aproximasse.
- Ela é a cara da mãe.
O moreno não se deu ao trabalho de olhar para ver quem era. Ele já sabia.
- Sim, ela é sim. Por que não se juntou a nós na cerimônia? - indagou se virando para o homem vestido inteiramente de negro.
- Nem todos lidam tão bem com a morte como você, Potter.
Era uma alfineta típica de Draco Malfoy, mas Harry já estava velho demais para se irritar ou se ofender com algo tão banal quanto aquilo. A única reação do moreno foi uma risada estrangulada.
- Gina costumava dizer que o meu problema era não conseguir superar a morte daqueles que amo, e ela estava certa, como sempre. - Ao se lembrar das palavras da mulher, o ex-auror não conseguiu conter as lágrimas. - O engraçado, Malfoy, é que a 61 anos atrás, eu aceitei minha morte, e a última coisa que eu vi, antes da maldição da morte me acertar, foi o rosto dela, os cabelos ruivos brilhantes, e seu sorriso. Sempre pensei que eu iria ter essa mesma visão quando a morte viesse me buscar de vez, a única diferença é que os fios ruivas estariam brancos e o sorriso marcado pelo tempo. - Ele sorriu, ainda chorando. Retirou seu óculos de aro redondo e o limpou no terno preto. - Nunca disse isso para ninguém, nem mesmo pra ela.
Draco olhou para Harry sem saber o que dizer, nunca havia imaginado tal coisa, o já grisalho, Draco Malfoy, nunca ouvirá Potter falar tanto e de uma vez só.
Eles ficaram vários minutos em silêncio, até por fim, Draco conseguir perguntar.
- E por que esta me contando isso?
- Porque você é o único que pode entender o significado do que lhe contei, pois você a ama como eu amo.
O Malfoy não deveria estar surpreso, mas estava. Irritantemente o menino que sobreviveu sempre sabia algo que ele desconhecia.
Harry revirou os olhos para o homem ao seu lado. - Toda vez que você a via seus olhos brilhavam, como os meus, ao me ver no espelho ao lado dela.
Draco não pode deixar de rir com a ironia de toda aquela situação.
- O engraçado é que você só pode ter essa visão por minha causa, a final parece que você deveria me agradecer por ser um maldito covarde. Se eu tivesse ido atrás dela naquela maldita noite, naquela maldita guerra, talvez fosse você no meu lugar agora.
Não existia raiva nas palavras de Draco, só uma profunda reflexão do que poderia ter sido, daquela futuro provavelmente impossível, que só poderia existir em sua imaginação.
- É, talvez, mais uma vez eu tenho que agradecer você por salvar minha vida. - O olhar de interrogação de Malfoy foi o suficiente para o moreno continuar. - Eu não teria conseguido construir uma vida, uma família depois da guerra se não fosse por ela, eu nunca teria suportado a dor, eu sucumbiria ao luto, Gina Weasley me salvou de todas as formas que alguém pode ser salvo, e ela era a única que poderia ter feito isso por mim. - as lágrimas voltaram ao olhos verdes.
- Ela salvou nós dois Potter, de várias formas. Também foi por causa dela que eu tenho uma família, ela foi a primeira pessoa a acreditar de verdade em mim. Ela me deu forças, sem ao menos perceber. - revelou.
Com um sorriso Harry contou: - Ela costumava brigar com Rony, quando ele dizia que você tinha feito todas as escolhas erradas, ela falava "Malfoy não fez as escolhas erradas, ele fez as escolhas difíceis" e o assunto sempre se encerrava ali, ninguém tinha coragem o suficente para rebater o furacão Gina Weasley.
Ambos os homens riram, pois aquele era um fato que ambos já haviam aceitado há anos.
As risadas foram quebradas pelo moreno. - Você teve uma vida feliz, Draco? Mesmo não a compartilhando com Gin?
O loiro refletiu por um momento. - Sim, sim eu tive. Eu encontrei Astória, não a amei como amei Gina, nunca conseguiria amar alguém como amo Gina, mas meu casamento foi baseado em respeito, admiração, honestidade. Astória sabia sobre os meus sentimentos, e elas os compreendia porque também havia passado por algo semelhante, a diferença é que o homem que ela amou morre. Nós fomos felizes, tivemos nosso menino, o criamos para ser melhor do que nós fomos. Tive uma boa vida Potter, e é por isso que estou aqui, só consegui ter essa vida graças a ela, e tinha que dizer a ruiva, mesmo que ela não possa ouvir.
- Ela pode, acredite, e tenho certeza que ela está orgulhosa de você. - foi tudo que Harry disse.
Draco se virou para Harry, fazendo assim o ex-auror ver as lágrimas que escorriam dos seus olhos cinzentos.
- Eu também tenho que agradecer você por tê-la feito feliz.
Harry nada disse, apenas sorriu e se retirou, o deixando sozinho encarando as palvras na lápide da ruiva.
Ginevra Molly Weasley-Potter
(11/08/1981 à 17/09/2058)
amada filha, amiga, esposa, e mãe.
"Lute apenas pelo que você acredita"
* Esse capítulo se passa mais o menos 61 anos depois da Guerra, Harry e Draco tem 78 anos e Gina morreu com 77.
*Espero que tenha gostado, votem e comentem.
Bjs da tia Charlie🌙
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Provavelmente Impossível
Teen FictionPequenas histórias sobre Draco e Gina e tudo que eles poderiam ser...