Bom, semanas após a minha decisão, eu visitei um orfanato próximo. Eu vi cada criança de lá, uma por uma. Mas sabe? Eu não senti nada, nenhuma conexão ou sensação de "essa criança é minha e ponto". Foi como se não tivesse uma ali para me completar.
Não busquei por características físicas, eu queria algo a mais, sabe? Algo emotivo que eu soubesse que havia sido feito para mim. É, era isso.
Dias depois e eu visitei mais três orfanatos, o mesmo do primeiro. Eu não achei o que estava procurando, em nenhum deles. É como se não existisse alguém para o que eu estou procurando. Isso foi frustrante, eu admito.
Mas hoje irei visitar o último orfanato infantil da lista. Eu estou cansado de ficar procurando todos os dias alguém que pode não existir. Isso dói até. Parece que nada irá preencher esse vazio, e isso é um inferno. Eu tô cansado, é isso.
Peguei as chaves e respirei fundo. Ok, relaxe, Noen. Não fique triste se não achar a criança hoje, a vida não é feita de facilidades. Calma. E com isso em mente, segui o caminho para o orfanato.
...
Adentrei do local plenamente, algumas crianças estavam na sala, todos em silêncio. Analisei com os olhos um por um e sorri de canto. São fofos, mas não.
Continuei a caminhar pelo casarão, encontrei algumas crianças, mas nada demais. Não que as crianças não fossem fofas e desse vontade de roubar, mas não é certamente isso que eu procuro.
A inspetora do lugar me acompanhou até o andar superior, ela gostou do meu cabelo e eu ri. É a vida. Havia um corredor gigantesco com várias portas, os quartos das crianças ficam lá.
Eu pude entrar em um por um, conheci as crianças mais ou menos, mas nada. Nenhuma criança a qual eu pudesse sentir algo mágico. Respirei fundo e forcei um sorriso, enquanto descia as escadas pensei em diversas coisas. Admito, estou com medo de não encontrar.
Acabei não prestando atenção e alguém me deu um tapa no abraço, alguém bem pequeno. Olhei para o lado e uma das moças estava subindo com uma criancinha, a moça falou para o bebê se desculpar. Ele riu e céus, que risada fofa.
Não pude deixar de rir e quando o menininho estendeu os bracinhos pedindo colo, eu travei. A moça que o segurava me ofereceu para pegar o bebê e eu assenti calmamente. Assim que aquela criança chegou no meu colo, meu coração ficou quentinho.
- Ele tem quantos anos? - perguntei a moça enquanto senti o bebê deitando a cabeça na curva do meu pescoço, não pude deixar de sorrir.
- Três. - ela disse plenamente. - Está na hora dele tirar uma soneca da tarde, desculpa.
Ela estendeu os braços e eu neguei espontaneamente, do nada. Quem eu penso que sou para negar a moça de fazer o trabalho dela?- Desculpe. - pedi e tentei entregar o bebê, mas ele não quis ir, agarrou na minha roupa e continuou deitadinho.
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Just Friends || Concluído ✅
Fanfic"Os garotos choram toda madrugada. Se prestar atenção, você poderá ouvir os soluços."