— E aí, como foi a festa? — Perguntou através da ligação.
— Tzuyu, você tem noção de que horas são? — Perguntei com o celular apoiado entre meu ombro e minha orelha enquanto ligava o meu amado console.
— Deixa de coisa, garota. — Eu nem 'tô vendo, mas sei que ela revirou os olhos. — 'Tá cedo ainda, além de que você deve ou estar vendo seus animes ou jogando no console. — Fiquei calada. — E pelo visto acertei.
— Eu não concordei com isso. — Me sentei no chão e apoiei minhas costas na cama. — Aliás, você perdeu a minha irmã e uma garota da sala dela roubando um monte de doce antes de começar o parabéns, todas as meninas se juntarem pra bater nelas e elas tomarem no cu. De acordo com âmbas, essa era a tal "missão secreta" delas.
— Caralho! — Exclamou enquanto ria. E eu acompanhava sua risada, né. Tenho que rir da desgraça dos outros.
— A outra garota eu não sei o que aconteceu com ela, mas a Sana tá trancada no banheiro desde que chegamos porque ela se atolou de doce! — Ri mais ainda.
— Manda um oi pra ela por mim.
— Posso mandar agora mesmo, olha.
Mudei para chamada de vídeo, dei um oizinho pra Tzuyu — Ela retribuiu — E fui em direção à porta do banheiro.Bati três vezes na porta, recebendo um "se for a Mina ou Momo, quero que vocês tropecem e morram." e virei o celular na direção da porta do banheiro. Claro, com ela fechada, não sou tão ruim assim.
— Donzela simpática. — Ri. — A Tzuyu mandou um oi pra você.
— Depois eu mando uma mensagem pra ela.
— Você não tá entendendo, ela mandou um oi agora. Tô em chamada com ela aqui fora.
— Sai daqui, Mina! — Gritou e tacou algo na porta. — Se você não ir, eu conto um podre seu pra ela!
— Mina faz tanta merda que eu não duvido nada que ela tenha acabado quase sendo presa. — Tzuyu falou pela chamada.
—...Como advinhou?
— Mina?!
[...]
— Acorda, Mina! — Senti puxarem meu lençol de forma bruta e abrirem a cortina. — Levanta o cu da cama que hoje você tem coisa pra fazer!
— Vai tomar no cu, Momo. — Xinguei puta da vida quando reconheci a dona daquela voz.
— Se eu contar pra Omma que você tá falando palavrão, você tá ferrada. — Se jogou na cama, fazendo minha irritação crescer em 100%.
Também, né. Quem gosta de ser acordada em um domingo cedo? Principalmente dessa maneira?
— Foda-se vadia puta. — Resmunguei batendo nela com um travesseiro com toda a força que eu tinha.
— Você é muito fraquinha, credo. — Pegou o travesseiro e jogou do outro lado do quarto.
Isso, além de jogar o travesseiro, joga minha fraqueza na minha cara mesmo.
— Levanta que hoje a gente vai arrumar a casa, Sana já tá organizando a sala. — Levantou da cama. — Você vai varrer a casa, eu passo pano e limpo os móveis e Sannie vai organizar tudo. — Saiu do quarto.
Mereço.
Sem escolha, sentei na cama, me espreguicei e olhei pra janela.
— Vida, por que me odeias? — Suspirei e levantei de vez.
Me preparando mentalmente para o sofrimento, fui atrás de uma vassoura e me deparei com Sana brincando com o paninho ao invés de estar organizando as coisas. É uma procrastinadora mesmo, viu.
Não que eu faça isso. Longe de mim.
— Te orienta. — Dei um tapa na sua cabeça e tomei o paninho dela. — Qual a ocasião especial para estarmos limpando a casa?
— Sai, vó. — Reviroi os olhos e pegou o paninho de volta. Que menina rabugenta, credo. — As mães disseram que estavam com preguiça de arrumar a casa e deixaram um bilhetinho dizendo pra a gente fazer isso no lugar delas.
— Tá, e o real motivo?
— Eu não tô brincando não, olha. — Me entregou um post-it amarelo com coisas escritas.
"Olá crias,
Eu e sua mãe acordamos sem vontade nenhuma de arrumar a casa, então deixem de ser vagabundas, criem vergonha na cara e quebrem esse galho pra gente.
Qualquer coisa, estamos no shopping.
Beijos, Jungeun."— Ela nos chamou de vagabundas. — Murmurei incrédula.
— Acho que ela só estava esperando a oportunidade perfeita pra isso. — Riu um pouco. — Não sei como Haseul deixou ela fazer isso.
— Tão fazendo o que paradas aí?! — Momo brotou na sala com um rodo de chão em uma mão e um pano molhado na outra. — Bora, bora! Eu quero terminar logo isso pra chamar a Nayeon pra cá, então vamo!
— Se for assim, eu tambem quero chamar alguma amiga minha. — Sana disse enquanto voltava a fazer suas coisas.
— Eu também. — A diferença entre mim e Sana é que eu não voltei a fazer minhas coisas, só fiquei parada mesmo.
— Primeiro tem que falar com as madames vulgo nossas mães que nos abandonaram, né. — Momo.
— Mas você disse que ia chamar a Nayeon. — Sana.
— Eu ainda ia falar com nossas mães.
— Então fala com elas logo!
— Já, já.
— Anda logo!
— Calma moça, já to indo.
[...]
— Como vocês se conheceram? — Chaeyoung, uma amiga de Sana que veio pra nossa cssa, perguntou olhando para Momo e Nayeon.
— Bem... — Momo começou rindo um pouco. — Eu estava tranquila com minhas amigas, nisso éramos do oitavo ano. Decidimos ir na arquibancada, e enquanto íamos do nada uma garota surgiu e começou a rebolar atrás de mim! — Deu uma pausa tentando lembrar do restoe aproveitei o momento pra olhar na cara da Nayeon e a bichinha tava querendo se enfiar no chão. Nem sabia que ela tinha vergonha de algo.
— Daí — Continuou. — uma amiga minha olhou pra trás de mim e começou a rir feito um doida, aí eu curiosa virei pra trás e tinha uma mais doida ainda rebolando quase colada nas minhas costas. Eu pulei de susto, né, e pelo reflexo chutei a garota. Ela começou a se desculpar e disse que aquilo era um desafio que valia dinheiro. Ainda sim, chutei de novo só de raiva e saí andando. Dias depois eu vi ela de novo e fui falar com ela não sei o porquê, e aí descobri que o nome dela é Nayeon.
Não deu nem um segundo e a sala foi preenchida por risadas.
Ah, é mesmo. Quem veio aqui pra casa foi a Nayeon, a Chaeyoung e a Heejin.
Voltando...
— Essa foi uma época obscura da minha vida! — Exclamou.
— Eu sempre quis fazer um desafio desse tipo pra Mina. — A rapariga da Heejin apoiou o rosto na sua mão. — Mas ela é tão rabugenta que nem serve pra isso.
— Cala boca que senão eu conto teus podres pra elas. — Ameacei.
— Ei! — Sana protestou. — Essa frase é minha!
— Xinga ela, Sana! — Nayeon incentivou. Essa garota tá querendo levar minha irmãzinha pro lado negro da força. Que injusto, essa era a minha função!
— Arrombada!
— Um xingamento mais pesado!
— Não vale palavrão. — Momo lembrou.
— Sua... Sua... — Forçou seu cérebro a pensar.
— Vamo lá, Sana! — incentivou Chaeyoung. Por que, de repente, todo mundo quis que ela começasse a me xingar?
Após una segundos, Sana soltou seu xingamento.
— Sua bolsominion!
Boa noite, acabei se cancelar a Sana.
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Eu só queria jogar, poxa
AcakMina, uma garota sedentária que gostava de passar o dia inteiro jogando em seu console, nunca consegue ter um momento de paz em sua vida por causa de suas amigas estranhas e suas irmãs lerdas.