Jennie vivia agora numa rotina na qual ela já se havia habituado. Acordar, abrir a cafetaria, servir a mulher rude de roupas caras às 8 da manhã, trabalhar o resto do dia, dormir, e começar tudo de novo no dia seguinte. Jennie se acostumou também a um novo hábito: Pensar no porquê daquela mulher fazer parte da sua rotina.
Era inútil passar seu tempo pensando nisso, e céus, como ela sabia disso. Mas aquela mulher a incomodava como um mosquito que ficava zumbindo em seus ouvidos. Porque ela não acha meu café especial?
Aquele mistério não podia mais atormentar sua cabeça. Ela poderia se contentar com todos os outros clientes apaixonados pela sua arte, e por todos os elogios diários que recebia. Porém, havia apenas um elogio que ela precisava ouvir.
E Jennie não se contentaria enquanto não o ouvisse.
— Bom dia, é um café simples, por favor – A mulher habitual se sentou no seu lugar habitual.
— Aqui tem.
Lalisa recebeu uma chávena de café, porém, não era o que esperava receber.
— Desculpe, mas isso não foi o que eu pedi.
— Ah sim, eu pensei que você pudesse mudar seu pedido hoje.
Lalisa olhou com um ar um tanto feio para a jovem de cabelos castanhos. Desde quando é que a empregada escolhia o pedido do cliente?
— Isto é algum tipo de brincadeira? Me dê o café simples.
— Apenas prove. É de graça se você preferir o seu café.
O que essa garota quer dessa vez? Tá me dando café envenenado? Lisa contestava em sua mente. Porém, aquela chávena verde-outono levava uma bebida apelativa. Tinha chantilly e o que parecia ser amendoins torrados. Aparentava ser um café caro, ela teria de aproveitar a oferta.
— O que achou?
— Oh, isso é... – Lisa pousou o café semi-bebido, olhando estupefacta a pequena empregada de olhos brilhantes.
— Mocha! – Ambos falaram em uníssono.
Lisa não bebia Mocha há muito tempo, pelo menos não confecionado daquela forma. Aquele sabor fêz recordá-la de inúmeras memórias de infância, quando a sua mãe costumava fazer café com os torrões que ela mesma trazia do campo. Como podia aquele café ter um gosto tão idêntico ao das suas quentes recordações?
— Então, esse é o seu café favorito? – A jovem garota interrompeu os devaneios nostálgicos de Lisa.
— Como?
— Sabe, eu tenho meio que um talento para adivinhar o café favorito das pessoas. E quero saber se mocha é o seu café favorito.
— Não, não é o meu favorito.
Jennie não acreditava mais uma vez no que estava ouvindo. Como assim voltaria a errar? Como aquela mulher conseguia tirar toda a confiança que Jennie tinha em seu trabalho?
— Como não é o seu favorito? Eu sempre acerto!
— Não seja tão segura em tudo o que faz. Mocha não é meu café favorito, mas esse estava exatamente como eu gosto – Lisa abriu um sorriso cantino.
A pequena não sabia se ficava feliz ou triste com o que acabara de ouvir. Mas pelo menos estava cada vez mais perto do seu objetivo.
— Tome – A morena colocou dinheiro em cima do balcão – Não precisa de me oferecer.
— Gostou mais do que do seu café simples?
—Não, mas quase – Lisa se dirigiu à porta de entrada. – Boa sorte tentando amanhã novamente, garota.
E saiu.
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Coffee Addicted - Jenlisa
Romance[CONCLUÍDA] Jennie Kim tinha uma pequena cafeteria que estaria prestes a fechar, por atraso no pagamento do aluguel; Lalisa Manoban era uma mulher rica que amava café. adaptação || obra original por: @JJoonie || capa por @negatuno <3