Processo curativo

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O de sempre, o famoso "[...]" e uma sequência de frases em itálico e vocês já sabem que se trata de um flashback.

E se houverem erros de escrita, avisem, por favor!

[...]

Segunda-feira, 00:00 em ponto.

Dipper acordou, olhando para os lados, enquanto observava o quarto ao seu redor, levantando um pouco a cabeça para cima, à fim de olhar para a janela e ver se estava sonhando ou não.

Sentiu seu corpo doer, enquanto observava os hematomas roxos, ou avermelhados. As cicatrizes que foram formadas pelos cortes mais profundos. Enquanto sentia todas as dores possíveis de uma só vez. Se contorceu para cada lado daquela cama que mesmo macia e confortável, agora só lhe dava agonia.

Mabel estava sentada ao seu lado, tocando seu ante-braço, com os olhos fechados, um fio de lágrima explorava sua bochecha direita, até ela abrir os mesmos lentamente e transmitir um sorriso ao ver o seu irmão gêmeo, finalmente, acordado.

— Dipper! — O chamou, enquanto abraçava o irmão, que grunhiu de dor. — Ah, foi mal.

E os olhos do de cabelos castanhos começaram a marejar, se sentia tão idiota, tão inútil, tão... Triste por acreditar que Ele poderia ter mudado. Como ele pôde ser tão burro? Estava lidando com Bill, não com qualquer outro humano.

E ele já havia pensado nessa hipótese, já imaginava que aquilo fôsse acontecer, mas porquê agora ele estava chorando tanto? Não somente pela dor que sentia fisicamente, mas estava tão cansado também mentalmente que tudo que ele queria agora era deitar e dormir por dias num vazio, sem nenhum sonho, para não sentir mais nada.

Ele feriu seus sentimentos, e não podia negar de forma alguma, só precisava esquecer tudo aquilo. Tirar ele de perto de si e deixar o loiro fazer o que quisesse, afinal, ele o libertou para ser livre, não é?

Ele poderia fazer o que quisesse, contanto que não machucasse ninguém que ele ama, e saísse de perto pra sempre.

Se esqueceu completamente de sua irmã, ao seu lado, perguntando sem parar se ele poderia relaxar o seu estado mental para ela poder o curar.

Mas ele não à ouvia.

Ele não precisava ouvir.

Ele só precisava de um pouco de paz e tranquilidade, depois de dias de tanta tortura.

Ele só queria que o mundo esquecesse que ele existe, por pelo menos um dia.

Dizem que Deus não faz um alguém sofrer duas vezes, mas, tecnicamente, ele fez. Ele sofreu fisicamente, e também se sentiu enganado, se sentiu traído, ele sentia algo pelo outro. Então... Ele sofreu duas vezes mesmo?

— Só... Me deixa pensar um pouco sobre tudo. — Ele a interrompeu, sem nem procurar escutar um pouco de tudo que ela falava.

— Um feitiço de cura caíria bem, no mínimo.

— Caíria mesmo.

— Lembrando que eu não me responsabilizo por nada. — E antes que o outro pûdesse questionar, a maior balbuciou algumas palavras, enquanto suas mãos transmitiam um azul-marinho, com os olhos fechados, tocou a mão de Dipper, e a de Mabel, antes num azul-marinho, se tornou um vermelho-sangue que automaticamente lançou um pulso elétrico ao menor, que se contorceu. — Ah, porcaria. Desculpe, Dip.

— O que aconteceu?

— Nada que eu já não esperasse. Você está "protegido". — E fez muitas aspas com as mãos. — Não posso te curar, só o... Bill que pode.

Mil e uma maneirasOnde histórias criam vida. Descubra agora