não vou chorar por mulher

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— Tem certeza que você vai ficar bem? — Momo perguntou olhando nos olhos da sua irmã.

— Sim. — Mina murmurou. — Não vou ficar chorando por mulher.

— Isso aí, mana. — Momo sorriu. — Agora tchau porque daqui eu já tô conseguindo ver Jinsoul acenando pra mim.

— Tchau, unnie. — Despediu-se. — E manda um oi pra Jeongyeon por mim.

— O resto vai ficar enchendo seu saco, sabe disso, né?

— Sei. — Riu vendo Momo ir de encontro às suas amigas.

Seguindo o exemplo da sua irmã, seguiu-se para a sala de aula.

Ela não queria admitir, porém está um caco. Esse fora, de fato, um dos piores finais de semana que já teve.

Além de ficar triste, teve que cuidar de seu primo mais novo irritante durante o domingo inteiro.

Ainda sim, ela está seguindo firme.
Quando chegou na sala, estranhou o fato de somente Heejin estar lá.

— Cadê o resto? — Mina perguntou sentando-se ao lado de sua amiga.

— Eu já ia perguntar isso. — Respondeu. — Eu mandei mandei mensagem pra elas, mas nenhuma respondeu.

— Que estranho. — Murmurou.

— E você, como tá? — Virou-se para a banca de Mina.

Suspirou. — Tô firme e forte. Eu não me abalo fácil.

— Não precisa mentir pra mim, Mina.
— Mas eu não tô mentindo.

— Tá sim. — Encostou a cabeça na parte de trás da cadeira. — Você mente muito mal para as pessoas que realmente se importa, Mina.

— Eu tinha esquecido disso. — Murmurou cabisbaixa. — Eu só não entendi o porquê dela ter feito isso, sabe? Brincar com alguém desse jeito. Mostrar que gostaria de me beijar mas depois dizer pra esquecer isso.

— Olha, — Ajeitou-se na cadeira ao ver a professora entrando na sala. — Eu não sei o que se passa na cabeça dela, mas deve ter um motivo válido pra ela ter feito isso.

A conversa acabou ali pois a professora começou a aula, porém as palavras de Heejin ecoaram pela mente de Mina. Será que realmente havia um motivo sério para ela ter feito aquilo?

E ainda há suas amigas que estão desaparecidas para ocupar ainda mais sua mente.

[...]

Já está na segunda aula e nada de suas amigas aparecerem.

Resolveu falar com Heejin, mas ao virar-se para o lado, viu que ela estava dormindo, desistindo da ideia na hora.

Suspirando, encostou cabeça na parede e resolveu tentar dormir também, até que escutou o barulho da porta se abrindo e ao abrir os olhos, deparou-se com o restante das suas amigas entrando. O que lhe chamou a atenção foram os olhos vermelhos de Tzuyu, dando a perceber que a mesma estava chorando a pouco tempo.

Observando elas se sentarem — E Jiwoo dar um tapa na cabeça de Heejin — caladas, Dahyun quebrou o silêncio.

— Depois a gente conversa.
E nenhuma delas conversaram entre si até dar o toque para o intervalo. Porém, quando ele chegou, a primeira a levantar foi Tzuyu.

— Precisamos conversar. — Disse olhando para Mina, que murmurou um "ok" e ambas saíram da sala.

— Você acha que elas vão ficar bem de novo? — Jiwoo perguntou às meninas.

— Sinceramente? Não sei. — Chaewon. — Do jeito que a Mina é, vai aceitar qualquer coisa que a Tzuyu disser.

— Gente, o que tá acontecendo? — Heejin perguntou confusa, já que ninguém havia lhe explicado nada.

[...]

— Me desculpa.

Assim que ambas foram para um local afastado da arquibancada, Tzuyu já começou o assunto.

— Tudo bem. — Mina respondeu simples.

— Não, não tá "tudo bem" — Sinalizou com as mãos. — Eu sei o quanto você ficou mal, Mina. E sei que um pedido de desculpa não vai resolver isso.

— Tzuyu...

— Não, Mina. — Interrompeu. — Eu fui egoísta e só pensei em mim mesma, sendo que aquilo envolvia os sentimentos de outra pessoa, uma extremamente importante pra mim. Eu quero consertar isso, porém do jeito certo.

— Como seria esse seu "jeito certo"?

— Voltando ao começo. — Respondeu, deixando a japonesa confusa. — Mina, você é muito importante pra mim, e não sabe o quanto eu tô me sentindo horrível pelo que fiz. Eu não vou pedir uma segunda chance, porque isso não é uma escolha minha, e sim sua. Se você quiser, posso lhe explicar o motivo da merda que eu fiz, se não, tudo bem.

— Eu quero saber. — Murmurou.

Suspirou antes de começar. — Eu moro com minha tia desde que nasci, e é por esse motivo que nem você e nem as meninas foram para minha casa. Lá tem um clima muito pesado, porque além de eu não conversar muito com ela, ela é extremamente homofóbica. Se soubesse que eu converso com vocês, ela viria aqui na escola só para falar que vocês vão pro inferno, sério.

— Ela já me disse para não me relacionar com garotas, senão eu iria ser expulsa de casa. — Continuou. — E isso me machuca muito. Eu não sei o que aconteceu lá no trem fantasma e nem o porquê de eu ter feito aquilo, mas eu quero dizer que gosto de você, Mina. E eu tenho medo disso, por causa da minha tia.

— E eu vou entender se você não quiser me perdoar também. — Finalizou.

— Tzuyu... — Passou as mãos pelos cabelos tensa. — E-Eu não sabia disso. Por que você nunca falou sobre isso?

— Eu não me sentia segura. — Fechou os olhos e encostou sua cabeça na parede. — Porém pra pedir desculpas, eu tenho que explicar o motivo de ter feito aquilo.

— Não posso dar uma resposta agora, Tzuyu. — Esclareceu. — Isso é uma questão para se pensar.

— Eu sei. — Abriu os olhos.

— Mas podemos voltar a conversar enquanto eu decido?

— Claro. — Sorriu. Um sorriso não tão verdadeiro assim, mas que passou despercebido pela japonesa.

— Ainda bem. — Retribuiu o sorriso, ele também não era tão verdadeiro, porém a taiwanesa, diferente de si, notou.

— Mina? — Chamou.
— Sim?

— Independente de tudo, eu vou aceitar o que você decidir, ok?

— Ok. 

Eu só queria jogar, poxaOnde histórias criam vida. Descubra agora