Capítulo 37

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Christian

A mão de Anastasia ainda estava cobrindo minha boca quando meu cérebro confuso finalmente processou o que ela havia dito. A maldição o escondeu a princípio, agindo como uma barreira sólida para minhas próprias habilidades de processamento mental. Deslizei a mão pelo seu antebraço para poder puxar seu pulso. Mesmo que o movimento fosse lento, meu coração estava absolutamente fodidamente acelerado. Larguei a mão dela e respirei fundo.

Uma criança. Um bebê.

O sorriso de resposta que cobriu meu rosto era tão grande e tão imediato que eu não pude fazer nada além de rir.

— Você tem certeza? — Eu sussurrei, segurando as laterais do seu rosto com as mãos, tentando não segurar com tanta força pela excitação que sacudia meus ossos. Anastasia piscou algumas vezes, avaliando meu rosto e, finalmente, me deu um pequeno aceno de cabeça em resposta.

— Fiz um teste antes de você chegar em casa. Então, se eu parecia uma psicopata no telefone, é por isso. Eu estava esperando para descobrir o que diria.

— E disse que você está grávida?

O fato de eu já ter perguntado uma vez mal me registrou. A lenta propagação de felicidade chocada atingiu minhas mãos primeiro, depois subiu meus braços e se estabeleceu no meu peito. Anastasia assentiu novamente, apenas uma pequena ponta do queixo, e eu gritei. Envolvendo meus braços em volta da cintura dela, eu a levantei contra meu peito, esmagando-a contra mim o mais forte que pude. Respirando fundo, acalmando-me contra seu cabelo castanho e sedoso, pressionei um beijo lá.

— Oh, baby, eu não acredito. — Minha voz soou áspera e cheia de emoção, ainda nada comparado ao tumulto que acontecia dentro do meu coração e da minha cabeça. No meio do quão atordoantemente ocupado era ensinar em Harvard, eu não tinha muito além de Anastasia me mantendo são. Seus sorrisos, piadas e sensualidade me aterram no meio de uma das maiores mudanças da minha vida. E agora... oh, Deus... agora vamos adicionar um bebê nisso.

Nosso bebê.

Eu ri de novo, e foi quando eu a notei tremendo. Seu corpo inteiro estava tremendo nos meus braços. Muito lentamente, abaixei-a, puxando minha cabeça para trás para poder ver seu rosto. O rosto incrivelmente pálido.

— Anastasia? — Seus olhos se voltaram para mim. Eles estavam focados na base da minha garganta, e quando ela finalmente encontrou meus olhos, eu engoli. Suas pupilas estavam pequenas, como se ela tivesse acabado de olhar para o sol, e por baixo da pele que cobria a coluna de seu pescoço, eu podia ver a rápida vibração de seu pulso. A onda inicial de felicidade recuou, uma onda de cada vez. Anastasia estava apavorada. Nem uma vez conversamos sobre crianças. Mas nunca me ocorreu que ela não quisesse.

Cerrei os dentes enquanto passava a mão pelos cabelos. Meu cérebro atravessou tantos pensamentos que eu mal conseguia acompanhar. Enquanto eu os deixei descansar, eu a puxei para meus braços novamente e pressionei minha bochecha contra o topo de sua cabeça. Anastasia enterrou o nariz no meu pescoço e soltou um suspiro trêmulo.

— Eu tenho apenas 22 anos, Christian — disse ela calmamente. — Passo mais tempo pensando nos efeitos negativos da Diet Coke do que em querer ser mãe algum dia.

Sorri, mas me senti triste. Não querendo que ela sentisse, eu a abracei mais perto de mim, mesmo que meu coração estivesse apertando dolorosamente atrás das minhas costelas. Amarrar sua própria excitação para que não causasse dor à pessoa que você amava era novo para mim. Mas eu a amava. Eu a amava tanto que às vezes parecia que me engoliria inteiro. Era enorme e tão profundo nos meus ossos, que o pensamento dela estar tão assustada e insegura sobre algo como o nosso bebê quase me quebrou ao meio. Então eu engoli tudo.

Tentadora Provocação {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora