Amanheceu. A chuva ainda continua e se materializa em seus prantos do ambiente, deixando seus rastros em asfaltos, postes, prédios, vielas e casas, enquanto em janelas como esta que as observo sentado, ela responde como lágrimas, um certo amargo choro pelo o mundo e de tudo que já se fora conhecer nessa cidade. A meteorologista de Abgrund avisara em rádio que essa teria uma duração de média à um mês, o que me faz pensar que também pode atrapalhar toda a rota que essa garota quer me levar. Seja pra onde for, não hesitarei e continuarei mesmo que se agrave com tempestades. O sono dela vai se esmaecendo, o dia se clareia bem mais porém o céu nublado continua, a chuva diminuí sua potência e nos deixa a mercê de gotas mais leves e algumas garoas, se vendo lá fora as pessoas saindo de diversas localidades e casas, com seus guarda-chuvas abrigados e a movimentação daquele tão belo bairro se proporciona mesmo sendo de leve constância, e dessa parte só cabia a lembrar que seria o mesmo dos mesmos dias que foram e outros que virão. Eu mal consegui dormir, tive breves cochilos mas nada tão longo, nem cheguei ao ponto de sonhar e tudo isso parecia que meu sono estava desregulado o que não é do meu costume. Passei praticamente a noite toda observando a garota descansar e ouvindo seus alívios oxigenadas filtrando o ar como um vento embaralhando folhas de uma árvore com arbustos à todo prazo. Já deve ser umas oito horas e mal consegui sair dessa cadeira que ficara direto, e me dá pena de querer acordá-la apesar de estar curioso demais em relação ao que virá no dia, o que me faz pensar em levantá-la de uma vez e se arrumar rapidamente para aproveitar momentos intensivos a qualquer custo, portanto era só coisa de uma breve imaginação minha e ressalto que é melhor deixa-lá descansando um pouco mais e que acorde naturalmente sem interrupções.
O velho do estabelecimento já havia acordado, dava pra se ouvir os altos muletos de suas bengala na madeira enrustida da mesma, juntamente com o piso liso e barulhento. Ouvia-se atrapalhar de panelas e o soar de assobios do que imaginava que ele estaria fazendo café e chá, e se de fato fosse isso, seria apropriado para hóspedes ou algo assim, então cabe a mim verificar, afinal estou louco por um café agora. O cheiro aparentava-se forte, e já dava pra degustar o sabor no paladar, a água na boca de querer tomar só aumentava gradativamente e me fez questão de levantar, abrir a porta devagar e descer as escadarias. Não precisou de muito, o velho pareceu preparado e tinha canecas e xícaras espalhadas no qual ele despeja café, sua mão o estremecia o que faz pensar que era por conta da sua idade avançada, mas mesmo assim ele continuava se tentar a firmá-la. Por completo até ele me ver o perguntei.
- Bom dia, precisa de ajuda meu senhor?
- OH MEU JOVEM! Bom dia, sente-se, não precisa não, é coisa de segundos e firmo novamente, viu? - Sua mão fixava mais dessa vez, porém enxergava suas falhas trêmulas do pobre coitado. - Café ou chá?
- Eu gosto dos dois, mas o cheirinho de café está ótimo então vou preferir o cafézinho.
- Certo. - Despejava até o topo da xícara. - E a garotinha já acordou? Ou decidiu deixa-lá dormir um pouco mais?
- A segunda opção. - Tomava o líquido, e o sabor estava semelhante da Cafeteria, doce nada muito amargo mas com seu teor forte do jeito que gosto. - Droga, isso tá muito bom!
- É minha especialidade, aliás fostes um bom rapaz mesmo conhecendo pouco. Ainda pretende voltar para casa ou vai fazer outras coisas nessa parte da cidade?
- Vou continuar andar por aí com a garota, encontrar coisas novas, dar espaços à algumas e entender muito mais. Eu nunca sai da "cidade velha" como você o chama, então receio que tenha mais cidadezinhas como essa aqui.
- Sim e como tem, os bairros são como cidades por isso as chamamos assim. E é muito bom ouvir isso rapaz, de querer encontrar seu caminho e ver no que vai dar. Poucos da sua idade e do dela tem um pensamento pra frente,muitos estão preferindo ficarem estagnados e pouparem suas vidas dos reais problemas. Você presume algo bom para o que vai encontrar?
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O ABGRUND
General FictionSobre um desafio posto de usar 15 palavras pra descrever algo, decidir rotineiramente criar uma composta literatura de 15 capítulos dessas 15 palavras como um enredo composto de um garoto em uma cidade isolada do mundo que já conhecido, fostes perdi...