PARTE 30

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   Chego no carro e pego as coisas e quando saiu dou de cara com Luan. Ele tava no celular, ainda escuto ele falar " tô aqui em baixo, desce Bruna" depois disso ele me viu e paralisou.

Ficamos um segundo olhando um pro outro meio surpresos, mas logo uma raiva toma Luan, ele pensou que eu estava lá pra ver Lucas e estava, mas não da forma que ele pensava.

- Veio ver o namorado?

- Oi. Tudo bem e você como tá?

Desconverso e dou uns passos, mas ele segura meu braço me fazendo virar pra ele, sempre imaginei que quando o visse teria vontade de abraçá-lo, pedir desculpas e até beijá-lo, mas vendo aquele olhar de raiva me deu raiva também.
Quando Lucas chega lá em cima Bruna conta que Luan tá na garagem.

- Fudeo, porque a Carol tá lá.

- Vamos lá. E esse menino? Não diz que é o filho dela?
- É o Davi.

- É a cara da mãe.

- Nem parece que tem pai.

Bruna rir.

- Mas com o tempo você acha o jeitinho do pai.
- Então você conhece o pai dele.

- Não fala sobre isso na frente dele.

ENQUANTO ISSO

- Dá pra me soltar?

- Por que voltou? Um cantor. Olha como é o destino, me ignorou e agora tá com um cantor. E seus pais que nem gostavam de mim e apoiavam Renato só porque era rico, agora sou mais rico que ele.
- Você é um idiota que não sabe o que diz. Parece que o tempo não passou e vejo aquele menino ciumento e intolerante, nunca escuta as coisas e já vai julgando.

- Vai mentir que tá com Lucas?

- Não é da sua conta. Não entendo sua raiva, não faz muito tempo cê tava aí dizendo ter achado a mulher da sua vida. Cadê ela? Por que acabou?
Na hora escuto aquela vozinha que amo...

- Papaaaaaai – eufórico, ele corre em nossa direção.
Luan se virou, mesmo sem entender direito o que o Davi falou, pensando ser um fã mirim.
Foi tudo muito rápido. Só me lembro daquele carro entrando com tudo como se fosse um louco numa fórmula um e não em uma garagem, vejo Davi voar e um grito sai de mim, mas não era um grito comum, ele vinha de dentro, um desespero, uma dor, um vazio. Lucas, Bruna e Luan ficam chocados com tudo e eu corro para o lado dele.
Lucas chamou uma ambulância e Luan me segurou.
- Não mexe nele.

Eu não conseguia falar. Luan me aperta contra seu peito como se assim pudesse diminuir meu desespero e minha dor.

- Ele morreu? – Bruna fala com a voz trêmula.
Lucas toca delicadamente aquele meu pequeno. E olha pra Luan.

- Tira ela daqui Luan.

Quando escutei aquilo não sei dizer o que senti, mas acho que morri ali.

Luan ficou sem reação e quando finalmente ia me tirar dali, eu reagi.

- Não. Me solta, Luan, eu vou ficar aqui. É meu filho.

Me ajoelho do lado dele e olho pra Lucas.
- Ele tá vivo mas...

- Mas nada, Lucas, ele vai sair dessa. Né, meu amor?
A ambulância foi rápida, fez o primeiro socorro ali.
- Vou na ambulância.

- Vai com ela Luan. – Lucas falou.

Luan entrega a chave do carro dele pra Lucas.
- Vem Bruna, vamos no carro do Luan.

No caminho Bruna tava tão nervosa que nem perguntou mais nada. Luan também estava chocado, mas pegava na minha mão pra me dá força. Com a outra mão eu pegava na mãozinha de Davi.

- Cê vai ficar bem, amor.

Ele estava muito mal. A nossa sorte que chegamos logo ao hospital. Ele foi levado às pressas e aí sim caio num choro.

Luan me abraça e tenta me acalmar, mas ele não sabia o que falar. Lucas e Bruna logo chegam. Luan tentou explicar como Davi estava até ser levado e nessa hora um médico chega para falar que ele precisava operar...

- É uma operação de risco, podemos perdê-lo na mesa.
- E se não operar? – Lucas tenta entender.
- Também não posso garantir nada. Preciso da autorização dos pais.

- Eu sou a mãe dele.

Luan procura acalmar Bruna. Quando o médico sai, ele fala meio sem jeito.

- Não vai avisar ao pai?

Olho pra Lucas.

- O pai já sabe, ele só não sabe que é o pai.
Demora um minuto pra Luan conseguir juntar as coisas. E entre lágrimas, ele olha pra mim sem acreditar, meio indignado por só saber agora e com uma dor imensurável por saber que tem um filho que está prestes a morrer.

- Quando ia me falar?

Fico apenas chorando. E ele se altera.

- QUANDO IA ME DIZER?

- Calma cara, não é hora. – Lucas tenta acalmar Luan.
Luan me pega forte pelo braço.

- Eu tinha o direito de saber.

- EU FUI CONTAR E VOCÊ NÃO QUIS SABER. VOCÊ ESCOLHEU SUA CARREIRA, SUA CARREIRA E NOS ABANDONOU.

Luan me soltou e desnorteado saiu andando pelo corredor do hospital. Lucas ficou comigo e Bruna correu atrás de Luan.

AMOR E ÓDIOOnde histórias criam vida. Descubra agora