Capítulo 19

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Justin Bieber

Passava o dedo no ecrã do meu telemóvel, para cima e para baixo, não acreditando no valor que aparecia em negrito no fim da fatura. Tinha centenas de dólares em prejuízos com as máquinas entupidas. Era o mesmo que deitar fora os lucros ganhos em meio ano de produções.

Pousei o telemóvel, suspirando fundo e concentrando-me noutro problema. No computador, na minha secretária, estavam os esboços das cartas de despedimento de todos os trabalhadores da secção dos bombons. Ninguém assumia as culpas e eu não poderia correr mais riscos. Por muito que me custasse tirar o ganha pão daquelas pessoas e ficasse com uma zona de trabalho suspensa, aquela era a minha única alternativa. Procurei por uma pasta na gaveta, que continha todas as informações necessárias dos trabalhadores e não tardei em enviá-las por e-mail para o meu advogado, que acabaria por tratar de tudo.

Três batidas foram dadas na porta do meu escritório. Dei permissão e a cabeça de Judith surgiu.

— Peço desculpa interromper, menino Justin. Mas vim só avisar que o almoço já está servido.

— Os meus irmãos já desceram?

— O menino Jaxon está desde muito cedo na piscina, mas a menina Jazmyn ainda não desceu. — Tirei os olhos do computador e encarei Judith, que provavelmente, já sabia qual iria ser a minha pergunta.

— A Jazmyn ainda está a dormir?! — Olhei para o relógio dourado que tinha preso no meu pulso. 13:15h. Intolerável. — Chame o Jaxon para a mesa. Eu mesmo vou acordar a Jazmyn.

— A Dona Natallie ligou a avisar que está atrasada no cabeleireiro e não sabe se vai chegar a horas do almoço.

— Ótimo! Um almoço de sábado em paz.

Saí do escritório, ouvindo uma pequena risada nasal de Judith. Fui para o primeiro andar e nem me dignei em bater à porta. O quarto estava escuro, completamente caótico e Jazmyn dormia profundamente, numa cama ainda mais desarrumada, que o seu cabelo. Sem um pingo de educação, aproximei-me da janela e abri-a com toda a destreza, deixando os raios fortes do sol do final do verão, entrarem.

Um resmungo gutural foi ouvido. Tinha conseguido o que queria.

— Fecha a janela! — Rezingou. — Caso não tenhas percebido, eu estava a dormir!

— Tens dois minutos para te levantares e estares sentada à mesa, caso contrário, o teu castigo só irá piorar. — Avisei.

— O que é vai ser agora? — Tirou os cabelos da cara. — Vais-me proibir de sair para o jardim? É que é só o que falta.

— A tua birra de ontem só piorou as coisas. Não saíste e se continuares assim, não vais sair e nem receber um dólar tão cedo!

— Faz o que quiseres, maninho. — Soltou um riso sarcástico enquanto se espreguiçava e se sentava na cama.

— Ainda não cancelei de vez a ideia de ires para a Suíça.

— Então porque é que não o fizeste já? É por causa da freirinha?

— Já te disse que não admito faltas de respeito para com a Irmã Teresa! E devias estar grata. Foi ela que me convenceu a não te mandar para lá à primeira, ao contrário da Tia.

— Achas que devia fazer um bolo para lhe agradecer quando ela voltar? — Provocou.

— Dois minutos, Jazmyn. — Suspirei, saindo do quarto, batendo intencionalmente com a porta.

Ela tinha o dom de conseguir alterar o meu sistema nervoso só em proferir uma silaba. Controlava-me a todo custo para não cometer a asneira de lhe dar uma chapada - que ela bem precisava, para entender quem era o irmão mais velho e quem tinha controle sobre as coisas. Mas o maior problema, é que por mais que eu tentasse, eu não estava a conseguir ter controlo em nada. Sentia as falhas a sugarem-me e a deixarem-me sem chão, tanto no dever enquanto homem de família ou enquanto chefe de uma grande empresa.

Irmã TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora