O momento nunca se foi certo, nunca ocorrera, nunca passara pela minha cabeça ou se quer imaginava que alguém, e principalmente essa pessoa se sentara comigo na fileira amaldiçoada da vista rica em sujeira e melancolia. Não se tratava de algo fácil, nem muito difícil também, mas de algo que acreditara impossível, pois sempre fora pessimista e achava que nada de bom iria acontecer por uma simples causa. A vida só me mostrará uma constante bagunça ao longo do tempo, uma coisa sem conserto e sem rumo, e como se fosse um quarto de livros jogados, roupas sujas e cobertas no chão. Me sentiria acomodado com um local assim, por tal familiaridade a minha vida.
Em continuidade, ela vislumbra profundamente nos meus olhos, entendendo minha confusão, minha bagunça e sendo enigmática como na calçada, o sorriso escaldante dela respondia o tom do ambiente, breve e compreensivo. Um barulhento e uma calmaria, um pensativo e uma realista, um bagunçado e uma que proveria de um certo tom daquelas que arruma tudo, uma visão no qual não saberia descrever, a visão dela ou minha? Eu nunca soube dizer nada abertamente e de maneira certa, aparece sempre devaneios enigmáticos em minha cabeça que tento expressá-los independente dos lugares ou notas que espero descrever. Somente eu entenderia? Somente eu nessa confusão? Nessa bagunça do mundo eu crio minha própria Bagunça e espero-me estar só diante dela e por isso não dou espaço para que ninguém interaja ou me tenha por si só. Garota misteriosa da calçada à frente, porque corres atrás de uma mente bagunçada? De alguém complicado? Não terei coragem de perguntar.
- Você deve estranhar a minha presença aqui. A minha sutileza derradeira de não falar nada e simplesmente tomar um café contigo. Está confuso. - Os olhos castanhos dela esclarecia a compreensão.
Eu lhes respondo. - Sim.
- Você me parece inteligente e deve saber porque estou aqui não é? Flores?
- Sei? E como sabe do nome?
- Sou uma garota de surpresas.
- O que queres comigo? Não tenho nada oferecer, além do mais o café é gratuito...
- De você não quero nada. Eu só quero algo pra nós.
- Nós?
- Nossa vida é confusa e bagunçada e seus olhos dizem isso. E eu só nós podemos consertar uma as outras...
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O ABGRUND
General FictionSobre um desafio posto de usar 15 palavras pra descrever algo, decidir rotineiramente criar uma composta literatura de 15 capítulos dessas 15 palavras como um enredo composto de um garoto em uma cidade isolada do mundo que já conhecido, fostes perdi...