Celular Carente

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— Make believe i'm everywhere...

— Given in the light~

— Written on the pages...

— Is the answer to a never ending story~ — Tzuyu, Chaewon e Jiwoo cantaram juntas.

Ou melhor, gritaram.

— Dá para as três calarem a boca?! — Heejin já estava sem paciência.

Já Mina estava jogando no seu celular.
Tudo isso, de certa forma, acaba sendo comum na visão de outras pessoas. Como se fosse rotina, eles somente as ignoravam.

— Mas essa música é boa demais. — Jiwoo disse com um bico nos lábios.

— E eu ligo? Todo dia vocês ficam gritando essa música pelos cantos.

— Sai maluco, todo dia isso, vai se foder. — Mina disse do nada e caindo em uma crise de risos depois, deixando todas confusas e somente a ignoraram e voltaram a discutir.

— Não temos culpa de você achar essa música irritante. — Tzuyu cruzou os braços.

— E também temos o direito de cantar. — Chaewon entrou na discussão.

— É, mas não ficar 𝘨𝘳𝘪𝘵𝘢𝘯𝘥𝘰 pelos cantos. — Heejin enfatizou o "gritando".

— As madames poderiam parar de ficar discutindo por besteira e prestarem atenção na aula? — Mina, que estava jogando até agora, falou algo de útil.

— Mas você tá no celular. — Tzuyu disse confusa.
— E?

— Não pode usar celular na aula.

— E?

— Tchau, Mina. — Sentou-se em sua mesa.

— Myoui Mina. — Seu professor chamou. — Poderia dizer o que é isso na sua mão?

— Um celular, tá cego?

— E por que você está com um celular no meio da aula?

— Porque ele chegou em mim e disse "me usa, Mina, por favor! Eu não aguento mais ficar parado aqui!".

(...)

— Eu não acredito que você foi pra coordenação por estar mexendo no celular na aula. — Jungeun dirigia o carro em direção a sua casa junto das suas filhas.

— E ainda resolveram tirar o meu celular ao invés do dela. — Sana revirou os olhos.

— Mas você quebrou o nariz de uma garota, Sana. — Momo comentou mexendo no seu celular.

— Cala a boca, Momo. — Sana revirou os olhos.

— Sua mãe vai te matar, garota. — Jungeun lembrou rindo.

— Mas você já é uma das mães dela. — Momo disse confusa.

— Ai Momo, cala a boca, vai. — Sana revirou os olhos novamente.

— Eu sei, omma. — Mina falou pela primeira vez desde que entrou no carro. Por ela, nem contaria para duas mães sobre o ocorrido, porém a escola foi mais esperta e ligou para elas. — Você vai contar pra ela?

— Como uma boa mãe responsável, é óbvio que vou contar. — Virou-se para sua filha com um sorriso travesso. — Pena que eu não sou isso. Pode ficar tranquila, se depender de mim ela nunca vai saber.

— Obrigada, omma. — Agradeceu sorrindo.

— E por que você não foi essa mãe nada responsável comigo?!

— Porque quem resolveu seu caso foi a Haseul.

Sana estalou a língua. — Vida injusta, essa.

— Omma, eu tô com fome. — Momo largou o celular e entrou de vez na conversa.

— Já estamos chegando.

— Mas eu tô com fome.

— Tô vendo nosso prédio daqui.

— Mas omm-

— A gente já tá chegando, caralho! Cala a boca, Momo. — Mina gritou sem paciência nenhuma.

O carro ficou em silêncio. Ninguém havia escutado Mina falar um palavrão sequer. Todos pensavam que naquela casa somente Momo e Jungeun ousavam falar tais coisas.

O choque prevaleceu até chegarem no prédio e descerem do carro.

— Ei, garotas. — Jungeun chamou. — Não contém nada pra mãe de vocês, tá bom?

(...)

Mina estava na maior paz do universo. Deitada em sua cama, com a cortina tampando a luz do inferno conhecida como raios solares, o ar condicionado ligado e o quarto totalmente escuro.
Um belo paraíso, ela diria.
Estava quase dormindo até que escutou algo arranhando sua porta. Porém ela ignorou.

Mas o barulho continuou, e isso estava a irritando. Levantou-se com muito esforço e olhou para a sua porta, dando e cara com seu gato querendo sair.

— Mozuku, eu achava que você era meu amigo. — Resmungou abrindo a porta. — Mas você não quer nem me deixar dormir em paz.

Após seu gato lhe ignorar e fechar a porta, voltou para a cama e voltou ao seu estado de paz.

Isso prevaleceu até que ela realmente conseguisse dormir. E passou a tarde inteira assim.
Até que...

— Myoui Mina! — Haseul entrou no seu quarto com tudo, até direito de quase quebrar a porta ela teve.

— Hm? — Resmungou sonolenta e com os olhos fechados.

— Que história é essa que você foi para a coordenação?

— Sei lá. — Virou-se para a direção oposta da sua mãe e tentou dormir.

— Estou falando sério, Mina. — Ligou a luz do quarto, fazendo a mais nova emitir um som de morcego e cobrir até sua cabeça com o cobertor. — Você sabe que é errado mexer no celular durante a aula, não precisamos lhe ensinar isso.

— a. — Sim, ela somente disse "a".

— Quando você pretendia me contar isso?

Mina olhou para sua mãe e sorriu amarelo. — Então, omma Seullie, como foi seu dia? Inclusive o sol está radiante agora, não? Você tá linda!

— Isso fica comigo. — Pegou o celular da sua filha. — E está de noite.

— Mãe! — Choramingou, mas ela já fechou a porta. E ainda deixou a luz ligada.

Mina teria que viver sem o celular agora.

Ela teria que encarar os encostos que são suas amigas.

Iria passar as aulas sem escutar música.
Não iria mais poder jogar seu joguinho durante a aula.

Ficaria tendo que aguentar os gritos das suas amigas durante o intervalo.

Não poderia escutar música durante a volta para casa e teria que aguentar suas irmãs brigando.

É, Mina está ferrada.

Eu só queria jogar, poxaOnde histórias criam vida. Descubra agora