PARTE 35

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Acordei suada e cheia de desejos.

Luan ia viajar por uns longos dias. Eu não resisti, fui ao quarto dele, ele ainda dormia, passei minha mão pelo corpo dele de forma suspensa o que me deixou mais louca. Cheguei bem perto de seu rosto e beijei de leve seus lábios, não pensei que ele fosse acordar, mas ele correspondeu. Me assustei, eu estava agachada, fui me levantar e dar um passo para trás ao mesmo tempo e acabei caindo. Ainda sonolento ele se levanta e me dá a mão pra eu me apoiar e levantar. Ele me puxa com tudo, como ele ainda estava com sono não nos sustentou quando subi com tudo e acabamos caindo na cama dele, eu por cima dele, sorri sem perceber, foi muito engraçado, ele sorriu também.

Não tinha como ele me prender, eu pensei. Ainda por cima dele, passei a mão no rosto dele que apesar da barba ainda parecia de bebê, ele fechou os olhos pra sentir aquele carinho e o beijei. Ele me abraçou e me virou.

Olhei nos olhos dele e pensei " tô ferrada", eu queria mais que tudo, ainda mais depois daquele sonho. Ele nem falou nada, até porque sabia que a gente não conversava, brigava e se eu estava ali era porque queria algo. Ele me beijou com os lábios, um beijo bem suave, levantou a cabeça, acho que pra sentir minha reação, eu passei mão pela nuca dele e puxei devagar mostrando que queria mais. Ele me beijou cheio de desejo e logo percebi que ele tinha despertado, meu corpo estava preparado pra recebê-lo, não hesitei...
Foi perfeito, ele agora estava muito experiente e eu ainda aquela boba, mas como sempre ele foi carinhoso e paciente. Enquanto fazíamos amor ele sussurrou diversas vezes "eu te amo" isso me deixava ainda mais excitada.

Quando terminamos ficamos abraçados, sem forças, mas rindo que nem bobos.

- Eu preciso ir pro meu quarto, daqui a pouco todos acordam.

- E o que é que tem?

- Davi vai acordar e não vai entender, não me achar no quarto.

- Eu vou pegar ele pra cá.

- Não. Não vamos falar nada, ainda. Vamos com calma.
- Cê que sabe.

Eu dei um beijo e sai pro meu quarto.

Fiquei sonhando acordada, fazendo mil e um planos. Luan também nem conseguiu mais dormir. Tomamos banho e fomos comer. Todos estranharam o clima de paz e fome devastadora que estávamos. Bruna ainda olhou pra nós e deu um sorrisinho como quem soubesse o que estava acontecendo. Acho que estava escrito em nossas testas.
- Eita filhão, daqui a pouco papai vai viajar. Bem que cê podia vir comigo.

Isso era uma daquelas indiretas bem diretas.
- Se fosse menos dias... quem sabe da próxima.
Luan fica todo feliz, se alguém tinha dúvida que estávamos bem, agora tinha confirmado.

Antes de sair ele me chama com o olhar pra gente se despedir.

- Tem certeza que não quer ir?

- Não dá. Tá cedo pra suas fãs verem a gente juntos.
- Elas vão ficar felizes, sabem que eu te amo.
- Eu sei. Por isso mesmo. Não quero iludir elas, basta eu.

- Num acredito que ainda tá assim.

- Eu quero me sentir segura.

Ele me abraça.

- Nada mais vai separar a gente.

Ele não podia mais ficar senão ia se atrasar.

- Te amo.

Ele me beija, eu correspondo, mas não digo nada em volta. Volto pra sala e junto com Davi nos despedimos mais uma vez.

- Papai liga pra falar com você. Já tô com saudades.
A noite Luan ligou, nos falamos rápido. Quando eu já ia dormir Lucas me liga.

☎☎☎
- Oi. Até hoje te espero aqui.

- Não deu pra ir.

- Que vozinha mais triste.

- Ando meio cansado. Ia "praí", mas vim pra casa.
- Entendo. Nada melhor que nossa casa para descansar e renovar a energia.

- Mas queria tanto te ver e o Davi também. Vem pra cá.

- Só tenho amanhã e depois de folga. Tô em uma correria aqui na faculdade.

- Vem amanhã, uai.

- Tô ficando preocupada com você.

- Só tô precisando de colo.

- Tá bom, amanhã cedo a gente vai praí.

- Valeu.

Conversei um pouco mais e depois joguei algumas roupas na mala e fui dormir.

Faz anos que não dava satisfação a ninguém, a não ser tia Ana e por isso nem me toquei que pudesse parecer errado ir ver um amigo.
- Vai onde? – Bruna estranhou ao ver a mala.
- Vou na casa do Lucas, mas amanhã tô de volta.

- Você falou com o Luan? – Dona Mari perguntou já prevendo desentendimento.

- Não. Ele ainda deve tá dormindo, mas tarde eu ligo.
- Minha filha, vocês parecem tá se entendendo tão bem.

- Eu não vou fazer nada demais. Ele é meu amigo, tá precisando de mim.

- Por que ele não vem aqui?

- Ele não pode. Gente, todo esse tempo quando precisei de um ombro amigo, ele tava lá.
- Isso não vai prestar. – Bruna me avisou.

- Espera pra falar com o Luan. – Dona Mari tentou ganhar tempo.

- Ele não é meu dono e a gente nem tem nada. Eu vou acabar perdendo o voo.

- Você que sabe. – Dona Mari fala jogando a tolha.


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