Jennie limpava o balcão lançando sorrisos tímidos a Lisa. Esta não dizia nada, apenas sorria de volta. Havia uma nítida atmosfera romântica naquela cafetaria, e ambas sabiam porquê.
- Lizie!!! - Alguém entra na cafetaria de forma estridente. E Lisa só conhecia uma pessoa que a chamasse daquele jeito.
- Esquila! - Lisa se levanta e dá um abraço apertado a sua velha amiga, batendo em suas costas. -Como sabia que eu estava aqui?
- Na verdade eu estava procurando um sítio pra tomar café. Ia te enviar mensagem perguntando sua morada depois. -Rosé se senta em uma das mesas.
- Não quer deixar suas malas em minha casa primeiro?
- Tem café?
- Eu sempre tenho café.
Lisa percebeu o olhar curioso da pequena sobre Rosé.
- Ah Jennie, te apresento a Rosé, ela é uma grande e velha amiga minha.
Esta sai de trás do balcão, limpando as mãos em um pano, pronto para estender sua mão e cumprimentar a estranha.
- Muito prazer Rosé! Me chamo Jennie. Espero te ver visitando minha cafetaria mais vezes! -Jen sorri com os olhos, com sua animação habitual.
- Com uma empregada assim, eu venho aqui todos os dias.
- Obrigada! - Jennie gargalha inocentemente.
Porém, Lisa era tudo menos inocente e, percebendo a afirmação da morena, lança um olhar repreendedor.
- O que foi? - Rosé pergunta descaradamente rindo.
[...]
- Podia ter falado logo que tinha um caso com a empregada. - A jovem de cabelos loiros se joga no sofá da mais velha, deixando as malas e todos os seus pertences espalhados na porta de entrada.
- Eu não tenho um caso com ela. - Lisa responde com uma revirada de olhos.
- Ué, mas vocês se beijaram. - A menor tentava decifrar como acender o televisor.
- Foi só uma vez.
- Mas foi você que beijou ela. - Rosé a olhava com um sorriso malicioso.
- E daí...?
- Eu não te vejo gostar de ninguém há séculos. Aliás, eu acho que nunca te vi gostar de ninguém de verdade. E ter sido você a tomar iniciativa... É um milagre daqueles. - Ela finalmente consegue acender o plasma. -Nossa, que TV de rico, tem salgadinho?
- Talvez seja um milagre mesmo. - Lisa se levanta, regressando com um saco de batata frita e café.
- Ahhh obrigada, te amo. - Rosé solta um gemido satisfatório ao receber a oferta da amiga.
- Tu vulgariza demasiada essa palavra.
- E tu usa de menos. Ou será que já usou com a empregada? - A loira joga uma batata no rosto de Lisa.
- Eu não vou falar algo que não sinto. - Esta pega a batata e a joga de volta.
- Cada ano que passa te entendo menos Manoban.
Lisa não respondeu. Ela podia fazer as palavras da sua amiga as suas, pois a cada ano que passava ela também se entendia menos. Ela gostava da pequena, sim. Mas ela não se sentia como as personagens das suas ficções descrevem se sentir. Lisa havia perdido a noção do real e do fictício. E havia perdido a noção do amor também. Afinal, ela nunca teve uma representação verdadeira do amor. A sua família nunca lhe ensinou isso como deveria e, bom, Lisa nunca foi uma pessoa que gostasse de conhecer outras pessoas. Ela convivia no limite das suas necessidades básicas de ser humano. Para não enlouquecer, e, por vezes, para se satisfazer. Mas duas pessoas que se conhecem debaixo dos lençóis não criam laços. Lisa sabia disso. Mas ela não sabia que esses laços estavam sendo criados com Jennie. Pelo menos não ainda.
- Senão a ama, porque a beijou em vez de comer ela logo? Tá esperando a oportunidade é? Posso te ajudar. - Rosé falava mastigando e rindo maliciosamente.
- Eu não a quero comer, ela não é um objeto. E chega dessa conversa, Esquila. Arruma suas coisas no quarto, não gosto de desordem.
- Fala a mulher com a mente mais desordenada que conheço.
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Coffee Addicted - Jenlisa
Romantik[CONCLUÍDA] Jennie Kim tinha uma pequena cafeteria que estaria prestes a fechar, por atraso no pagamento do aluguel; Lalisa Manoban era uma mulher rica que amava café. adaptação || obra original por: @JJoonie || capa por @negatuno <3