Capítulo 2

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Cal:

Já faz um bom tempo que me tornei rei. Especula-se que devo ter uma rainha ao meu lado para me ajudar a governar e, claro, ter pelo menos um primogênito. Não tenho vontade de procurar por uma. Muitas pretendentes surgiram durante o tempo, mas nenhuma interessante o bastante.

Enquanto continuo pensativo na sala do trono, as filhas de Evangeline e Elane chegam correndo. Sem eu nem perceber, agarram quase me derrubando, mas continuo de pé. Levanto Lily e seguro abraçando-a, é uma menina de cabelos ruivos e olhos azuis. A outra menina, Layla, prende minha perna e não solta, ela é pequena comparada à irmã e possui cabelos castanhos escuros e olhos iguais aos meus.

Logo em seguida, suas mães entram e as tomam nos braços.

— Desculpe-me Majestade, desviei um pouco a atenção e desaparecem — diz Elane com um tom doce e gentil segurando Lily, dando-lhe apenas uma leve reclamação.

Evangeline grita com Layla:

— Jamais fujam de sua mãe novamente! E muito menos incomodem o rei. Vão ficar de castigo por isso. — diz fazendo ecoar por toda a sala. Interrompo dizendo que não tem problema em virem me ver de vez em quando. Elas saem fazendo uma reverência e retribuo.

Ao vê-las indo, me deparo sorrindo. Mas logo se desmancha e torna-se remorso ao lembrar do meu irmão, Maven, a ideia sempre foi tê-lo ao meu lado, sendo meu igual e fiel conselheiro. Se tivesse ao menos filhos ao meu lado, me sentiria completo... Tiro a ideia da cabeça antes que me aborreça e afunde em uma tristeza sem volta. E retorno à outra questão. Que talvez seja menos doloroso de se pensar.

A ideia de ter uma rainha não me sai da cabeça. Sem paciência, vou até sala do meu tio Julian pedir um conselho. Ao bater na porta, abre-se imediatamente me dando total visão de toda sua sala, como sempre, repleta de livros e mapas antigos trazendo-me um sentimento de tranquilidade e lembro do passado trazendo um pouco de amargura, mas ignoro.

Quando me vê se levanta e faz uma breve reverência. Me pergunta sem muita pressa:

— O que o traz aqui, Majestade? — com o olhar um tanto quanto curioso, mas bem esperto, talvez já saiba o motivo da minha visita.

— Preciso de um conselho — falo depressa para não lhe dar oportunidade de perguntas precipitadas, fechando a porta continuo — você mais do que ninguém, sabe que todos querem uma rainha o quanto antes for possível ... — faço uma breve pausa — Mas, não sei ao certo se é o correto a se fazer. — Concluo me virando para uma janela.

Mare Barrow é o que lhe impede de seguir adiante, Majestade — fala sorrindo enquanto me viro rapidamente. Seu nome me faz arrepiar.

— Sabe muito bem que ela não aceitaria e muito menos o Conselho -- desentusiasmado, falo — e não sei onde vive.

— E você aceitaria?

Se eu largaria tudo para viver ao lado dela bem longe daqui, recomeçando? Minha resposta é a mesma que a dela.

— Mesmo assim, sei onde ela está.

— Como? — pergunto curioso. — Onde?

— Segui cada passo seu desde que nos deixou... — Diz cerrando os olhos.

— Onde ela está? — pergunto interrompendo-o num tom animador.

— Em sua antiga casa, ou o que restou dela.

Sinto-me feliz e aliviado por não ter se afastado tanto. Julian já percebeu meu alívio e felicidade, antes de me fazer quaisquer pergunta, agradeço pela informação. Trocamos reverências e me retiro o quanto antes.

De volta à sala do trono me restam novas dúvidas, que talvez nem Julian possa me ajudar a resolver. Será que ela desejaria me ver? Porque sumiu tão de repente? Só havia uma maneira de descobrir. Indo ao seu encontro. Se não apareceu até agora, então não sente minha falta. As respostas às vezes trazem mais dúvidas do que certezas.

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Espero que gostem, fiz com mt carinho. Bjs XD

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