capítulo 12

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Entrei na boutique e não vi Cora por lá, apenas uma moça bem fofinha, baixinha, uns olhinhos bem pequenininhos. Ela disse que a famosa estilista não estava lá, mas que eu podia sim deixar meu currículo que assim que Cora estivesse disponível ela veria e me daria retorno.

Voltei pra casa de imediato porque o dia seguinte seria cheio, tirei a maquiagem, tomei um banho de corpo e coloquei minha peça de roupa favorita pra dormir... Uma camisa xadrez preta e branca que ficava enorme em mim, porque ela pertencia ao meu avô, ele esqueceu no Brasil quando se mudou e eu peguei pra mim já que o tecido era tão confortável.
Bastava a camisa e uma calcinha meio box e pronto, eu chegava no ápice do conforto.

Eram quase 22h da noite. Me deitei na cama e deixei o celular no silencioso, abri um livro de poesias. Comecei a pegar no sono rapidamente e acabei não reparando que Pedro me ligou duas vezes.

Por volta das 23h, quando eu já estava em sono profundo, a campainha do meu apartamento tocou. No susto e ainda dormindo, fui abrir a porta só de calcinha e camisa. Era Pedro.

— L-Lara — ele gaguejou, meio impressionado, mas na hora não reparei — você estava dormindo? Desculpa vir a essa hora...

— Não tem problema... — limpei os olhos enquanto me apoiava na porta — Entra, entra.

— Desculpa mesmo te acordar. — ele dizia enquanto sentavamos no sofá — Posso te pedir um favor? Consegue me emprestar o seu celular pra eu lugar pra Yumy?

— Claro. — Fui no quarto, peguei meu celular e entreguei a ele.

Pedro discou o número da Yumy e ela em pouco tempo atendeu. Não entendi muito da conversa porque eu ainda estava meio dormindo.

— Que merda, que merda! — Ele exclamou preocupado.

— O que? O que houve? — Peguei meu celular de volta o questionando.

— Meu irmão saiu e trancou a casa dele, a Yumy foi dormir numa amiga e a minha avó tá dormindo com a minha tia, o problema é que a minha avó acorda de madrugada pra fazer inalação e a máquina faz muito barulho, eu tenho sono leve, pra trabalhar o dia inteiro na livraria conseguindo dormir só 2h por noite...

— Dorme aqui... — sugeri levantando do sofá — O quarto de hóspedes está sendo usado pelas minhas gatas e a minha cachorra ultimamente, mas eu tenho um colchão extra e posso colocar ele do lado da minha cama...

— Não, eu não quero incomodar. — Ele ajeitou a mochila nas costas e passou a mão no cabelo, parecia muito cansado.

— Relaxa, não incomoda. — peguei meu carregador e o ofereci — Pega, carrega e avisa a sua tia.

— Obrigado Lara! — Pedro pegou o carregador e rapidamente plugou o celular.

Assenti sorrindo, ainda meio tonta e fraca de sono. Disse a ele que ele podia ficar a vontade e fui para o meu quarto arrumar a cama. Passei pelo espelho do corredor e reparei que eu estava de calcinha, dei de ombros porque a camisa tampava bem quase metade das minhas pernas. Coloquei um shortinho de pijama e estendi o colchão ao lado da minha cama para Pedro. Coloquei cobertas limpas e um travesseiro que sobrava da minha cama.

— Aqui tá tudo pronto. Quando quiser deitar fica a vontade... — Falei o observando da porta do quarto.

— Ah sim, obrigado.

Ele rapidamente veio em minha direção. Foi ao banheiro, escovou os dentes, lavou as mãos e o rosto e deitou-se na cama com a mesma roupa que ele chegou.

— Vai dormir de calça jeans mesmo? — Eu o questionei enquanto me ajeitava na minha cama.

— Eu não trouxe nenhuma troca de roupa... Mas tá bom assim, a cama é muito boa. — Ele respondeu enquanto também se ajeitava.

— Pode tirar, se quiser. — Falei com os olhos fechando pouco a pouco, eu estava praticamente sonâmbula.

Ele virou em minha direção e deu uma risadinha.

— Não vou te dar esse gostinho. — Pedro zombou.

Em pouquíssimo tempo, desmaiei de sono e nem o respondi. Ele me observou dormir por alguns segundos e finalmente se rendeu ao sono.

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