ESTONTEANTE.

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A continuação era bem breve, sua suposta afirmação me deixará super intrigado, essa coisa de afirmar sobre confusão era base de uma conversa que viria a se prosseguir, e sabiamente ela conseguiria ter todas as dúvidas na palma da mão se me perguntasse algo sobre minha pessoa. Claro, sua afirmação tornaste tão direta sobre que ambos consertaria um ao outro por um obséquio maior de que tinha-se uma certa conexão, que não teria nada à comentar, a não ser ficar em extremo silêncio tentando compreender a rapidez do momento. Seguido de sua fala eu reparo que ela espera eu dizer algo, fixando os olhos em minha pessoa, e é claro que aparente sua inquietude, dava pra ouvir os pés batendo ansiosos e suas levezas de se mexer pra lá e pra cá sem se cessar, ela é inquieta. Outro detalhe era o café, ela não tomara, nem se quer degustou um pouco de seu cheiro, o que me fez pensar que não era do tipo de gostar disso, diferente de mim que possuirá o maior amor pela a bebida. Ignorava qualquer sensação térmica do local que esfriava sucessivamente junto com seu copo, entretanto, os olhos amargava de quietude e temperamento forte digno de ser quente. Novamente o silêncio se mantém, e ela espera, paciente, coisa que eu não teria facilmente. E de fato a quietude se some. Pois pergunto.

- Como assim seria uma forma de consertar um ao outro, pelo simples fato de ambos terem uma suposta "confusão e bagunça em minha vida"? Não sendo grosso, eu nem sei quem é você direito, só te vejo todos os dias de manhã saciando a mesma visão. Na verdade não conheço e você aparentemente nem se quer veio pelo o café, porque nem se quer deu um gole.

- Finalmente disse algo garoto. É, uma coisa você já sabe, que eu não gosto de café, somente chá. E provavelmente é porque você me conhece também.

- Conheço você? Da onde? Eu só deduzi...

- Você só não lembra, faz muito tempo e as coisas se apagaram também... Novamente.

- Espera. O que? Do que você tá falando, eu...

- Tudo bem, faz parte Flores, e pra enfatizar sua dúvida, é preciso te encaminhar por um lugar, talvez isso basta.

- Um lugar como assim? Você só está deixando essa situação mais confusa para mim.

- Sou uma pessoa complicada, no começo, meus pensamentos bagunçados tornam mais reais depois que está mais perto por muito tempo. Enfim, temos trabalho a fazer.

- Trabalho a fazer?

- Vai te deixar deslumbrado. Acredite em mim Flores.

- Ok né.

Eu fiquei muito mais confuso, não entendendo absolutamente nada e deixando minha mente bagunçada de dúvidas, não se passou se quer alguns minutos e já saímos da cafeteria e por mérito dela, ela me guiou para ruas a frente, saímos e deixamos os cafés quentes em mesas frias. Uma coisa que tive certeza é que seria uma pessoa difícil de lidar em relação a seguir rotas, já que ela preferiu ir pelo um beco de prédios de uma antiga serralharia, e já dissera pra ela mil vezes, que bequinho difícil de andar. Eu não sabia verdadeiramente de estar fazendo isso ou tal coisa com uma desconhecida da rua, a verdade é que me pareceu um propósito mediano e que de alguma forma eu sentira que traria algo à mais. Porém, tudo isso se foi como uma busca de propósito e de alguma forma, ela tá tentando trazer isso, e por isso tal semelhança de consertar. Pelo menos acho.

A questão por mais precipitada que eu esteja tendo sobre propósito não foi tudo isso, ou que pensei. A resposta seriamente estava na questão dela ser uma garota com olhar vislumbrandor de mistério, que causou teor em minhas veias e pressionou meu coração. Essa sensação não se via a tanto tempo, não sabia mais o que sentir e sim ficar atordoado com o teor que ela me mostrou, uma imensa consolidação de suspense, dúvidas, não respostas e sim mais perguntas. Não nego, ela surpreendeu mesmo sendo dito com poucas palavras e ela está conseguindo deixar-me cada vez mais estonteante por essa garota.

O caminho foi longo, subimos algumas escadas quebradas de um prédio em divisa da serralheria abandonada, era escadas de varandas como daquelas que vimos em filmes ou em cidades de Nova York. Subimos, ela chegara primeiro e por fim...

- E então garoto. O que acha?

Ao subir me deparei com o Sol, uma visão que cruzava acima das muralhas dessa cidade. Fixando o que de fora parecia estar arruinado mas sido embelezado pelo o Sol.

Ela apontou mais adiante com seu dedo bem a frente.

- Olhe em direção as ruínas dos prédios depois dos muros e foque bem no que desmoronou.

A visão já era de ficar atordoado e deslumbrado assim como vê-la. Mas no fundo ela quis mostrar algo muito mais belo...

No fundo dessas ruínas se calavam flores, em plena área de desabamento dos prédios a frente da muralha, eu os vejo, flores, como os do meu nome, a representação bela da cor amarela e da alegria, a esperança presente. Eu vi girassóis atrás das muralhas.

Girassóis. Que visão bela e ESTONTEANTE.

O ABGRUNDOnde histórias criam vida. Descubra agora