Café e uma pitada de amor.

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Agora tudo fazia sentido. Lisa explicou o que sentia e a forma como ela tinha medo de amar e, mesmo magoada, Jennie conseguiu entender. Afinal, ela também era uma covarde incapaz de falar sobre sentimentos pelo medo da rejeição. Ambas eram covardes por motivos diferentes, mas ambas eram covardes no amor.

— Então, vocês agora são finalmente um casal? — Rosé sorria demasiada perto da câmera, mostrando uns olhos brilhantes de entusiasmo. 

— Sim. — Lisa colocou o braço em volta de Jennie e sorriu para ela, que retribuiu o sorriso. Sorrisos puros e sinceros que transbordavam de felicidade e, de certa forma, alívio.

— Finalmente saiu do cu doce porra. — Rosé riu do outro lado da vídeo chamada e Lisa trancou a cara, enquanto Jennie gargalhava da carinha emburrada da namorada. — Como se sentem em ser assumidas?

— Na verdade não somos totalmente.

— Ah... É por causa dos seus pais né? — Não foi preciso Lisa responder para Rosé entender que sim. — Lisa, você se reprimiu todo este tempo por causa dos seus pais, não acha que tem de se livrar disso de uma vez por todas?

E pela primeira vez em muito tempo, Rosé falou uma coisa acertada. Era verdade, Lalisa precisava mostrar aos seus pais que ela era feliz amando uma mulher e deixar o assunto para trás, por mais difícil que fosse a reação dela com os pais. Ela não podia permitir que aquele assunto continuasse martelando a sua cabeça com sentimentos de culpa. Não. Ela precisava abandonar tudo o que a impedisse de ser feliz e de fazer a Jennie feliz.

Fizeram as malas naquela mesma tarde e partiram para Bangkok, sem qualquer tipo de aviso. Jennie não sabia bem o que lhe esperaria e, no fundo, ela se sentia insegura, mesmo mostrando positividade para que Lisa se sentisse encorajada e motivada, a verdade é que ela tinha medo do que poderia acontecer. Já Lisa, só queria permitir-se a si mesmo de se libertar, mesmo se a reação dos pais fosse negativa.

Quando uma senhora alta e esbelta –mesmo não aparentando ser nova– abriu a porta, toda aquela determinação de Lisa pareceu fugir e os seus olhos ameaçaram transbordar. Ela nem se tinha apercebido de como o tempo havia passado, mas a verdade é que ela já não via aquela figura maternal há doze anos. A partir do momento que fez os dezoito, foi posta fora de casa para se desenrascar sozinha e todas essas memórias amarguradas voltaram a borbulhar com vivacidade.

Jennie apertou a mão da tailandesa, transmitindo-lhe apoio e segurança e impedindo-a de quase desistir naquele momento.

— Lali... Lalisa? — A mulher olhava Lisa de cima abaixo, incrédula. Da última vez que a viu ela era apenas uma garota magrela e agora era uma mulher bem feita. Levou as mãos ao rosto e começou a chorar, repetindo várias vezes o nome da filha e surpreendendo-a com a reação. Ela pensava que seria tratada com rispidez, mas foi completamente o oposto. 

Então surgiu um homem velho e baixo, confuso por ouvir a mulher chorar e ainda mais confuso ao ver a sua filha doze anos mais velha na sua frente. Ele estava boqueaberto e, assim como a mulher, não conseguiu dizer nada além do nome de Lalisa.

Porém, mesmo tocado com a situação, Lisa tinha de falar.

— Mãe... Pai... — encheu os pulmões de ar e preparou-se para continuar. — Eu sei que para vocês eu sou uma mancha negra no nome da família, mas eu só queria vos dizer que eu sou uma mulher feita agora, sou bem sucedida, tenho dinheiro suficiente para viver bem para o resto da vida e não me tornei a falhada que pensavam que me tornaria apenas por não ter um macho ao meu lado. — Lisa olhou Jennie, que fitava o chão em silêncio, e continuou. — E eu amo Jennie, sim, uma mulher. Não espero que aceitem mas eu não preciso da vossa aceitação, só me queria libertar. Tenham uma boa noite.

Então, para surpresa até mesmo de Jennie, Lisa foi puxada para um abraço da sua mãe, que chorou desalmadamente e se desculpou mais de vinte vezes. A verdade é que os seus pais se arrependiam amargamente todos estes anos pelo que haviam feito, mas não tinham coragem de se redimir. 

No final, Lisa não perdoou, assim como os seus pais não deixaram de ser homofóbicos, mas agora mágoas passadas haviam sido esclarecidas e Lisa poderia finalmente seguir em frente. Não planeava começar a ter uma relação próxima com os pais, nem visitá-los muitas vezes, mas ao menos agora sabia que eles estavam ali e ela não era desprezada por ser quem era, mesmo que eles não gostassem da ideia.

Ela era finalmente livre para amar.

(...) 

— E agora, o que fazemos? — Jennie acariciava a franja com movimentos sobe e desce da maior, onde deixava beijos de vez enquanto.

— Sobre o quê?

— Sobre a nossa vida. Já não tenho a cafetaria e você tem uma vida inconstante, como vamos fazer sobre isso?

— Hmmm... — Lisa fazia movimentos circulares na barriga da namorada, enquanto fitava algum ponto aleatório do quarto de hotel numa tentativa de pensar em alguma coisa. — Escolha um país.

— O quê? — Jennie se levantou para apoiar o corpo com os cotovelos e encarar Lisa confusa.

— Escolha.

— Hmmm sei lá... Islândia.

— Um país frio, provávelmente amantes de café. Boa escolha. — Lalisa abriu um sorriso triunfante, fazendo Jennie arregalar os olhos e encher os pulmões de ar com entusiasmo.

— Espera, você quer abrir uma cafetaria lá?

— E... em todos os locais onde formos, basicamente.

A pequena franzia a testa, mas sorria, pois começava a entender onde aquela ideia doida iria levá-las.

— Tipo... Começar uma cadeia de cafetarias?

Lisa beijou os lábios finos rosados da namorada, acenou positivamente com a cabeça e pegou nas suas mãos pequeninas.

— Então, pronta para apanhar o próximo voo para a Europa?

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Um final de fic, agradeço a todos que acompanharam até aqui. Mais uma vez queria agradecer a essa autora maravilhosa que, infelizmente não faz mais histórias. 

@JJonnie

Em breve estarei tirando o tédio de vocês :)

Ah se vocês gostarem muito de uma fic e querem versão jenlisa pode recomendar aí que nois adapta sim! kkkkk de preferência uma que vocês não tenham lido, pra não perder a graça haushiaa kkkkk bom vou indo, obrigada pela atenção de vocês, foi um prazer adaptar essa obra. E olha obrigada a todos pelos votos de coração, faço isso pra divertir vocês nada de mais.

Amamos tanto a Lisa e a Jennie, não só o shipp em si, Mais sim cada uma. E não pode faltar Jisoo e Rosé pra completar o meu Quarteto preferido. 💛

Pra descontrair kkkkkkkk

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⏰ Última atualização: Apr 21, 2020 ⏰

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Coffee Addicted - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora