FAMA ▪︎ GABIGOL

17

Estávamos deitados na espreguiçadeira do meu apartamento vendo o céu estrelado na capital carioca.

— Quem diria que a gente estaria assim hoje, namorando.

— É mesmo — ele responde — lembra quando eu te metia ideia quando você tinha dezessete anos?

— Lembro — gargalhei — Eu já tinha caído no teu papo mas queria me fazer de difícil

Flashback

27/09/2016

Tinha acabado de me arrumar para ir ao famoso show do Thiaguinho, a Tardezinha. Estava com um short jeans claro, um body vinho de modelo T-Shirt e uma bota de cano curto preta. Passei uma BB Cream e rímel, e, passei chapinha no cabelo para deixá-lo mais liso. Minha amiga, Manuela, estava terminando de se arrumar. Não tinha nenhuma pessoa famosa além de mim que iria com a gente, raro acontecer isso. Já tínhamos acabado de sair do Uber e ter encontrado alguns amigos meus, no meio desses meus amigos, eu reconheci um rosto no meio deles.

Tínhamos ido pegar nossas bebidas enquanto o show não começava.

— Quanto tempo, Flamenguista! — Fala  Gabriel no pé do meu ouvido, me dando um leve arrepio.

Me viro com um sorriso no rosto e encaro o garoto, moleque tava gato!

— Quanto tempo, mas nem tanto tempo assim, Santista! — o abraço, que abraço  gostoso.

— Gosta de pagode? — Fala me ajudando com os fardos de cerveja.

— O quê? Eu AMO! Ainda mais o Thiago, monstro!

Tínhamos levado os fardos para o camarote e assentamos pra conversar. Eu não sabia se prestava atenção no que ele falava ou encarava a beleza daquele menino.

— Tu ta mó gata hoje — depois dele falar aquela frase, eu entendi o sentido da frase: "Aqui o papo não faz curva, aqui o papo é reto"

— Achei que você não era tão direto assim — ele ri e se aproxima

— Não gosto de perder oportunidade quando eu consigo — tenta me beijar

— E quem disse que você conseguiu — deixo ele plantado e vou em direção dos meus amigos bater um papo, eu estava doida pra dar uns beijos naquela
boca mas não queria ser taxada como "fácil". E sim, ele não desistiu, depois de mais alguns tocos, ele resolveu mudar de assunto.

— Minha mãe e minha irmã já estão chegando, e elas são super fãs sua. Quando elas chegarem, você poderia tirar uma foto com elas? — ele fala meio sem graça.

— Tiro sim! — falo rindo — Quando elas chegarem, tu me fala que eu vou lá bater um papo com elas. Quais são os nomes?

— Minha mãe se chama Lindalva e minha irmã se chama Dhiovanna.

Voltamos a conversar e as duas chegaram — eu amei a Lindalva de cara — ela veio cheia de carisma e felicidade me abraçando e me elogiando, já a Dhiovanna foi diferente, ela era tímida, mas logo se soltou e descobrimos que tínhamos muito em comum. Gabriel assistia com um sorrisinho e a Lindalva surtando do lado dele porque ela era super fã de Avenida Brasil — que foi a novela que me estreiou —. Tirei foto com elas e elas desceram o camarote, voltei a conversar com o Gabriel.

— Elas te amaram — Fala me olhando com um sorrisinho.

— E eu amei elas, ainda mais sua mãe! Vou nem falar o por quê.

Thiago sobe no palco e nós dois ficamos igual dois adolescentes conhecendo o ídolo deles. Nos viramos e começamos e cantar um para o outro — sem segundas intenções.

— Eu tava pensativo, então fui num pagodinho pra te encontrar — ele canta

— Peguei meu cavaquinho, fiz um samba bonitinho pra te ver sambar. Vem, vem — continuamos a cantar nos aproximando e cantamos o refrão bem peetinho, se segura, menina!

— Já comprei até buquê de flores, e uma roupa nova pra te ver, rosas lindas de todas as cores, especialmente dedicadas à você! — ele canta

— Se quiser o azul do céu, te dou só pra colorir o seu jardim, a flor mais linda Deus abençoou, e o seu perfume é o que me faz feliz.

Ele me puxou pela cintura e colocou a mão na minha nuca, a minha postura eu acho que evaporou. Aí fodase, cansei  de me fazer de difícil. Coloco a mão na sua nuca e puxo ele para um beijo, ele se assustou um pouco com a minha iniciativa e começamos a nos beijar. Nossas línguas dançavam em uma sincronia perfeita, o encaixe perfeito.

— Puta que me pariu, me dá mais um beijo menina — ele fala e eu tombo minha cabeça pra gargalhar envergonhada e logo volto para o beijo.

E ficamos nos beijando até o final da noite e trocamos os números de telefone.

Flashback

— O tanto de toco que eu levei, qualquer outro desistiria — ele ri e eu me deito em seu peito.

— Aquele dia e aquele show foi foda demais!

— E aquele pôr do sol quando a gente se beijou pela primeira vez de frente pra praia que ficava do lado do camarote? Parecia uma pintura!

— Tempo bom que não volta.

— A gente tem que marcar pra ir na próxima Tardezinha — ele fala

— Vê quando vai ser a próxima e a gente vê se vai dar pra nós dois irmos.

— Quando sair a programação, eu te falo.

— Aquele dia eu fiquei puta e confusa ao mesmo tempo com o paparazzi, como conseguiram tirar aquela foto? Estavam dentro do mar?

Gabriel ri e continua a acariciar o cabelo da mais nova.

— Você não gosta de paparazzi, né?

— Nem um pouco, mas né, vida de celebridade.

— Chega uma hora que irrita mesmo.

— Vai dormir aqui hoje, né? — pergunto

— Vou sim, preta

Um silêncio confortável se instalou no local.

— Preta...

— Oi, meu bem.

— Bora morar juntos? A gente praticamente mora, todo dia arrumamos um jeito de ficarmos juntinhos. Eu sei que amanhã a gente vai estar completando cinco meses juntos e deve ser meio cedo pra você, e se você não quiser, eu vou te enten...

— Eu aceito morar com você, Gabi

Ele ri e me beija.

— Vai demorar um pouco até a gente achar uma casa, então se tu quiser mudar aqui pra casa ou eu ir pra sua, eu topo.

— Vou vir pra cá, por causa da vista, por ser mais perto do CT e por causa do segundo andar da casa — ri da referência a parte de videogame daqui de casa. — Amanhã eu trago minhas coisas pra cá e vendo aquele AP.

— Os vizinhos que lute com a bagunça que a gente vai arrumar aqui em casa.

— A gente vai ser expulso, isso sim!

— Vai ser um grande passo pro nosso relacionamento, preta, imagina.

— Vai fortalecer nossa relação mais ainda — falo rindo.

— Jaja sai o casamento.

— Tu fica falando isso e que vê que o pedido vai sair daqui seis anos. — ele gargalha.

— Cê vai ver, quando tu menos esperar, eu vou estar na sua frente ajoelhado com uma caixinha na mão.

E ficamos ali até quando bateu o sono, namorando de frente pro mar...