CAP.9

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obs: palavras em itálico simbolizam que a/o personagem está em uma ligação.
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Já se passou bastante tempo desde a última vez que saí, me mantenho bem focada em terminar o último monte de livros que peguei. Enquanto não os lia ou conversava com Thomas ou com Steve, as conversas com Thomas eram bem divertidas e de certa forma bem idiotas, em certos momentos específicos eu também arrancava alguma informação de grande uso. Por enquanto nada direto mas sei que ele esconde algo, toda vez que menciono algo ou pergunto algo que venha a lembrar do motivo do pai dele estar aqui ele hesita ou gagueja, tirando isso descobri que o pai alugou uma casa com o endereço bem próximo ao hospital, e sua esposa também madrasta de Thomas pelo oque ele me disse está como voluntária no hospital, a quê? Ele falou que não sabe, mas pretendo descobrir.

Já com Steve é outra coisa, ele me traz um sentimento diferente e uma sensação única. Ele é o típico garoto perfeito, príncipe encantado ou algo assim, só ainda não vi o lado romântico dele. Hoje numa conversa sobre desenhos animados eu chamei ele pra assistir uma animação no cinema, nunca estava tão cheio por causa das pessoas ainda terem medo do vírus então ele aceitou. Coloquei uma calça jeans e uma camisa normal, um tênis habitual e nada fora do comum, deixei meu cabelo solto e fitei muito bem meus cachos deixando meu cabelo volumoso e arrumado.

Meu pai estava trabalhando e minha mãe passaria o dia em casa porque estava com dor de cabeça, e ela me deixou sair então tudo bem. Marcamos de nos encontrar lá, mas dessa vez eu fui de bicicleta pois era meio longe o cinema. Ao chegar o vi parado de costas conversando com o bilheteiro, pareciam bem animados. Antes de ir até ele observei um pouco o lugar, as luzes com cores fortes e em lugares acertivos traziam uma enorme ansiedade, eu me sentia como se estivesse a anos atrás, como se eu ainda pudesse viver normalmente e o toque não fosse proibido, como se eu pudesse ser um personagem do livro o algo assim.

-Oi, animado?- Pergunto a Steve ao me aproximar do mesmo e observar sua roupa, ele assente com a cabeça e me abraça. Queria saber se sua pele era quente ou fria ou algo assim, mas mesmo o tecido transparente que estava além do tecido branco fosse fino ainda não era possível sentir.

-Nada fora do normal- Ele separa o abraço- Vamos?- Ele aparenta sorrir por baixo da máscara dessa vez branca e não transparente.

-Vamos.- Sorrio alegre e compramos os ingressos, queria comprar pipoca mas mesmo se vendesse eu não poderia comer mesmo.

Escolhemos uma das animações em cartaz assim como o sugerido, entramos na sala de cinema e sentamos nas últimas cadeiras. Além de nos tinha mais algumas pessoas pessoas, um garoto e garota mais a frente e uma pessoa sozinha, o casal estava de mãos dadas e a pessoa se concentrava em aparentemente tirar o forro da cadeira, uma aparentemente família composta por um casal e duas crianças loiras.

-Você tem namorada?- Pergunto virando o rosto pra olhar Steve enquanto os trailers passam, ele solta uma risada e me olha também.

-Não, eu...- Meu telefone toca o interrompendo e eu peço licença pra atender.

-Que foi peste?- Pergunto irritada ao sair da sala e atender a chamada.

-Nossa, você tá bem? Parece irritada docinho.- Thomas ironiza rindo.

-Ha ha ha, muito engraçado você. Mas é sério, oque você quer? Tô ocupada.

-Bom, vai ter uma social em casa amanhã. Não sei se posso chamar de social mas tanto faz, você poderia vir e trazer suas amigas, traz a Kate viu? Ela tá meio sumida.

-Vou pensar no seu caso e falo com elas, agora eu preciso mesmo ir.- Digo ansiosa.

-Você tá nervosa pra um final de livro, porque infrigiu leis ou porque tá com alguém?-Ele pergunta curioso e eu gaguejo um pouco hesitando em responder- Quem tá com você Cecília?

-Steve.- Respondo apreensiva.

-O meu amigo?

-Sim, porquê? Algum problema de estarmos num encontro?-Pergunto quando escuto o filme já começando.

-Encontro? Não é que...- Ele ri descontroladamente me atrasando mais, reviro os olhos estressada e bato o pé.

-Olha Thomas você é um chato tá bom?- Bufo e desligo ainda com o mesmo rindo, volto pra sala de cinema e sento rapidamente ao lado de Steve vendo que o filme já tinha se dado início.

-Quem era?- O moreno pergunta.

-Ninguém importante.- Minto e sorrio em seguida ambos voltamos o olhar pro telão.

...

Depois que o filme acabou saímos da sala, felizes eu acho, eu estava um pouco incomodada não com ele, mas com algo que não sei dizer então posso dizer que não estou totalmente bem. Saímos conversando, rindo e contando piadas, amamos contar piadas sem graça. Andamos no meio fio, eu quase caia as vezes mas era divertido, passamos pela praça mas como o Sol já havia ido embora a aparência do céu não estava tão bonita o deixando nublado e talvez meio azul, os poucos postes já iam se ligando. Ele me deu uma carona depois de passearmos um tempo, me deixou na porta de casa e por alguns segundos me senti num clichê romântico.

-Obrigado por hoje, foi incrível.- Disse tímida o olhando.

-Que nada, também me diverti bastante. Gosto de você Cecília.- Meus olhos encontram os dele e eu o encaro por um tempo.

-Sério? Bom, eu...- Gaguejo um pouco- Também gosto de você Steve.- Digo tentando entrelaçar nossos dedos mas ele recua.

-Calma, você tá entendendo as coisas errado Ceci.- Ele ri- Eu gosto do mesmo que você.

-Que?- Penso um pouco e me dou conta do que ele fala e rio alto- Meu Deus Steve, me perdoa eu não sabia.

-Tudo bem, tudo certo.- Ele ri de novo talvez pra não me deixar tão nervosa, ele sempre foi calmo e calado e eu mal o deixei falar naquela hora- Nos vemos outro dia Ceci.- Ele sorri e vai embora, e eu apenas aceno com a mão, em seguida entrando em casa.

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Oi gente! Tudo bem? Então, vim ressaltar uma coisa que devia ter explicado antes. Bom, eu sou evangélica e apesar de não apoiar as práticas homoafetivas elas existem, e eu particularmente não cogitei a possibilidade de escrever uma história sem personagens do meio LGBT como Abby e Ashley além de agora o Steve. Eu quero que as pessoas leiam minhas histórias e possam se identificar com atitudes, aparência ou até opção sexual dos personagens, na minha cabeça não faz sentido escrever a história num mundo todo hétero (na teoria), se você é homofobico ou não gostou do jeito que eu coloquei os personagens sinto muito mas de verdade, precisava deixar essas notas aqui no final.

Amo vcs, beijinhos💙

Um Amor ContidoOnde histórias criam vida. Descubra agora