Luas bonitas

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Estava tudo tão estranho.

Após o ocorrido no trem fantasma, as outras garotas notaram o clima estranho que ficou entre Tzuyu e Mina.

Olhares desviados, afastamento repentino, hesitação em falar uma com a outra e silêncio desconfortável foram um dos motivos para perceber que algo estava errado entre as duas.

E concluíram com precisão quando estavam indo para a montanha-russa e Mina fez a seguinte pergunta:
"Chaewon, posso ir com você?"
Ela sempre ia com Tzuyu, porque a taiwanesa só se sentia segura e confortável com ela.
Fazer essa pergunta foi, de fato, estranho.

Quando todas estavam devidamente sentadas nas cadeiras da montanha-russa e com os cintos presos enquanto esperavam o brinquedo funcionar, Chaewon virou-se para Mina e perguntou o que havia ocorrido entre ela e Tzuyu.

Suspirou. — É que... Eu e Tzuyu quase nos beijamos.

— Como é?! — Sua pergunta foi completamente ignorada porque o brinquedo começou a funcionar, fazendo seu "é" parecer um grito arrastado.

E Mina percebeu a burrada que havia feito assim que saíram da montanha-russa. Tzuyu estava tremendo e quase vomitando, coisa que quando ia com si nesse brinquedo, não ocorria.

Ela sentiu vontade de ir consolar sua amiga, porém a coragem faltou e só a viu correndo para o banheiro junto de Heejin.

— Tá legal, desembucha. — Dahyun questionou Mina com um olhar severo. — O que tá acontecendo entre você e Tzuyu?

— Ela se beijaram! — Chaewon interrompeu o início de um território afobada.

— Como é?! — Todas exclamaram surpresas.

— A gente não se beijou! — Mina desviou o olhar com o rosto levemente vermelho. — Nós quase nos beijamos.

— Puta que pariu! — Heejin praticamente gritou.

— Tem crianças aqui, tapada! — Chaewon deu um tapa na cabeça dela. Vemos claramente de quem a Jihyo se espelhou em dar tapas nas cabeças dos outros.

— Mas e por que vocês estão desse jeito? — Jiwoo.

— É, já que se foi um quase, ela deveria querer também. Não entendi o porquê desse climão todo. — Dahyun.

— É que, sei lá. — Mina respondeu um tanto hesitante. — Ficou estranho depois disso, ninguém sabia como agir.

— Ah, tá explicado. Se me dão licença. — Chaewon saiu da rodinha de amigas e foi em direção ao banheiro. Após uns minutos, ela apareceu novamente porém segurando uma Tzuyu um pouco pálida pelo pulso e lhe arrastando até a rodinha novamente.

— Você tá bem?! — Heejin perguntou preocupada.

— Um pouco. — Tzuyu respondeu.

— E pra que arrastar a garota de volta pra cá, Chaewon? Vai que ela passe mal de novo. — Dahyun.

— Simples. — Ela pegou as mãos de Tzuyu e Mina, juntou-as e sorriu. — Nós vamos ali comprar algo pra beber. Enquanto isso, fiquem aqui e resolvam-se. E isso não é um pedido.

Dito isso, Chaewon começou a empurrar as garotas para as lanchonetes e deixaram as duas a sós de mãos dadas.

Parecia uma cena clichê. Ambas segurando a mão da outra, porém cada uma olhava para o lado oposto da outra.

Mas isso logo acabou quando puxaram as mãos com uma certa força.

E uma fina chuva começou a cair.

Tzuyu olhou para Mina com um olhar receoso. — O que aconteceu lá dentro?
— Eu que pergunto. — Respondeu suspirando
.
— O que vai ser agora?

— Eu não sei. — Respondeu sincera.

— Poderíamos, sei lá, fingir que nada aconteceu. — Essa frase, de certa forma, partiu o coração da japonesa.

— É, pode ser. — Por fora, estava com uma feição nervosa. Por dentro, seu coração havia feito uma rachadura. Quase rolou um beijo entre si e sua crush, e no final ela pede pra fingir que nada aconteceu. Senti a dor daqui.

Após isso, ficaram em um silêncio extremamente desconfortável e a chuva começou a engrossar, as fazendo terem que ir para as lanchonetes atrás das suas amigas.

— As meninas sabem? — Tzuyu perguntou no meio do caminho.
Porém o cérebro de Mina estava tão triste que não deu pra raciocinar direito e juntou a lerdeza herdada da sua família. — Como?

— Sabem do que aconteceu...?
— O que aconteceu?

— Aquilo no trem fantasma, cacete.

— O quê?

— O nosso quase beijo, porra! — Gritou com toda a raiva que tinha. Sua cabeça estava latejando e ela não estava com paciência para lidar com a lerdeza da sua amiga

O problema foi que todos ao redor escutaram e começaram a olhar estranho para as duas. Tzuyu estalou a língua, abaixou a cabeça e começou a andar mais rápido.

Mina resolveu a seguir e quando conseguiu acompanhar seus passos, respondeu em uma tonalidade mais baixa que o normal. — Sabem.

[...]

A

pós esse dia que conseguiu acabar com sua paciência, Mina chegou em casa exausta e ignorou todos a sua volta para ir tomar banho.

Após sair de lá, foi para o quarto e nem comeu nada, somente deitou-se em sua cama e tentou adormecer.

Só tentou mesmo, porque ela lembrou de todas as coisas que ocorreram nesse dia e sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

Quando finalmente estava achando que sua crush era recíproca, a vida provou o contrário.

Escutou leves batidas na porta. — Mina?

Pela voz, percebeu que era Momo. Decidiu fingir que estava dormindo, ela não gostava de que a vissem chorando. Porém sua irmã entrou mesmo assim.

— Eu sei que não está dormindo, Mina. — Fechou a porta e sentou-se na beira da cama.

— Vai embora. — Murmurou com a voz levemente embargada.

— Não. — Respondeu simples.
— Sai.

— Não. — Suspirou. — O que
aconteceu, Mina? Você saiu daqui tão animada e voltou desse jeito.

— Nada, Momo. Me deixa. — Ela falava isso, porém estava quase cedendo. Não conseguia esconder nada de sua irmã mais velha
.
— Alguém na rua falou merda? — Perguntou já ficando estressada. — Porque se for isso, eu vou...

— Eu e Tzuyu quase nos beijamos.

— Como é?! — Perguntou surpresa, mas desmanchou a expressão quando viu os olhos da sua irmã mais nova encherem de lágrimas. — Calma, o que aconteceu?

— Ela disse pra eu fingir que nunca aconteceu. — Murmurou cabisbaixa.
— Oh.

Dito isso, abraçou Mina como se quisesse a proteger de tudo e todos, por mais que soubesse que não poderia fazer isso. Ficaram assim até a mais nova demonstrar que estava mais calma.

— A lua tá linda, né? — Mina perguntou baixinho de repente olhando para a parte da janela que não estava coberta pela cortina.

— Realmente. — Momo respondeu sorrindo levemente.

A lua estava cheia e com um aspecto laranja. Perfeita para ser observada.

As duas acabaram dormindo naquela posição.

Eu só queria jogar, poxaOnde histórias criam vida. Descubra agora