Latte

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Jennie havia finalmente voltado de sua antiga cidade. Enquanto estava no comboio, pensava nas saudades que voltaria a ter da sua familia. Apesar de ser feliz naquela pequena aldeia, Jen sentia falta de estar com os seus familiares em Cheongdam. No entanto, esses pensamentos melancólicos passaram, ao chegar na sua cafetaria e ver sua cliente habitual já encostada à porta do estabelecimento.

— Nossa! – A risada de Jennie era tão rápida que a fez parar de andar. – Tu não dorme não? – Esta pergunta entre risos, olhando a mais velha com uma certa surpresa.

— Bom dia pra ti também. – Lisa dá uma pequena revirada de olhos.

— Desculpe. – Jennie abre a cafetaria e adentra a mesma, ainda rindo. – Apenas não esperava que tivesse tantas saudades minhas.

— Está se projetando a si mesma nos outros? – A de franja se senta no seu tão anciado lugar. Céus, ela realmente tinha saudades.

Jennie não estava se projentando na maior. Mas que ela tinha sentido saudades, tinha. O tempo que esteve em Cheongdam havia sido importante, mas ela não trocaria estar de volta à sua pequena cafetaria por nada.

— Como foi o seu Natal? – Lisa lambe os lábios molhados com café, que havia sido servido sem esta ao menos precisar de pedir.

— Foi bom, tinha muitas saudades da minha família.

— Não os vê com frequência?

— Bom, eu tenho de trabalhar... E a minha família não tem condições de me visitar. São pobres e têm que contar todos os tostões para ajudar na doença do meu pai. – Jennie falava sentidamente. – Às vezes me sinto mal por não estar com eles, sabe? Mas eu também não quero ser mais um prejuízo na vida deles, prefiro me sustentar a mim mesma.

A pequena estava mostrando um lado mais maduro a Lisa. Esta apenas a via como uma garota ingénua, talvez um pouco idiota. Não idiota de inteligência, mas idiota emocionalmente. Jennie era uma tola sentimentalista. Muito sonhadora, muito inocente. Lisa pensava que o lado positivo e espontâneo da mais nova refletia sua infantilidade, porém, naquele momento, ela concluiu que talvez estivesse errada. Talvez Jennie fosse apenas boa pessoa, e Lisa não estava habituado a conhecer pessoas assim.

— Posso te ajudar.

— Agora é você que está sentindo pena de mim? – Jennie solta uma pequena gargalhada.

Era verdade, Lalisa estava sentido pena daquela jovem empregada. Tão jovem e com tanta responsabilidade. Na sua idade, Lisa ainda estava em Bangkok, curtindo a vida de estudante. Porém, ela sabia que não podia realmente ajudar, porque mesmo tendo o dinheiro, ela não tinha nenhum tipo de ligação com Jennie. 

— Esqueça isso. E você? O que fez na minha ausência?

— O que faço sempre que saio dessa cafetaria, também trabalho, sabia? – Lisa sorria por detrás da chávena de café que levava à boca.

— Só trabalhou todos esses dias?! Nem ao menos recebeu um presente de Natal?! – A menor arregalava seus olhos como uma pequena criança.

Lisa sorria olhando a expressão surpresa do menor. Às vezes, ela conseguia ser realmente muito fofa.

— Boa sorte.

— Perdão?

— Eu sei que vai querer me oferecer algo, então estou desejando boa sorte para descobrir do que eu gosto.– A morena pousa a cabeça na sua mão, olhando atrevidamente para Jennie.

Jennie queria desmentir aquela mulher convencida, mas ela não podia. Porque ela realmente queria oferecer algo, ela sentia que devia. Era injusto seu Natal ser tão preenchido, e o de Lisa tão vazio. E ela queria poder ajudar a preencher, nem que fosse um pouco.

— Amanhã está livre?

— Ahm... Eu penso que sim, por quê? – Lalisa ergue uma sobrancelha, intrigada.

— Quero que venha na minha casa.

Coffee Addicted - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora