capítulo 15

10 2 0
                                    

Um dia totalmente repleto de tarefas e afazeres, fez com que eu ficasse totalmente imunda de suor. Lavei o rosto e as axilas no banheiro da empresa, troquei de roupa mas percebi que esqueci de levar um sapato.
Eu estava com uma camisa azul bem clarinha de listras brancas verticais e de botões, uma calça mom jeans cintura alta com ambos os joelhos rasgados de maneira simétrica um ao outro, e com um salto grosso preto. Deixei a empresa e fui para o shopping de Uber.

Troquei algumas mensagens com Daiana para saber dos dias dela, e rapidamente me encontrei com Pedro e Guilherme fechando a livraria e a cafeteria.

— Nossa, você está linda! — Guilherme disse me encarando e sorrindo. Enquanto Pedro olhou para baixo e revirou os olhos escondido.

— Obrigada! — Sorri de orelha a orelha, eu estava me sentindo muito feia, ouvir um elogio respeitoso e amigável aqueceu meu coração.

— Vamos? — Pedro perguntou enquanto se aproximava. Assenti e acenei para Guilherme, me despedindo.

Pedro e eu caminhamos em silêncio por longos minutos, parecia até como nas primeiras vezes que nos encontramos.

— Eu...

— Você está...

Falamos praticamente na mesma hora, tentando quebrar o silêncio.

— Pode falar. — Eu disse com um sorriso de canto.

— Você está mesmo muito linda. — Pedro disse olhando de canto de olho com um sorriso de canto também.

— Obrigada! — O respondi sorrindo.

— E você, o que ia dizer?

— Esqueci... — Cocei a cabeça, tentando lembrar.

Pedro revirou os olhos e sorriu.

— O que você achou do Guilherme? Sinceridade. — Ele perguntou sério e fungou em seguida.

— O que? — perguntei confusa e um pouco incomodada — Já está querendo me juntar com o menino?

— O que? — Pedro riu — Bom, se você tivesse gostado dele, eu falaria as redes sociais dele para que vocês flertassem e tudo mais. Mas é que ele gostou de você, queria saber se é recíproco.

— Pra ser sincera, gostei muito dele. — eu disse e então pausei, tentando provocar Pedro. O rosto dele ficou corado na mesma hora — Ele foi muito simpático e me deu ótimas dicas de livro. Com certeza vai ser um ótimo amigo...

— Ah tá... — ele engoliu a seco — Ele é mesmo muito gente boa.

— Só achei ele meio invasivo, me elogiou muito e se fez muito íntimo pra quem acabou de me conhecer. — dei uma ajeitada no cabelo e não reparei que baguncei ele mais ainda — Além de que ele não faz meu tipo, gosto de caras mais altos.

— Eu falei isso pra ele! — ele exclamou rindo e então parou de andar, me fazendo parar também, então se aproximou e arrumou o meu cabelo, lentamente, como se estivesse me apreciando — Desculpa, é que estava meio bagunçado...

— Como sabe que eu gosto de caras altos? — Perguntei séria o encarando.

— Te observei...

— Como assim?

— Aquela noite no bar, no dia do tributo, você olhava só para os caras mais altos que você, que passavam por perto de nós. — ele disse sério, mas finalizou tirando sarro — E vamos combinar que no primeiro dia em que nos esbarramos, lá na piscina, você também não tirou os olhos de mim.

— Parabéns, Sherlock Holmes. — bati umas palminhas, dando risada — E também parabéns pela criatividade da anedota, mandou muito bem, quase achei que era verdade...

Tuas ReticênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora