–O que deu em você hoje, Carosella? - Falo meio baixo e sem entender direito o que tinha acontecido com a Argentina que me odeia, apenas sigo os passos dela, já que sabia dançar um pouco de valsa.
–Como así? - Cola mais nossos corpos e começa a sussurrar a letra em meu ouvido. Ok, isso está muito estranho! Quem é essa garota e o quê ela fez com a Argentina Possuída que me odeia?
–Você me odeia, Carosella... Não estou te entendendo... - Falo realmente confusa e aproveito aquele sotaque que por incrível que pareça não estava irritante.
–Yo nunca disse que te odeio, Padrão! - Começa a roçar seu nariz em minha orelha, me causando arrepios e sensações que nunca pensei que pudesse sentir.
–Já ouviu que gestos valem mais que palavras?... - Falo suspirando fundo, sentindo arrepios na coluna.
–Já ouviu que no devemos tirar conclusões precipitadas? Ou que devemos saber ler las entrelinhas? - Agora eu realmente não estou entendendo nada...Do que essa maluca está falando?
Sinto seus lábios tocarem meu pescoço e respiro fundo, meu coração acelera, o quê ela vai fazer agora? Preparo meu psicólogico para uma mordida ou chupão, só para ouvir piadinhas no dia seguinte. Mas no lugar disso, sinto um beijo delicado em meu pescoço, em seguida ela deita a cabeça em meu ombro e continua se movimentando lentamente.
–Conclusões de mais de 10 anos, Carosella? Acho que para de ser precipitadas depois disso... - Me afasto, não estava entendendo esse frio na barriga do nada... Ou por que me arrepiei com esse beijo dela... Nunca havia visto essa Paola... Carinhosa? Não importa, tenho certeza que amanhã vai continuar sendo a mesma coisa de sempre e hoje só é mais truquezinho barato dela.
–Talvez! Mas y lá parte das entrelinhas? Pensa nisso, Padrão! Preciso ir para casa y pensar em como destruir aqueles dois ridículos! Até amanhã, Paulinha! - Beija minha bochecha e pega o celular e seus saltos, para em seguida sair rebolando de meu quarto.
–O quê foi isso? - Pergunto em voz alta e me jogo na cama, esse dia não poderia ser mais estranho. - Entrelinhas? Que entrelinhas? As entrelinhas que ela não me odeia... Me detesta... Só pode ser isso! - Falo suspirando e ligando para minhas amigas, contando do dia maluco de hoje, logo depois de muitos surtos e risadas... Desligo a ligação e me deparo observando as fotos da Argentina no meu celular... Ela podia ser o demônio.... Mas era incrivelmente linda...Com esse sorriso irritante... Espera! Tem um vídeo aqui? Assim que abro o mesmo, o som da voz da Argentina se faz presente.
Vídeo On
–Paulinha... Provavelmente usted deve estar desesperada sem a sua mochila! - Ri do jeito debochado de sempre - Perdon... Mas foi irresistível quando vimos ella sola... - Ouço as risadas do grupinho atrás - No se preocupe, estamos cuidando das suas cosas! - Mira a câmera pela mesa mostrando minhas coisas jogadas ali...- Opa... A brutamontes da sua amiga vem ali... Besos, Paulinha! - Foca no sorriso dela e desliga a câmera.
Vídeo off
–Filha da mãe... - Suspiro fundo e mando tudo isso para o WhatsApp dela com uma mensagem embaixo “Sempre com seu humor ácido, né Carosella”
Desligo o celular e acabo dormindo desse jeito mesmo, esparramada na minha cama e com aquele cheiro da Argentina pelos meus lençóis.
☆☆☆
Acordo somente na manhã seguinte com minha mãe Emma me chamando...
–Filha, acorda! Você tem que aprender a colocar seu celular para despertar, Ana Paula...Não vou estar sempre aqui pra te acordar!
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Depois de Você...
FanfictionSerá que existe mesmo uma linha tênue entre o amor e o ódio? O quanto uma pessoa pode te fazer mal em mais de 10 anos e em apenas uma semana vira a sua vida de cabeça para baixo? Esse era o dilema de Ana Paula Padrão, uma garota do ensino médio que...