Tentadora Provocação {Completa}

Capítulo 40

Christian

Eu estava lendo um artigo profundamente comparando Virginia Woolf's Orlando com uma de suas dissertações do final dos anos vinte para a minha aula de Teoria Literária em Comparação, quando houve uma batida forte na porta do meu escritório.

— Entre — eu gritei, sem levantar os olhos da minha mesa. Embora eu tivesse horário de expediente regular como todos os professores, os estudantes de Harvard tinham acesso aos professores a qualquer momento.

— Christian, meu menino.

Sorri facilmente para Max Collingsworth, meu mentor em Harvard e um dos professores de maior prestígio no departamento de Artes e Ciências.

— Max, com o que posso ajudá-lo?

Ele inclinou o queixo para o que eu estava lendo.

— Alguma coisa boa?

Afiando os papéis em sua direção quando ele se sentou em uma cadeira em frente à minha mesa de madeira simples, dei de ombros.

— Não é ruim. Talvez um pouco cheio de si para o meu gosto. Embora meu feedback deva derrubá-lo.

Max levantou uma sobrancelha branca e espessa na linha de abertura.

— Huh.

— Eu sei.

Nós rimos, e a facilidade com que eu podia interagir com Max ainda me deixava completamente confuso. Vindo da Northern University, onde eu nunca saí da sombra do meu pai, foi um alívio enorme encontrar pessoas que não apenas me respeitavam, mas me desafiavam porque achavam que eu era digno disso. Não apenas meus colegas, mas também meus alunos. A maioria das minhas aulas tinha apenas de dez a quinze alunos, e todos os dias os alunos faziam minha mente correr com o quão inteligentes e instigantes eram. Sem dúvida, era o melhor trabalho que já tive na minha vida.

Max devolveu o papel para mim e começou a perguntar algo quando meu celular vibrou na minha mesa. Normalmente eu teria ignorado, mas, dado o quão mal Anastasia estava ultimamente, dei a Max um olhar de desculpas.

Anastasia: Se eu morrer hoje por falta de líquidos, lembre-se de que eu te amo e me desculpe se eu não conseguir limpar antes de sucumbir à minha aflição.

Passei a mão pela boca, balançando a cabeça. Se eu achava difícil ver Anastasia insegura sobre essa gravidez, isso não era nada comparado a vê-la insegura e completamente infeliz ao mesmo tempo.

Em toda a minha vida, nunca me senti tão impotente como na outra noite, quando ela estava pendurada no vaso sanitário. E ocorreu-me, assim que esse pensamento tomou conta do meu cérebro, que vê-la vomitar era apenas uma picada em comparação com o que eu provavelmente sentiria quando ela estivesse realmente dando à luz.

— Está tudo bem?

Eu desci minha mão e assenti para Max.

— Minha namorada está passando muito mal. Acho que vou voltar para casa e checá-la.

Por mais que eu estivesse praticamente vibrando com o desejo de dizer a ele que era porque ela estava grávida, eu sabia que Anastasia não estava pronta para as pessoas saberem. Não conversei muito sobre meu relacionamento com ela, dada a diferença de idade e ela ainda era uma estudante da Northern. Havia sempre um medo persistente de que alguém ligasse como nos conhecemos. Mas Max sorriu para mim, o tipo de sorriso paternal que eu nunca vi no rosto dos meus pais.

— Qual é o nome dela?

— Anastasia.

Enquanto eu ficava de pé para arrumar minhas pilhas de papel, olhei para a foto que eu tinha dela na minha mesa. A moldura era de mogno resistente, com bordas puras e babados. Ela me deu um dia antes de eu começar em Harvard. Eu tirei a foto enquanto ela estudava um dia, pouco tempo depois de se mudar comigo. Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado preso por um lápis, e sua camisa branca estava pendurada em um ombro. O que ela estava lendo a fez sorrir, apenas uma pequena elevação de seus lábios. Era a minha foto favorita dela, ainda mais do que as sexy que ela ocasionalmente tirava para mim, porque era o lado doce e desprotegido de Anastasia. Ela não mostrava sua suavidade com frequência e, para capturá-la com um simples clique no meu telefone, eu a observava mais vezes do que queria admitir.