Lembranças, revelações e possibilidades

86 17 39
                                    

— Pacífica, querida... — Sua mãe lhe chamou.

A garota se virou e observou a mulher à sua frente.

— Vamos parar as buscas, mas, antes que fale algo. Pense, nós já procuramos muito...

A garota arregalou os olhos e abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida.

— Querida, os homens checaram Gravity Falls inteira e os seus arredores, ela não está por aqui.

— É claro que está, — Berrou. — Esses merdas que não procuraram direito!

— Eles são os melhores, querida.

— Não, eles não são. — E apontou para a porta, onde os homens esperavam do lado de fora. — Se fossem, teriam encontrado ela!

— Não foi isso, você esteve com eles na maioria dos dias, investigou, se arriscou com eles, e não à encontraram... Filha, nós pagamos muito caro pelo trabalho deles.

— Foda-se! — E seus olhos marejaram, ameaçando desabar as lágrimas guardadas à dias ali mesmo. — Vocês tem condições, nossa família inteira, geração por geração, tem estouros de dinheiro, milhões e milhões, isso não é NADA comparado à tudo que temos! Se pararem estas buscas, me considerem morta para vocês. — E saiu do escritório, pronta para mais um dia de procuras, pagaria aqueles homens até encontrarem a amiga.

Morta, ou viva.

[...]

Mais uma tarde se passou, e Pacífica estava em frente ao seu bebedor à quase duas horas, não parava de tomar água.

— Até água, tomada em excesso faz mal, viu? — Ela pensou, e riu um pouco. — Eu me auto-aconselhando novamente...

Quinze minutos depois, e ela estava na mesa, agora enfiando tabletes de chocolate na boca.

— Foda-se tudo, não quero saber se vou engordar.

Comia e chorava, num ciclo vicioso.

E as lembranças tomavam conta de seus pensamentos.

[...]

— N-não pode ser... — E se virou para os Ciphers, com os olhos marejados. — Ela estava bem aqui... — E apontava para onde estava o holograma da irmã, que desapareceu.

— Era um... Holograma, Dipper... — Will se pronunciou, enquanto lhe transmitia um olhar preocupado.

Bill caminhou em sua direção e em um segundo chegou à frente de Dipper, se abaixou muito pouco e lhe abraçou, enquanto o menor afundava seu rosto na curvatura do pescoço do loiro, e o tecido da sua camisa ficava úmido aos poucos.

Entrelaçou as pernas do menor em sua cintura, e estalou os dedos, os levando para a Cabana.

— Pronto... — E começou a afagar os cabelos do menor, deitando-se consigo na cama, lhe abraçando por trás. — Shh, está tudo bem.

Os soluços altos de Dipper ecoavam pelo quarto, enquanto sua respiração descontrolada causava arrepios em Cipher.

— Parecia t-tão... Perto, como se fossemos pegá-la n-naquela h-h-hora.

— Eu sei, querido. Mas vai passar, nós vamos encontrá-la, não vamos? — E o menor concordou com a cabeça. — É isso aí.

Não queria ver o menor chorar mais, talvez não fosse o momento certo para dizer aquilo, mas o quanto antes o choro de Dipper fosse calado, melhor.

Ele estava o-d-i-a-n-d-o ver o menor assim, era terrível ver o que se passava pela cabeça do menor.

Os pensamentos do mesmo se rodeavam entre: Eu sou um idiota; eu poderia ter feito algo; eu não consegui proteger ela; como eu pude ser tão imprudente; eu fiz com quê meus problemas acabassem sendo seus problemas também; eu envolvi ela nisso;

Mil e uma maneirasOnde histórias criam vida. Descubra agora