Um pedido de socorro

113 16 133
                                    

— Como assim, Cipher...? — Perguntou, apreensivo.

— Eu posso tentar rastreá-la, mas... Não é certeza que vou encontrar.

— O que precisamos fazer? — E fitou as orbes douradas.

— Precisamos de um pacto. — E apontou para o de cabelos castanhos. — Já que você é irmão gêmeo dela.

— Tá, só me diz o que eu preciso fazer!

— Nada de mais, só preciso do seu sangue.

— Calma, uma faca? — Pensou por um segundo. — Vamos, eu vou pegar uma. — E correu na direção da cozinha. O loiro foi atrás. A ideia de se cortar já não lhe aterrorizava mais.

O maior estalou os dedos e um frasco de vidro surgiu entre os mesmos, Dipper pegou uma lâmina, pois foi o que achou, e esperou segunda ordem.

— Corte a palma da sua mão, querido. E eu coloco tudo nesse frasquinho.

O menor obedeceu e cortou a palma da mão.

Eu vou usar do seu sangue pra rastreá-la. — E continuou. — Pegue seu diário assim que eu cair, não deixe nada, ninguém, qualquer coisa entrar nessa casa. Fique atento. — E viu que o menor apenas concordou, segurou seus ombros, fazendo o mesmo lhe fitar, procurando atenção. — Me entendeu? — O outro concordou. — Cuidado.

Deixou o líquido cair sobre o frasco até conseguir menos da metade do mesmo. Bill apertou o vidro, que quebrou dentro de sua palma, os cacos cortaram a sua mão, o sangue se misturou e as pontas do seus dedos exalaram um fogo azul, seus olhos ficaram brancos e ele perdeu o controle do seu corpo, cambaleou e quase caiu no chão se Dipper não tivesse o segurado, o menor sentou o mesmo com as costas na parede e esperou. Will havia saído hoje cedo, então ele estava sozinho.

Cada segundo que se passava era torturante, a respiração lenta do loiro lhe agoniava, já que não sabia o que estava acontecendo. O olhar perdido estava lá, e um filete de sangue escorria pelo seu nariz, Dipper estava sempre limpando. Estavam sentados na cozinha, os sons exteriores não importavam no momento, sua atenção estava voltada à Cipher.

O tic-tac do relógio, os sons da floresta: as árvores, arbustos, animais. A respiração lenta de Bill e a desregulada do menor, o chão sujo de sangue, o pano já vermelho na mão do menino.

O vermelho, o sangue.

Ele não havia prestado atenção no que o maior disse, só queria encontrar a irmã. Devia ter prestado atenção.

A atenção, devia ter prestado atenção.

Seu olhar estava focado no outro, era possível ver pelo reflexo de suas orbes um pouco da sua visão, mas era muito distorcido, se esforçou para ver, aproximando os corpos.

Atenção, atenção, vermelho, vermelho.

Toc. Toc. Toc.

A campainha fora apertada, o "plim" ecoou pela casa. Mas deu atenção ao que o loiro disse, não fez barulho, e não ia deixar nada entrar lá dentro.

Et eximii ruboris, cujus sanguis.

As batidas na porta se tornavam cada vez mais fortes, a campainha tocava loucamente.

— Quem será que era... — Brincou. — Eu não saio daqui nem morto, arrombe a porta, estranho.

Operam si quos solvit operam.

As batidas cessaram, uma sombra passou pela janela, por todas as janelas, batia nas mesmas, a casa estremecia. Dipper olhou os arredores confuso, o que estava acontecendo?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 20, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Mil e uma maneirasOnde histórias criam vida. Descubra agora