pensamentos reflexivos da tarde

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Mina estava morta.

Quer dizer, é o que parece.

Andando feito um zumbi, cara mais morta que o normal, e se estressando mais facilmente. Parece um estudante que acabou de sair da semana de prova.
Sua vida não fazia mais sentido sem seu celular. Ok, ela ainda tinha o console, porém ela ficou sem conversar com suas amigas.

Na verdade, ela ficou preocupada mesmo em ficar sem conversar com Tzuyu. Trouxa demais, não?

Nesse momento ela estava jogada em sua cama. No seu quarto, além dela, estavam Momo e Nayeon. E Mina estava odiando isso, porque não suporta ficar de vela.

Ter sua irmã e a namorada dela no seu quarto tem suas desvantagens.

— Ai, Mina, para de drama. — Nayeon revirou os olhos. — Nem deu um dia que você ficou sem celular.

— Vinte e três horas. — Murmurou com uma voz vazia.

— Ahn? — Momo, a única lerda alí, perguntou confusa.

— Fazem vinte e três horas que eu não uso meu celular, unnies.

— Credo, Mina, deixa disso, sua viciada.

— Ignora ela, Nayeon. — Momo suspirou a abraçando de lado.

— Epa. — Mina deu um pulo da cama. — Pode ir desabraçando' ela aí, ouviu? Quero ficar de vela não, obrigada.

— É? — Nayeon sorriu travessa.

— Esse olhar... — Mina estreitou os olhos.

Não dando tempo de Mina pensar, Nayeon agarrou Momo e deu um selinho nela, dando um olhar cínico para a primeira citada no final.

— Não presta ficar com você. — Mina revirou os olhos e se levantou da cama.

— Eu não sei se fico feliz por receber um selinho ou me sinto usada.

— Foi só uma brincadeira, você sabe, né? Eu amo dar selinhos em você. — Nayeon deu vários selinhos em Momo, a fazendo sorrir no meio deles.

— Nojo. — E assim Mina foi, indiretamente, expulsa de seu quarto e seguiu para a sala onde suas mães e Sana estavam.

Chegando lá, jogou-se na poltrona e olhou fixamente para a parede, pensando se realmente valia a pena trocar o conforto de seu quarto pela sala onde todos circulavam.

Porém lembrou-se quem eram as pessoas que estavam em seu quarto e concluiu que valia sim a pena.

— Descobriu que a sala existe? — Jungeun zombou dela.

— Deixa a garota, não tá vendo que no momento ela tá refletindo sobre descobrir novos cômodos da casa? — Haseul entrou na brincadeira.

— Será que ela lembrou que tem uma família além do Mozuku e seu console? — Sana perguntou com uma falsa incredulidade.

Mina suspirou decidindo ignorar elas.

— Aposto que se fosse aquela altona aqui ela já estaria aqu-

— Oi, omma! A senhora tá linda hoje, não? — Mina interrompeu apressada.

— Nem vem, todo mundo aqui sabe que você gosta dela. — Sana revirou os olhos.

— Deveriam ter deixado ela continuar acreditando que é discreta, poxa. — Disse Haseul.

—Eu não sou discreta?! — Mina perguntou incrédula. Na sua cabeça, as únicas que sabiam disso eram Chaewon, Heejin e Jiwoo.

Jungeun revirou os olhos. — Eu achava que as únicas lerdas aqui eram a Momo e Sana.

— Ei! A Momo é a mais lerda daqui, okay?!

A mais velha ignorou e continuou. — Se brincar, a garota já sabe que você gosta dela. Mas vai que ela seja tapada também e não tenha percebido, né.

— Mas ela parece gostar de você, de verdade. — Sana disse olhando para sua irmã.

— Sério?

— Você ainda pergunta? — Haseul. — Dá pra ver a felicidade no rosto dela qhando ela te olha. Inclusive, já peguei ela olhando pra sua bunda.

— Como é?! — Jungeun exclamou enquanto Mina corava forte. — Não vou deixar aquele poste pegar meu bebê não, já basta a naja da Nayeon ter fisgado o meu bebê mais velho. Mas o do meio não! Ninguém mexe com o do meio.

— Escutei meu nome. — Nayeon brotou na sala junto com Momo.

— Só falar no demônio que ele aparece. — Sana murmurou, porém a mais velha escutou e tacou uma almofada nela.

— Do que vocês estão falando? — Momo perguntou sentando no chão junto de Nayeon.

— Sobre a Tzuyu secar a bunda da Mina.

— Esse é o nome da meliante?!

— Jungeun.

— Mas Hase-

— Jungeun.

— Tá bom.

— Vocês só perceberam isso agora? — Momo perguntou a suas irmãs e suas mães. — Até eu que sou lerda percebi.

— Quem seca a Mina?

— Aquela altona morena.

— Ah, sei. Ela deveria ser mais discreta, até quem tá a quilômetros de distância consegue perceber. — Nayeon comentou.

— As únicas que não perceberem foram a omma e Mina. — Sana.

— Agora sei de onde veio a lerdeza de vocês. — Haseul negou com a cabeça com uma falsa decepção.

— Ei! — Jungeun exclamou.

— Eu não deveria ter saído do meu quarto. — Mina murmurou enquanto pensava se era possível ou não se fundir com a poltrona de tanta vergonha.

— E você iria fazer o que lá?

— Jogar, oras.

— O dia inteiro?

— Sim.

— Eu deveria ter tirado seu console também, sabe.

— Omma Seullie! — Mina choramingou.

Eu só queria jogar, poxaOnde histórias criam vida. Descubra agora