Capitulo 22

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           Cal

Continuamos a andar pelos corredores, estava demorando uma eternidade para chegarmos ao salão de onde era o baile e durante o percurso, noto que tem menos sentinelas que o normal. Devem estar todos lá.
Julian e Sara estavam de braços dados e tinham sorrisos largos, às vezes eu olhava por cima do ombro para ver se mudavam de posição. Mare permanecia séria e não olhava para mim de forma alguma e acabei por fazer o mesmo.

A única coisa de que me lembro era do teto cair sobre mim e Amy, tentei protegê-la e acabei pagando caro por isso. Mas o que importa é que estou bem de novo, ainda não consigo entender o por quê a Guarda invadiu e destruiu tudo. Qual o propósito? Mare não quer me me contar, pelo menos ainda não.

Ao dobrar o corredor, vejo as paredes e portas do salão cobertos por uma rede de eletricidade e com centenas de sentinelas ao redor sem saber o que fazer. Alguns ousaram entrar e acabaram um pouco queimados.

— O que é isso? — pergunto para Mare.

— Um escudo de eletricidade, não tá vendo? — Cerro os dentes.

— Desative — ela me encara e completo — por favor.

— Já que pediu com tanta sutileza...

Ela toma um passo à frente e com poucos movimentos o escudo já se foi. Faço um sinal para que os guardas não ataquem e fiquem apenas na defensiva, a porta é aberta e sou o primeiro a adentrar. A maioria das pessoas estavam sentadas ao chão conversando apreensivos. Assim que me vêm, se levantam e se calam quase imediatamente. Farley e Kilorn tomam à frente de todos e encaram a mim e Mare, que ainda estava ao meu lado.

— Vejo que já está melhor. — Farley retruca enquanto cruza os braços.

— Não graças a vocês. — Replico.

— Peço perdão pelo empecilho, não era a intenção. — Kilorn agora bufa com o comentário da superior e capto o que quis insinuar, mas deixo de lado por não ser prioridade no momento.

— Certo. Então pode me explicar o aconteceu aqui. — não pergunto e aponto os dedos pelo salão totalmente destruído. Poças de águas se formavam em alguns lugares e se misturavam com sangue vermelho e prateado, formando uma mistura nojenta. Não havia uma flor intacta, as mesas e cadeiras estavam todas destruídas. E as cortinas estavam servindo para aquecer e estancar feridas de alguns poucos feridos.

— Vamos para um local mais reservado. — Assinto e peço que me sigam para a sala de reuniões, apenas eu, Mare, Farley, Kilorn, Julian e Evangeline seguimos para um conversa particular. Os guardas voltaram aos seus postos, mas combinando de ninguém da Guarda deixar o salão por enquanto.

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Já estávamos todos sentados à mesa, apenas eu permaneci de pé. Estava na ponta, Mare a minha direita com Farley e Kilorn logo adiante, Julian a minha esquerda com Evangeline ao seu lado.

— Explique-se — direcionei a pergunta a Farley e ela se levanta enquanto me sento calmamente para ouvir uma resposta coerente. Mas Julian se levanta e toma a palavra fazendo com que ambos sentemos.

— Acho melhor eu começar a falar. Quando soube que o Conselho estava pressionando Vossa Majestade para se casar, eu fui atrás de Mare para que viesse ajudá-lo e assim foi feito. — Ele torna a sentar-se e agora Mare é a que se levanta para continuar. Fiquei confuso com sua curta explicação, mas espero que fica mais clara a partir das outras confissões.

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