Capítulo 2

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Justin Bieber

Gritos e mais gritos. Fora assim que acordara numa manhã de Domingo, que deveria ser bela por ser um dos únicos dias em que tinha descanso e que poderia usufruir da minha cama e dormir até mais tarde, mas os meus irmãos faziam sempre questão de me estragar o único dia de relaxamento e reflecção que tinha. Levantei-me da cama e vesti as calças cinzentas desportivas que tinha sobre a cadeira. Eram as minhas calças de andar por casa. Saí do quarto enquanto passava as mãos pelo cabelo, provavelmente deixando-o ainda mais despenteado.

Descia as escadas e devido ao sono que ainda comandava o meu corpo, fui surpreendido com algo a bater-me na testa. Olhei para o chão e vi um pequeno Muffin de chocolate. Peguei nele e antes de tentar perceber de onde aquilo vinha, mais gritos soaram pela casa e deparei-me com Jazmyn e Jaxon, a discutirem e a mandar comida um ao outro. Suspirei pesadamente e inevitavelmente apertei as mãos em punho, desfazendo assim o Muffin. Desci as escadas a correr, aproximando-me deles em passos largos e apressados enquanto a raíva já tomava posse do meu corpo, deixando-me sem um pingo de sono.

– Mas o que é que se passa aqui? – Gritei, pousando o Muffin agora desfeito sobre a mesa, colando o meu olhar entre um e outro. – Vocês acham que têm idade para estas discussões infantis? – Os olhares de ambos, estavam colados nos pratos que tinham à frente. – E para além do mais, tolero tudo, menos a falta de educação que é brincarem com a comida!

– Foi o Jaxon que começou! – Jazmyn reclamou, erguendo a cabeça e olhando para mim com um olhar de suplica. Eu sabia que ela não era inocente e que era bem pior que ele.

– Eu não quero saber quem começou e quem acabou! Foram os dois! – Sentei-me à mesa tentando respirar fundo, acalmando-me. – Para estarem a brincar com a comida, espero que já tenham comido.

– Estamos à espera das torradas que a Judith foi fazer. – Não respondi. Peguei num jarro com sumo de laranja e enchi o meu copo.

– Já fizeste o trabalho de história, Jaxon? – Perguntei, fazendo-o arregalar os olhos e olhar para mim com medo de me dar uma resposta. – A tua professora ligou-me ontem e disse-me que não tens entregue trabalhos nenhuns e nem feito os trabalhos de casa, avisou-me também que tens um para entregar amanhã. Suponho que já esteja feito. – Por a sua cara e por as voltas que os olhos deram por a sala, eu já sabia qual era a sua resposta.

– Ainda não o acabei. – Respondeu pegando no copo que continha leite com chocolate, dando várias goladas.

– Antes do jantar quero o trabalho feito e no meu e-mail. – Ordenei rigido. Não gostava de ser assim para eles, mas eram eles que me obrigavam a sê-lo.

– Bom-dia, menino Justin! – Judith apareceu ao meu lado com um prato cheio de torradas, que foi pousado no centro da mesa.

– Bom-dia Judith! A minha tia já ligou? – Perguntei enquanto pegava numa torrada.

– Já sim, menino. Ela disse que em dez minut... – A porta de casa foi aberta subitamente, dando-me a visão da minha tia Natallie. Ela era a típica dondoca. Uma senhora com o seu penteado sempre no sítio, um coque muito bem feito e penteado com os seus cabelos loiros. Vestia um vestido preto, justo com um padrão floral em tons de cinzento, até abaixo dos seus joelhos, acompanhado de uns saltos altos bem altos de cor parda também. As suas mãos, como sempre, tapadas com umas luvas de pele verdadeira e pendurado no seu braço estava a pochete repleta de brilhantes, salientando o nome de uma marca cara. A sua postura e elegância mantinham-se sempre, fosse dentro ou fora de casa. Caminhava em passos calmos até à mesa, como se estivesse a desfilar. Eu adorava a minha tia, mas a rabugice dela deixava-me sem paciência. Se ela fosse menos mesquinha, tenho a certeza que podia dizer que era a melhor tia do mundo.

Irmã TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora