AMOR E ÓDIO

PARTE 27

   Quando cheguei perto vi um outdoor e não acreditei.
- É quem eu penso? Esse Lucas Lucco é o primo da Manu?

- Uhum!

- Num era Lucas Corrêa?

- Acho que quis mudar, nome artístico. Ele tá ainda mais gato, né?

- Caramba, né que ele virou cantor mesmo?
- E todos preveem sucesso. Amiga se muitos soubessem tratavam de se aproximar de você.
- Não entendi.

- Menina, o Luan tinha sonho de ser famoso, namorou com você e boom estourou, o Lucas tinha o mesmo pensamento, te beijou e boom.
- Deixa de ser besta, Pam.

A gente cai na gargalhada.

- Manu tá aí, vamos conseguir ir falar com ele no camarim.
- Falar o quê?

- Ah! Sei lá. Desejar sucesso.

- Eu vou morrer de vergonha.

- Tá com medo de não resistir e desejar um beijo dele e ele não querer mais?

- Ai meu Deus, esqueceu de tomar o remédio mesmo, hein.

- Ele tá ainda mais lindo e soube que ele tem uma pegada.

- Meu Deus, quero distância de você. Andou bebendo?

Pam só estava atiçando e rezando pra eu mudar minha rotina e quem sabe ter algo com o Lucas.
- Cês vieram. - Manu veio nos cumprimentar.
- Mais é claro. – Pam cumprimentou abraçando.
- Vem, vou levar vocês a ele.

- Ele nem deve lembrar da gente.

Sinceramente era o que eu achava, mas foi só a gente entrar no camarim que vi aquele sorriso largo vir ao meu encontro.

- Tá linda. Cadê o Davi?

- Jesus, cê lembra até do nome do meu filho?
- Certas coisas a gente não esquece, mesmo depois de muitos anos.

Fiquei receosa, mas logo relaxei.

- Eu aprendi e não vou repetir o erro.

- Oi?

- Só amigos.

- Ah! Sim.

Senti que ele queria me abraçar, mas não sabia minha reação. Então tomei a iniciativa e o abracei.
- Tô muito feliz pela surpresa de te ver aqui realizando seus planos.

- E eu pela surpresa de ter aqui vindo me prestigiar.
- Amigos são pra isso.

- Ei, num quero atrapalhar nada, mas tá na hora. – Leandro chega chamando Lucas para o palco.
- Eu que não quero atrapalhar. Boa sorte!

- Valeu!

Ali nós retomamos contato, na verdade mais que isso, nos tornamos amigos. Eu não sentia mais que amizade, mas era uma amizade tão verdadeira que me fazia muito bem estar e conversar com ele. Até ele tentar descobrir meus segredos.
- Você é quase perfeito, mas às vezes é chato.

- Só quero te ajudar.

- Obrigada! Mas eu preciso é esquecer.

- É sua história, e tem seu filho, cê nunca vai esquecer, tem que aprender a conviver.

- Nunca tinha pensado assim.

- Porque você precisa de mim.

- Tá muito convencido, hein.